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Relatório 4 - Síntese AAS

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Departamento de Farmácia
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde/CBIO/UERJ-ZO

Síntese do ácido acetilsalicílico


(AAS)

Ana Lucia Ferreira, 201915502811


Ingriti Rangel, 201915501711

Disciplina: Química Orgânica Experimental III

Departamento de Farmácia
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Centro Biomédico
UERJ – Zona Oeste

Data em que a prática foi realizada: 10/04/2024

Laboratório: Química Orgânica


Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Departamento de Farmácia
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde/CBIO/UERJ-ZO
Resumo:
Nesta prática abordamos o ácido acetilsalicílico, importante fármaco moderno e sua
forma de obtenção através da acetilação. Foram utilizados alguns testes químicos para
identificar e caracterizar os produtos obtidos a fim de avaliar os resultados dentro de um
parâmetro previamente estabelecido pela literatura e assim identificar o rendimento mais
satisfatório para obtenção do AAS.

Palavras-chave: AAS, Síntese orgânica, cromatografia em camada fina

1. Introdução

Desde os tempos da Grécia antiga, já se utilizavam misturas provenientes da casca do


salgueiro para aliviar dores. Mais tarde, cientistas isolaram a salicina de outras plantas e
demonstraram que era essa substância a responsável pelo efeito analgésico das misturas
contendo casca de salgueiro. A salicina então pode ser transformada em ácido salicílico, que
por sua vez foi convertido em ácido acetil salicílico, a aspirina, o analgésico moderno mais
popular no mundo atualmente (SOLOMONS & FRYHLE, 2012).
O ácido acetil salicílico (AAS) é um fármaco do grupo dos anti-inflamatórios não
esteroides, sendo eficazes no alívio de dor, febre e inflamação, ou seja, tem propriedades
antitérmicas, anti-inflamatórias e analgésicas. Em estado puro o ácido acetilsalicílico é um
pó cristalino branco ou incolor, pouco solúvel em água e facilmente solúvel em álcool e
éter. Isso se deve ao fato de a água ser mais polar que o etanol e a aspirina, e estes últimos
possuírem polaridade semelhante. A produção do ácido acetilsalicílico ocorre por meio da
acetilação do ácido salicílico através da interação nucleofílica do grupo hidroxila fenólico
com o carbono do anidrido acético. Neste processo, o ácido sulfúrico (H2SO4) é empregado
como catalisador para acelerar a reação (BASSAN, 2015). O fator A é o parâmetro utilizado
para indicar o quão ecológico foi a obtenção dos produtos, e quanto maior a porcentagem de
A, mais ecológico e menos resíduos são gerados. Já o fator E é utilizado para calcular a
economia atômica da reação sendo que quanto maior o seu valor, menos satisfatório foi o
processo de síntese utilizado.
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Figura 1: Reação de síntese do AAS. Fonte: Livro Química orgânica. SOLOMONS &
FRYHLE, 2012
O ácido salicílico (ácido o-hidroxibenzóico) é uma molécula bifuncional, podendo sofrer
dois tipos de esterificação. Na presença de anidrido acético forma-se a aspirina, enquanto
na presença de um excesso de metanol o produto obtido é o salicilato de metila. A formação
de polímeros ocorre quando há grupos carboxila e fenólicos presentes. A obtenção do ácido
acetilsalicílico envolve reações que podem ser realizadas utilizando o ácido acético e o
ácido salicílico em uma temperatura de 90 ºC. Além disso, é possível empregar outros
ácidos inorgânicos ou hidrocarbonetos clorados, assim como adicionar catalisadores como
ácidos ou aminas terciárias (BASSAN. 2015). Ao contrário do polímero, que não se dissolve
na solução de bicarbonato, o ácido acetilsalicílico e o bicarbonato de sódio formam um sal
sódico solúvel em uma reação. Segue abaixo o mecanismo de síntese do AAS

Figura 2: Mecanismo de síntese do AAS Fonte: LivroBASSAN, 2015

2. Objetivo
Sintetizar o ácido acetilsalicílico através de reação entre ácido salicílico e anidrido acético e
caracterizar os produtos obtidos, através de ensaios analiticos físicos e químicos.

