Lista3 9980546
Lista3 9980546
nºUSP: 9980546
6. Uma esfera condutora aterrada de raio R e uma carga q a uma distância d do centro e o potencial dentro
sendo V = ϕ0 :
Figure 1: Condutor Esférico Aterrado, com potencial V = ϕ0 , carga externa q a uma distância d e raio R.
Como não sabemos a princípio a distribuição de cargas, podemos pensar em substituição desse condutor por uma
carga imagem, para seja satisfeita a condição onde V = ϕ0 . Assim para esse tratamento consideremos o método
das imagens.
Imaginemos uma carga imagem q ′ no interior da esfera, onde q ′ < 0, dado que a carga q sempre gerará um
potencial positivo em todos os pontos da esfera, então para fazer com que o potencial seja ϕ0 é necessário que
pensemos a princípio em uma carga imagem negativa para que consequentemente o potencial gerado seja negativo
e a soma de q e q ′ seja zero, depois mais a frente pensaremos um uma outra carga imagem que junto à q ′ satisfaça
a condição estabelecida pelo problema.
1
Figure 2: Adição da carga imagem ao problema
Considerando essa carga q ′ colocada em uma região mais próxima da borda da esfera a fim de balancear a
distribuição de cargas no contorno, cuja distância escolhida é sendo b em relação ao centro da esfera.
A partir desse passo, consideremos um ponto qualquer no espaço e nos perguntamos qual seria o potencial nesse
ponto P escolhido:
2
Para responder a essa pergunta, partimos da consideração os vetores que relacionam a distância das cargas q e
q ′ em relação ao ponto P determinado, feito isso, consideremos V (r)1 :
q′
1 q
V (r) = − (1)
4πϵ0 r r ′
Considerando a equação 1 podemos buscar um método de encontrar esse potencial em termos de θ dado que
estamos tratando um caso esférico , assim como é possível visualizar na Figura 3. Quando analisar ar amos o
triângulo formado pelo −
→r e r ′ temos θ sendo oposto ao r ′ e quando analisar ar amos o triângulo maior verificamos
que o ângulo θ é oposto ao r. Disso, podemos aplicar as leis dos cossenos para que possamos escrever tanto r como
r ′ em termos de θ. Assim:
(
r 2 = r2 + d2 − 2rd cos θ
′ (2)
r 2 = r2 + b2 − 2rb cos θ
Por meio da equação 2 podemos retornar a equação 1, assim:
" #
1 q q′
V (r) = + (3)
4πϵ0 r 2 + d2 − 2rd cos θ1/2 r 2 + b2 − 2rb cos θ
1/2
Aqui temos duas incógnitas , q ′ e b e para encontrá -las precisamos ter duas equações, assim, uma forma de
analisar ar ar ar se essa equação acima satisfaz a condição de contorno onde V (r = R) = ϕ0 , escolhemos dois θ
distintos e avaliamos seus comportamentos em relação a equação, tendo de valer para qualquer ângulo θ.
Para θ = 0:
′
1 q q
= 1/2
+
1/2
4πϵ0
2
R + d2 − 2Rdcos (θ = 0) R2 + b2 − 2Rbcos (θ = 0)
| {z } | {z }
1 1
" #
′
1 q q
= 1/2
+ 1/2
4πϵ0 (R2 + d2 − 2Rd) (R2 + b2 − 2Rb)
q(R − b) − q ′ (d − R) = 0
Para θ = π:
q q′
− = 0
d+R R+b
q(R + b) − q ′ (d − R) = 0
O que resulta um sistema de equações, com elas podemos encontrar tanto q ′ quanto b.
(
q(R − b) − q ′ (d − R) = 0
q(R + b) − q ′ (d − R) = 0
Onde aplicando a soma destas, temos:
1 Para equações usarei r para designar o vetor −
→
r e em negrito para designar as distancias r e r ′ das cargas q e q ′ .
3
qR
q′ =
d
E para subtração :
q′
b= R
q
Como conhecemos q ′ , então :
R2
b=
d
Substituindo esses valores na equação 4, temos:
qR
1 q d
V (r = R) = +
4πϵ0 (R2 + d2 − 2Rd cos θ)1/2 1/2
R2 2 2
− 2R Rd cos θ
R2 + d
O que temos dessa substituição é que para quando consideramos V (r = R) chegamos a um resultado V (r = R)
= 0, o que faria sentido se o potencial dentro da esfera fosse zero, no entanto, como o potencial não é nulo, não
podemos considerar apenas uma carga imagem, já que esta faz com que o potencial seja nulo em toda a borda da
esfera, porém o potencial nesse problema vale ϕ0 , Então para que possamos obedecer a essa condição de contorno
precisamos considerar uma segunda carga imagem q ′′ . Exatamente nos pontos da esfera r = R, gerando um
potencial constante que podemos considerar sendo ϕ0 , assim:
Considerando uma nova carga imagem q ′′ , ao passo que no contorno é gerado um potencial V = ϕ0 :
q ′′
V (r) =
4πϵ0
q ′′
V (r = R) = ϕ0 =
4πϵ0
q ′′ = 4πϵ0 ϕ0
4
Então somando todas as contribuições dos potenciais de todas as cargas consideradas, temos:
qR
q 1 R R
1/2 − d
1/2 + r ϕ0 se r > 0
d
Assim o que percebemos é que o vetor unitário n̂ é perpendicular a superfície da esfera assim como o vetor que
relaciona o centro da esfera até o ponto P , →
−
r . Sendo assim, a igualdade vale:
n̂ = r̂
Assim, partindo da definição de:
∂V σ
=− (5)
∂r ϵ0
Sendo esta a expressão que indica o gradiente do potencial elétrico em relação à distância radial sendo diretamente
proporcional à densidade de carga superficial σ e inversamente proporcional à permissividade do espaço livre ϵ0 ,
sendo a equação de Gauss para o campo elétrico em termos do potencial elétrico. Assim, partindo -se da equação
5, podemos portanto encontrar a densidade de carga.
