MATERIAL - Classificação de Riscos
MATERIAL - Classificação de Riscos
Este laudo identifica quais são as atividades insalubres da empresa, para comprovar e
informar a atividade exercida sob condições especiais nos formulários do perfil
profissiográfico previdenciário, exigida pelo IPREV, para fins do requerimento das
aposentadorias especiais.
Todo servidor que labora com habitualidade em locais insalubres, periculosos ou em contato
permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, nos termos do Art. 79
da Lei Complementar no 840/2011, Normas Regulamentadoras (NRs) no 15 e 16 do
Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) com seus respectivos anexos, pode solicitar a
Gerência de Segurança do Trabalho (GST) a elaboração do documento para ter ciência se o
local de trabalho é seguro e saudável, bem como se tem o direito ou não a percepção do
referido adicional.
5.4 Perícia
A perícia é fundamental para a comprovação da periculosidade ou insalubridade. Se
requerida na Justiça do Trabalho, a insalubridade ou periculosidade será averiguada por
perito habilitado. Também é facultado às empresas e aos sindicatos das categorias
profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em
estabelecimento. Além disso, há algumas divergências acerca da questão quanto aos cálculos
dos adicionais (reflexos, base de cálculo etc.) bem como acerca de algumas atividades.
efeitos irritantes: são causados, por exemplo, por ácido clorídrico, ácido sulfúrico,
amônia, soda cáustica, cloro, que provocam irritação das vias aéreas superiores.
efeitos asfixiantes: gases como hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido
de carbono, monóxido de carbono e outros causam dor de cabeça, náuseas, sonolência,
convulsões, coma e até morte.
efeitos anestésicos: a maioria dos solventes orgânicos assim como o butano, propano,
aldeídos, acetona, cloreto de carbono, benzeno, xileno, álcoois, tolueno, tem ação
depressiva sobre o sistema nervoso central, provocando danos aos diversos órgãos. O
benzeno especialmente é responsável por danos ao sistema formador do sangue.
Os aerodispersóides: que ficam em suspensão no ar em ambientes de trabalho, podem ser
poeiras: minerais, vegetais, alcalinas, incômodas ou fumos metálicos:
poeiras minerais: provêm de diversos minerais, como sílica, asbesto, carvão mineral, e
provocam silicose quartzo, asbestose (asbesto), pneumoconioses (ex.: carvão mineral,
minerais em geral);
poeiras vegetais: são produzidas pelo tratamento industrial, por exemplo, de bagaço de
cana de açúcar e de algodão, que causam bagaçose e bissinose, respectivamente;
poeiras alcalinas: provêm em especial do calcário, causando doenças pulmonares
obstrutivas crônicas, como enfisema pulmonar;
poeiras incômodas: podem interagir com outros agentes agressivos presentes no
ambiente de trabalho, tornando os mais nocivos à saúde;
fumos metálicos: provenientes do uso industrial de metais, como chumbo, manganês,
ferro etc., causam doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos metálicos,
intoxicações específicas, de acordo com o metal.
GRUPO II – Agentes físicos
São considerados agentes físicos, aqueles capazes de provocar riscos à saúde: ruídos,
vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, pressões anormais, temperaturas extremas,
iluminação deficiente, umidade etc.