3. Materiais e Métodos
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3.1. Materiais
3.1.1. Reagentes:
Acetato de etila P,A, usado como recebido
Ácido salicílico
Ácido Sulfúrico, P.A, Cinética
Água destilada
Anidrido Acético, P.A, proquimicos
Amido de milho, P.A
Cloreto férrico, P.A, usado como recebido
Hexano, P.A, usado como recebido.
Hidróxido de bário, P.A, usado como recebido
Iodato de potássio
Iodeto de potássio

3.1.2. Vidrarias:
Becker de vidro, 50 mL, Marca: Roni Alzi
Becker de vidro, 250 mL, Marca: Roni Alzi
Becker de vidro, 500mL, Marca: Roni Alzi
Erlenmeyer de vidro, capacidade 250 mL, Marca: Satelit
Funil de Buchner
Kitassato de vidro
Micro-Hematócrito, 1,5mm, marca: Perfecta LTDA
Pipeta conta gotas
Placa de petri
Proveta, 10 mL, Marca: Roni Alzi
Proveta, 100 mL, Marca: Roni Alzi
Tubo de ensaio
Vidro de relógio

3.1.3. Equipamentos:
Agitador magnético com aquecimento: Marca: solab. Modelo: SL-91
Aparelho de ponto de fusão. Marca: Gehaka. Modelo PF 1500
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Balança digital, marca: marke; modelo: BL320H
Bomba de vácuo. Marca: Marconi; Modelo MA 059
Gabinete de observação; marca: Boit ton; Modelo: BOIT-GAB01
Lanterna de emissão de radiação UV 365nm; Marca: Boit ton; Modelo: BOIT-LUV01

3.1.4. Outros:
Papel de filtro
Placas de CCF

3.2. Métodos
3.2.1. Sintese do AAS

Para a síntese do AAS, utilizou-se o anidrido comercial, com o material na capela,


adicionou-se em um Erlenmeyer 5 g de ácido salicílico e 8 ml de anidrido acético enquanto
agitava-se manualmente o sistema. Adicionou-se 7 gotas de ácido sulfúrico ao meio
reacional. Ao observar a formação de precipitado, deixou-se descansar por 30 minutos. Em
seguida, transferiu-se o produto para um becker de 250 ml contendo 80 ml de água destilada
gelada. Com o auxílio de um papel de filtro e funil de buchner, filtrou-se o produto obtido e
lavou-se com água destilada gelada e adicionou-se hidróxido de bário ao filtrado filtrou-se o
produto até encerramento da reação. Após este passo, o filtrado foi para secagem.
Para avaliar a eficiência da reação do ponto de vista econômico e ecológico, o índice de
economia atômica quanto o fator E são métricas utilizadas, sendo a A% um parâmetro de
caráter teórico e uma ferramenta eficaz para estimar a quantidade de resíduos que serão
produzidos pela reação em questão (MELLO et al., 2019):
%EA= P. M do produto desejado/ ∑ P.M. das substâncias produzidas
Já o fator E é estabelecido como a relação entre a soma das massas dos subprodutos e a
massa do produto principal. Quanto maior for o fator E, mais quantidade de resíduo é
produzida e menos sustentável é o processo, em termos ambientais:

fator E= ∑ massas dos produtos secundários/ massa do produto desejado


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3.2.2 Recristalização do AAS

Para a recristalização do AAS, separou-se 0,300g do AAS obtido e acrescentou-se


cerca de 5mL de acetato de etila até dissolução do AAS, em seguida transferiu-se para papel
de filtro e deixou-se descansar.

3.2.3. Determinação Ponto de fusão AAS


Para o teste de fusão, usou-se um capilar com uma das extremidades fechadas e
adicionou-se pequena amostra do produto AAS e o acetato de etila delicadamente até o
fundo do capilar. Logo em seguida, levou-se o capilar até o aparelho de ponto de fusão e
anotou-se os valores atingidos.
3.2.4. Cromatografia de Camada Fina (CCF)

Para o teste cromatográfico, preparou-se quatro cubas utilizando becker de 250 mL com
papel de filtro dobrado ao meio, com função de desacelerar a volatização do solvente, em
seguida adicionou-se os solventes sendo que na primeira cuba, utilizou-se acetato de etila
100%, na segunda cuba adicionou-se Hexano 40% acetato de etila 60%, na terceira cuba
adicionou-se hexano 60% e acetato de etila 40% e na quarta cuba hexano 100%. Em seguida
preparou-se quatro placas de CCF com os spot, utilizando um capilar com as extremidades
abertas, fez-se o marcação dos spot com as amostras de AAS comercial AAS obtido e acido
salicílico comercial em cada placa de CCF, observando-se a altura para não correr o risco de
molhar no solvente. Em seguida, levou-se as placas de CCF para a corrida cromatográfica
onde coloca-se as placas de CCF na cuba e aguarda-se o solvente subir por difusão pela
placa, e com o auxilio de um vidro de relógio, fecha-se a cuba enquanto a corrida acontece.
Retira-se a placa de CCF da cuba antes do solvente atingir a marca de chegada e então leva-
se a placa para leitura na câmara uv.