R2
∂V 1 q d cos θ − 2r
2 R 2 d cos θ − 2r R
= − 3/2
− 3/2 + r2 ϕ0
∂r 2 4πϵ d 2
0 2 2
(r + d − 2rd cos θ) R2 2 2
− 2r Rd cos θ
r + d
5
E para obter σ é necessário multiplicar ambos os lados por ϵ0 .
R2
∂V q d cos θ − r R d cos θ − r R
−ϵ0 =− − 3/2 + r2 ϕ0 ϵ0
∂r 4π (r2 + d2 − 2rd cos θ)3/2 d 2
2
R2 R2
r + d − 2r d cos θ
No entanto essa solução ainda não satisfaz a condição onde r = R, assim, considerando isso, temos:
R2
∂V q d cos θ − R R d cos θ − R ϕ0
−ϵ0 = − − 3/2 + R ϵ0
∂r 4π (R2 + d2 − 2Rd cos θ)3/2 d
R2 2 3
− 2 Rd cos θ
R2 + d
(6)
Partindo da equação 6, podemos simplificar essa expressão:
R2 R
R d cos θ − R 1 cos θ − 1
d
3/2 = 3/2 (7)
d 2 R2 2 3 Rd 2
− 2 Rd cos θ 1+ R − 2R
R + d d d cos θ
R R
1 d cos θ − 1 d2 d cos θ − 1
3/2 = (8)
Rd R 2 R (R2 + d2 − 2Rd cos θ)3/2
− 2R
1+ d d cos θ
d2
" # " #
−R + q d2 − R 2
q R 1 ϕ0
− 3/2
= − 3/2
+
4π 2 2
(R + d − 2Rd cos θ) 4π R 2 2
(R + d − 2Rd cos θ) R
" #
q d − R2
2
1 ϕ0
σ(θ) = 3/2
−
4π R (R2 + d2 − 2Rd cos θ) R
ˆ2πˆπ " # !
d2 − R2
q 1 ϕ0
Qtot = 3/2
− R2 sin θdθdϕ
4π R (R2 + d2 − 2Rd cos θ) R
0 0
ˆ2π ˆπ ˆπ
d2 − R 2
q sin θ ϕ0
= dϕ 3/2
dθ− R2 sin θdθ
4π R 2 2
(R + d − 2Rd cos θ) R
0 0 0
(1) (2) (3)
6
(1)
ˆ2π
2π
dϕ = [ϕ]0 = 2π
0
(2)
ˆπ
sin θ
3/2
dθ
(R2 + d2 − 2Rd cos θ)
0
u = R2 + d2 − 2Rd cos θ
du = 2Rd sin θdθ
du
dθ =
2Rd sin θ
avaliando os limites de integração
u(θ = 0) = R2 − d2 − 2Rd
= (R − d)2
u(θ = π) = (R + d)2
ˆ
2
(R+d) (R+d)2
1 du 1 −2
3/2
⇒
Rd (u) 2Rd u1/2 (R−d)2
(R−d)2
1 1 1 1 1
⇒ −
Rd
1/2 Rd |R + d| |R − d|
2
(R + d)
(3)
ˆπ
ϕ0 ϕ0 π
− R2 sin θdθ = − [− cos θ]0
R R
0
ϕ0 ϕ0
− [1 − (−1)] = −2
R R
Unindo as partes (1), (2) e (3):
q d2 − R2
1 1 1 ϕ0
Qtot = 2πR2 − −2
4π R Rd |R + d| |R − d| R
2 2
q d −R 1 1 1
= 2πR − − 2ϕ0
4π R d |R + d| |R − d|
7
d2 − R 2
2 q 1 1 1
Qtot = 2πR − − 2ϕ0
4π (d + R) (d − R)
R d
q d − R2 1
2
2 − R
d −d
− R
= 2πR − 2ϕ0
4π R d (d + R)(d − R)
q d2
− R2 1
−2R
= 2πR2 − 2ϕ0
4π d (d + R)(d − R)
R
| {z }
d2 −R
2
1 q
Qtot = −2πR + 2ϕ0 ϵ0
d 2π
Por fim, para a força elétrica sobre a carga pontual aplicamos a Lei de Coulomb em termos da superposição das
cargas, ou seja:
1 q1 Q q2 Q
F = F1 + F2 + . . . = rˆ1 + 2 rˆ2 + . . .
4πϵ0 r12 r2
Assim
qq ′ qq ′′
1
F = 2
+ (9)
4πϵ0 (b − d) (d)2
R2
Sabemos que b = d , q′ = − R ′′
d q e q = 4πϵ0 Rϕ0 , então substituindo na equação 9, temos:
1 q 2 Rd qϕ0 R
F = − +
4πϵ0 (R − d2 )2
2 d2
q 2 Rd
1 qϕ0 R
F = − + r̂
4πϵ0 (R2 − d2 )2 d2
References
[Gráficos] https://colab.research.google.com/drive/1PLkWfehUrHAya4M5pHvZbFdkX8M7lpb_?usp=sharing