Riscos à saúde:
ruídos provocam cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da audição (surdez
temporária, surdez definitiva e trauma acústico), aumento da pressão arterial, problemas
no aparelho digestivo, taquicardia, perigo de infarto;
vibrações cansaço, irritação, dores nos membros, dores na coluna, doença do movimento,
artrite, problemas digestivos, lesões ósseas, lesões dos tecidos moles, lesões circulatórias;
calor ou frio extremos: taquicardia aumento da pulsação, cansaço, irritação, fadiga
térmica, prostração térmica, choque térmico, perturbação das funções digestivas,
hipertensão;
radiações ionizantes: alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais, acidentes
do trabalho;
radiações não ionizantes: queimaduras, lesões na pele, nos olhos e em outros órgãos. É
muito importante saber que a presença de produtos ou agentes no local de trabalho como,
por exemplo, radiações infravermelho, presentes em operações de fornos, de solda
oxiacetilênica; ultravioleta, produzida pela solda elétrica; de raios laser podem causar ou
agravar problemas visuais (ex. catarata, queimaduras, lesões na pele etc.), mas isto não
quer dizer que, obrigatoriamente, existe perigo para a saúde, isso depende da combinação
de muitas condições como a natureza do produto, a sua concentração, o tempo e a
intensidade que a pessoa fica exposta a eles, por exemplo;
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instalações elétricas deficientes: trazem riscos de curto circuito, choque elétrico, incêndio,
queimaduras, acidentes fatais;
matéria prima sem especificação e inadequada: acidentes, doenças profissionais, queda
da qualidade de produção;
ferramentas defeituosas ou inadequadas: acidentes, com repercussão principalmente nos
membros superiores;
falta de EPI ou EPI inadequado ao risco: acidentes, doenças profissionais;
transporte de materiais, peças, equipamentos sem as devidas precauções: acidentes;
edificações com defeitos de construção: a exemplo de piso com desníveis, escadas fora de
ausência de saídas de emergência, mezaninos sem proteção, passagens sem a altura
necessária: quedas, acidentes;
falta de sinalização das saídas de emergência, da localização de escadas e caminhos de
fuga, alarmes, de incêndios: ações desorganizadas nas emergências, acidentes;
armazenamento e manipulação inadequados de inflamáveis e gases, curto circuito,
sobrecargas de redes elétricas: incêndios, explosões;
armazenamento e transporte de materiais: a obstrução de áreas traz riscos de acidentes,
de quedas, de incêndio, de explosão etc.;
equipamento de proteção contra incêndios: quando deficiente ou insuficiente, traz
efetivos riscos de incêndios;
sinalização deficiente: falta de uma política de prevenção de acidentes, não identificação
de equipamentos que oferecem risco, não delimitação de áreas, informações de
segurança insuficientes etc. comprometem a saúde ocupacional dos funcionários.
Contaminantes ambientais
No ambiente de trabalho, podemos encontrar seis tipos mais comuns de agentes químicos
ou substâncias contaminantes:
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Limites de tolerância
O fato dos trabalhadores estarem expostos a agentes físicos, químicos ou biológicos não
implica necessariamente que venham a contrair uma doença do trabalho. Para tanto, é
necessário que estejam expostos a uma determinada concentração ou intensidade e que o
tempo de exposição seja suficiente para atuação nociva destes agentes sobre o ser humano.
“Limites de Tolerância” são concentrações dos agentes químicos ou intensidades dos agentes
físicos presentes no ambiente de trabalho sob as quais os trabalhadores podem ficar
expostos durante toda a sua vida laboral sem sofrer efeitos adversos à sua saúde.
Esses limites têm por objetivo garantir a proteção da saúde do trabalhador e estão
definidos na NR 15 da Portaria no 3.214/1978 do Ministério do Trabalho, ex.: quadro n o 1
da NR 15 Anexo no 11.
Absorção Grau de a insalubridade a
Agentes Valor Até 48 horas/semana PPM*
também ser considerado no caso de
químicos teto mg/m3
pela pele sua caracterização.
Álcool Metílico
+ 156 200 máximo
(metanol)
Álcool n-
+ 156 390 médio
propílico
Riscos físicos
Pressões extremas
As atividades exercidas em locais de pressões extremas (altas ou baixas) requerem
equipamentos especiais e rigoroso treinamento. Um exemplo é o dos mergulhadores que
trabalham em obras submarinas.
Ruídos
As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir
níveis excessivos, provocando a curto, médio e longo prazos sérios prejuízos à saúde.
Dependendo do tempo da exposição, do nível sonoro e da sensibilidade individual, as
alterações auditivas poderão manifestar se imediatamente ou se começará a perder a
audição gradualmente. Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de
exposição ocupacional (Ver tabela a seguir).
Níveis de ruídos aceitáveis
Máxima exposição diária
Nível de ruído DB(A)
permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 45 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 35 minutos
106 30 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Principais efeitos prejudiciais do ruído excessivo sobre a pessoa
Efeitos nocivos do ruído
Sobre o sistema nervoso Modificações das ondas eletroencefalográficas.
Fadiga nervosa.
Perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar
ideias.
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Para a confecção do mapa de riscos não será necessária a medição do nível de ruído. A avaliação
é sensitiva: “aquele ruído que incomoda um pouco ou mais ou menos?”. Não interessa se é da
ordem de 85 ou 70 db, o que importa é que incomoda e tomar-se-ão medidas para minimizá-lo.
Radiações
Radiações ionizantes: os operadores de aparelhos de Raios X e Radioterapia
frequentemente estão expostos a esse tipo de radiação. Seus efeitos podem afetar o
organismo (crônicos, agudos, genéticos ou somáticos “físicos”), podendo se manifestar
nos descendentes. Deve se tomar cuidados especiais quanto às operações e ao ambiente.