3.2.5. Ensaio Fenol (Com FeCl3)


Separou-se 3 tubos de ensaio e adicionou-se em cada um 0,5 mL de água destilada. Em
seguida, adicionou-se uma pequena quantidade de ácido salicílico no primeiro tubo, no
segundo tubo adicionou-se o AAS obtido, Considera-se o terceiro tubo com teste branco
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mantendo-se apenas a água. Adicionou-se em cada tubo 1 gota de solução de cloreto
férrico 1% m/v e agitou-se para observar a reação.
3.2.6. Ensaio para ácido carboxílico (Relógio iodeto/iodato)
Separou-se tubos de ensaio e identificou cada um, em seguida adicionou-se 0,5mL de
etanol em cada tubo de ensaio. Adicionou-se uma pequena quantidade do AAS preparado no
primeiro tubo, no segundo adicionou-se AAS comercial, no terceiro adicionou-se ácido
salicílico, e no quarto tubo manteve-se apenas o etanol para fins de teste branco. Adicionou-
se a cada tubo 2 gotas de iodeto de potássio e com auxílio de um Becker com água levou-se
os tubos de ensaio com as mistura para aquecimento em banho maria por 2 minutos. E
aguardou-se o resfriamento. Após resfriar, adicionou-se uma gota do reagente amido e
observa-se a coloração. Na ausência da cor azul trata-se a mistura com reagente iodato e
aquece-se em banho maria por cerca de 3 minutos.
3.2.7. Ensaio para ester (Cloridrato de endoxilomina)
Em um becker de 50mL dissolveu-se cerca de 50mg, uma ponta de espátula, da amostra
de AAS experimental em 1mL de etanol. Em seguida, transferiu-se para um tubo de ensaio e
adicionou-se 1mL de HCl 1M e então adicionou-se 1 gota de FeCl3 1% e observou-se a
coloração. Em seguida, repetiu-se o teste utilizando AAS comercial. Em um tubo de ensaio,
adicionou-se 50mg da amostra de AAS experimental e em seguida adicionou-se 1mL de
solução etanólica de cloreto de hidroxilamonia 0,5M. Adicionou-se 0,2mL de solução de
NaOH 20% m/V e então levou-se para aquecimento e em seguida resfriou-se o meio. Então,
adicionou-se 2 mL de ácido clorídrico 1M e por fim adicionou-se 1 gota de FeCl3 1%m/V e
então observou-se o surgimento da cor vinho. Repetiu-se esse teste utilizando AAS
comercial.

4. Resultados e Discussão

4.1. Sintese do AAS

O ácido acetilsalicílico é o princípio ativo de um grande número de analgésicos e foi o


primeiro fármaco de produção industrial sintetizado em larga escala. Sua síntese é feita a
partir do ácido salicílico, um ácido carboxílico, numa reação de esterificação. Nesta reação,
o grupo hidroxila (-OH) no anel de benzeno, no ácido salicílico, reage com o anidrido
acético para formar um grupo funcional éster(ENGEL et al., 2012). Para realização desta
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reação, o roteiro de prática orientava o uso de anidrido acético destilado, para evitar o
excesso de água durante a reação, já que esta é um produto da decomposição do
anidrido. Contudo, por um equívoco, não foi utilizado o reagente destilado, resultando
numa massa de 3,578g, que seria em torno de 55% do rendimento estipulado na teoria:
138,12 g ácido salicílico ----- 180,15 g ácido acetilsalicílico
5 g ácido salicílico ------ X g ácido acetilsalicílico
X= 6,52g ácido acetilsalicílico
Rendimento experimental: 3,578 / 6,52g . 100 = 54.8 % de rendimento.
O valor que reflete a eficiência atômica, a %A também foi um valor muito baixo,
equivalente a 26,7%. Estes valores são semelhantes ao encontrado por Domingues et al.
2022, que pode ser explicado pela presença produtos secundários ou subprodutos devido a
reações paralelas e incompletas durante a formação, explicando a obtenção de baixos
rendimentos e eficiência atômica reacional reduzida. NA síntese de AAS parte do ácido
salicílico e do anidrido acético que não reagiram estarão presentes com ácido acetilsalicílico
, ácido acético e o catalisador (ENGEL et al., 2012), que no presente ensaio é o ácido
sulfúrico que pode se decompor em sulfato. Todos eles foram incluídos nos cálculos de %A
e fator E. Este último apresentou valor de 2,74. A baixa incorporação atômica implica no
aumento da geração de resíduos, levando ao aumento do valor do Fator E. O uso de ácido
sulfúrico como catalisador da reação implica a maior geração de resíduos, comparado com
metodologias que utilizam outro tipo de catalisador, como o acetato de sódio ou diminuem o
volume de anidrido acético da reação (DOMINGUES et al., 2022)

4.2. Recristalização do AAS


A purificação do ácido acetilsalicílico é realizada por cristalização. Quando a mistura da
reação, ainda quente, esfria, a solubilidade do ácido acetilsalicílico diminui, fazendo com
que ele se cristalize. As impurezas permanecem em solução ou são mínimas, resultando em
cristais principalmente de ácido acetilsalicílico. A adição de água após a formação dos
cristais ajuda a purificação, pois reduz ainda mais a solubilidade do ácido acetilsalicílico e
dissolve algumas impurezas. Para purificar ainda mais o produto, deve-se realizar um
procedimento de recristalização. Para evitar a decomposição do ácido acetilsalicílico, em
vez de água, deve-se utilizar acetato de etila como solvente para a recristalização (ENGEL
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et al., 2012). Na etapa de recristalização, foi retirada uma amostra de 0,300mg de AAS,
que foram solubilizadas em acetato de etila. Após filtagrem e secagem, resultou em
cristrais pequenos de cor transparente (FIGURA 3), com peso total de 0,292g,
totalizando 97,3% de rendimento de massa após o processo. Este material resultante foi
utilizado para demais testes físicos e quimicos de caracterização.

Figura 3: Ácido acetilsalicílico após processo de recristalização

4.3. Determinação do ponto de fusão AAS


A pureza de um material pode ser avaliada de duas maneiras através do seu ponto de
fusão: primeiro, a pureza do material é proporcional ao seu ponto de fusão, ou seja, quanto
mais pura a substância, maior será o seu ponto de fusão; segundo, pelo intervalo de ponto
de fusão, que deve ser estreito (ENGEL et al., 2012).O ponto de fusão do ácido
acetilsalicílico se encontra no valor de 135ºC. Todas as amostras apresentaram valores
bem abaixo ao encontrado na literatura, contudo a amostra que passou pelo processo de
recristalização apresentou um aumento na faixa de temperatura, indicando que impurezas
foram eliminadas (Tabela 1). Seria necessário fazer outra etapa de recristalização para
obtenção de AAS mais puro.
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Amostra AAS Ponto fusão inicial Ponto fusão final Δ Ponto de fusão

Pré recristalização 122,3ºC 124,8ºC 2,5ºC

Pós recristalização 124,8ºC 127,4ºC 2,6ºC


Tabela 1: Faixa de temperaturas de ponto de fusão das amostras de AAS

A impureza mais provável no produto após a purificação é o ácido salicílico, que pode
resultar de uma reação incompleta dos reagentes iniciais ou da hidrólise, que pode diminuir
o ponto de fusão da amostra e alargando o intervalo de fusão (ENGEL et al., 2012).
4.4 Cromatografia de camada fina
A cromatografia é definida como a separação de uma mistura de dois ou mais diferentes
compostos ou íons pela distribuição entre duas fases, uma das quais é a fase estacionária, e
a outra é a fase móvel. Em nossa aula experimental, foi determinado o uso de hexano 60%
e acetato de etila 40% como eluentes da fase móvel, após um ensaio preparatório. Hexano é
um hidrocarboneto alifático e é apolar, enquanto o acetato de etila possui um grupo éster
que confere maior polaridade à molécula.. Esta composição garante a separação correta dos
componentes das amostras, que se distinguem em A-AAS sintetizado, B- AAS comercial
(padrão) e C- ácido salicílico, que pode ser um subproduto no AAS não purificado
(FIGURA 4)

A B C

Figura 4: Placa cromatografia silica gel com amostras de ASS sintetizado (A), AAS
comercial(B) e ácido salicílico (C).
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Para fazer a análise da placa após a corrida, as placas foram expostas a luz UV, onde
se pode olhas as machas formadas e marcá-las para fazer o cálculo de fator de
retenção (Rf = distância percorrida pela substância/distância percorrida pela frente
de solvente):
A) Rf = 0,472 B) Rf = 0,472 C) Rf = 0,778
As amostras A e B, referentes ao AAS apresentam Rf semelhante, contudo a amostra
A apresenta uma mancha secundária, bem ao topo com Rf semelhante ao do ácido
salicílico. Como se trata da amostra sintetizada, pode indicar realmente a presença
do ácido salicílico, que é impureza mais provável no produto após a purificação que
pode resultar de uma reação incompleta dos reagentes ou da hidrólise. O ácido
salicílico apresentar maior polaridade, necessitando de um solvente mais polar como
o acetato de etila para carreá-lo pela fase estacionária (ENGEL et al., 2012).