Radiações não ionizantes: as radiações presentes em operações de fornos de solda
oxiacetilênica; ultravioleta, produzida pela solda elétrica; de raios laser podem causar ou
agravar problemas visuais a exemplo da catarata; provocar queimaduras, lesões na pele
etc.
Temperaturas extremas
Calor: altas temperaturas são nocivas à saúde do trabalhador, podendo provocar
catarata, câimbras, insolação, desidratação, distúrbios psiconeuróticos, erupção da pele,
problemas circulatórios. Obs.: o uso de lentes de contato por operadores de fornos,
soldadores (arco voltaico) e demais trabalhadores que enfrentam calor externo é
contraindicado, podendo provocar até perda da visão.
Frio: baixas temperaturas também são nocivas à saúde podendo provocar feridas,
rachaduras e necrose da pele, enregelamento, gangrena e amputação do membro lesado.
Outras consequências possíveis de temperaturas muito baixas são o agravamento de
doenças musculares periféricas preexistentes e de doenças reumáticas, predisposição
para acidentes e doenças das vias respiratórias.
Vibrações
Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, as
quais podem ser prejudiciais para o trabalhador. As vibrações podem ser localizadas ou
generalizadas. Vibrações localizadas são causadas por ferramentas manuais, elétricas
pneumáticas. Com o tempo poderão provocar alterações neurovasculares nas mãos,
problemas nas mãos e braços e osteoporose (perda da substância óssea). As vibrações
generalizadas ou do corpo inteiro podem afeitar os operadores de grandes máquinas,
como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores, provocando dores lombares e lesões
na coluna vertebral.
Umidade
As atividades ou operações executadas em locais alagados; ou encharcados, com umidade
excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são situações insalubres
e devem ter a atenção dos prevencionistas através de inspeções realizadas nos locais de
trabalho para se estudar a implementação de medidas de controle.
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Riscos biológicos
Agentes Biológicos são microrganismos que, em contato com o homem podem provocar
inúmeras doenças. São considerados como agentes biológicos os bacilos, bactérias, fungos,
protozoários, parasitas, vírus. Entram nesta classificação também os escorpiões bem como
as aranhas, insetos e ofídios peçonhentos. Muitas atividades profissionais favorecem o
contato com tais agentes. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública
(coleta de lixo), laboratórios etc.
Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por micro-organismos incluem se:
tuberculose, brucelose, malária, febre amarela etc.
Para que estas doenças possam ser consideradas doenças profissionais, é necessário que
haja exposição do funcionário a estes micro-organismos.
É necessário que sejam tomadas medidas preventivas para que as condições de higiene e
segurança nos diversos setores de trabalho sejam adequadas.
As medidas preventivas mais comuns são:
Controle médico permanente;
Uso do E. P. I. (Equipamento de Proteção Individual);
Higiene rigorosa nos locais de trabalho;
Hábitos de higiene pessoal; uso de roupas adequadas;
Vacinação;
Treinamento.
Para que uma substância seja nociva ao homem, é necessário que ela entre em contato com
seu corpo. Existem diferentes vias de penetração no organismo humano com relação à ação
dos agentes biológicos: cutânea (através da pele), digestiva (ingestão de alimentos) e
respiratória (aspiração de ar contaminado).
Riscos ergonômicos
São os riscos ligados à execução e à organização de todos os tipos de tarefas. Por exemplo, a
altura inadequada do assento da cadeira, a distância insuficiente entre as pessoas numa
seção, a monotonia do trabalho, o isolamento do trabalhador, o treinamento inadequado ou
inexistente etc. A ergonomia ou engenharia humana é uma ciência relativamente recente que
estuda as relações entre homem e seu ambiente de trabalho.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define a ergonomia como a “aplicação das
ciências biológicas humanas em conjunto com os recursos e técnicas da engenharia para
alcançar o ajustamento mútuo, ideal entre o homem e seu trabalho, e cujos resultados se
medem em termos de eficiência humana e bem-estar no trabalho”.
Os agentes ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios
danos à saúde do trabalhador porque produzem alterações no organismo e no estado
emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e segurança.
Para evitar que esses agentes comprometam a atividade é necessário adequar o homem às
condições de trabalho do ponto de vista da praticidade, do conforto físico e psíquico e do
visual agradável. Isso reduz a possibilidade da ocorrência de acidentes.
Essa adequação pode ser obtida por meio de melhores condições de higiene no local de
trabalho, melhoria do relacionamento entre as pessoas, modernização de máquinas e
equipamentos, uso de ferramentas adequadas, alterações no ritmo de tarefas, postura
adequada, racionalização, simplificação e diversificação do trabalho.
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Riscos ambientais