4.5. Ensaio Fenol (Com FeCl3)


A reação de hidrólise do ácido acetilsalicílico produz ácido salicílico,que juntamente
com outras substâncias que possuem um grupo hidroxila na estrutura do benzeno,
são conhecidos como fenóis. É a mais provável impureza que pode ser produto após
a purificação, sendo um teste necessário para garantir a pureza do produto.

Figura 5: Ensaio para avaliação de fenóis, contendo amostras 1-ácido salicílico


(Controle positivo), 2- AAS sintetizado e 3- AAS padrão comercial.
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Os fenóis reagem vividamente com o cloreto férrico, formando um complexo de


intensa coloração violeta devido ao íon Fe3+, como podemos ver no controle
positivo contendo ácido salicílico (FIGURA 5). As amostras de AAS continuaram
transparentes, com uma leve mudança para a cor roxa, indicando que poderia haver
contaminação por ácido salicílico. Diferentemente do AAS, que não é considerada
um fenol devido à ausência de um grupo hidroxila diretamente ligado ao benzeno,
deveria permanecer incolor. Esta característica torna simples a identificação do ácido
salicílico presente no produto final, uma vez que a aspirina não reage com o cloreto
férrico (ENGEL et al., 2012).

4.6 Ensaio para ácido carboxílico (Relógio iodeto/iodato)

O ensaio do relógio iodeto/iodato é uma técnica eficaz para detectar a presença de


ácidos carboxílicos, como impurezas no ácido acetilsalicílico, proporcionando uma
verificação adicional da pureza do produto purificado. A presença de ácido
carboxílico (como o ácido salicílico, um possível impureza no AAS) catalisará a
reação entre iodeto e iodato, resultando na formação de iodo livre (I₂), que reage
com o amido para formar uma coloração azul intensa.

Figura 6: ensaio ácido carboxílico 1- AAS sintetizado, 2- AAS comercial,


3- ácido salicilico e 4- Branco (controle negativo)
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Nas amostras de AAS, incluindo a amostra comercial foi possível ver a presença de
ácido salicilico, pela mudança de coloração, indicando a presença de impurezas,
provavelvemente pela decomposição do AAS por hidrólise (ENGEL et al., 2012).

4.7 Ensaio para éster (Cloridrato de hidroxilomina)


O ensaio com cloridrato de hidroxilamina é um método eficaz para detectar a
presença de grupos éster, como os presentes no ácido acetilsalicílico, permitindo a
confirmação da presença do produto desejado após o processo de purificação.
Ao serem aquecidos com a hidroxilamina, os ésteres são convertidos para os ácidos
hidroxâmicos correspondentes, formam complexos fortes com o íon férrico,
resultando na coloração vermelha (ENGEL et al., 2012).Utilizando as amostras de
AAS sintetizado, observamos o aparecimento de uma cor vinho mais clara,
comparado com o vinho escuro quase roxo, que a amostra com AAS padrão,
indicando a presença do grupo éster nas amostras (FIGURA 7).

Figura 7: A esquerda tubo de ensaio contendo AAS sintetizado e a direita tubo com
AAS comercial.
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5. Conclusões
A proposta deste presente trabalho foi alcançada pela síntese do ácido
acetilsalicílico, que apresentou rendimento dentro do esperado e sua caracterização, pelos
ensaios físicos e químicos realizados, para detecção de impurezas.

6. Referências Bibliográficas

1.BASSAN, A. Estudo sobre a síntese do ácido acetilsalisílico. Trabalho de conclusão


de curso. (Graduação em Química) – Universidade do Sagrado Coração – Bauru – SP.
2015.
2. DOMINGUES, L.;MAGALHAES, C.; SANDRI, M. Síntese do Ácido
Acetilsalicílico: Uma proposta para Laboratórios de Graduação empregando a Química
Verde. Quím. nova esc. vol. 44, N° 2, p. 105-114, MAIO 2022
3.ENGEL, R.G.; KRIZ, G.S.; LAMPMAN,G.M.; PAVIA, D.L. Química Orgânica
Experimental – Técnicas de escala pequena, 3ª edição, versão traduzida, São Paulo:
Cengage Learning, 2012.
4. SOLOMONS, T. W.; FRYHLE, C. B. Química orgânica. 10ª edição, Vol 2. Rio de
Janeiro: LTC. 2012

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