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Pós Agro - Aula 01

O agronegócio brasileiro teve um saldo positivo de US$ 7,7 bilhões em 2022 e representa 27,4% do PIB do país. O Estatuto da Terra e a tributação são fundamentais para regular as atividades agrárias e mitigar problemas sociais e ambientais. O ITR, imposto sobre a propriedade rural, possui alíquotas variáveis e isenções específicas, visando estimular a produtividade e a função social da propriedade.

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O agronegócio brasileiro teve um saldo positivo de US$ 7,7 bilhões em 2022 e representa 27,4% do PIB do país. O Estatuto da Terra e a tributação são fundamentais para regular as atividades agrárias e mitigar problemas sociais e ambientais. O ITR, imposto sobre a propriedade rural, possui alíquotas variáveis e isenções específicas, visando estimular a produtividade e a função social da propriedade.

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Agronegócio: Aspectos Gerais

Para vislumbramos o impacto do agronegócio, o ano de 2022 começou


com saldo positivo de US$ 7,7 bilhões na balança comercial do agronegócio,
de acordo com o IPEA. Segundo a CEPEA-Esalq-USP, o Produto Interno Bruto
(PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 8,36% em 2021, sendo que o setor
alcançou participação de 27,4% no PIB brasileiro.
A importância do agronegócio no Brasil é tamanha que a B3, Bolsa de
Valores do Brasil conta com um indicador próprio para o agronegócio, o
Índice Agro Free Float Setorial (IAGRO B3) para facilitar investimento no setor,
permitido que fundos passivos, passem a ser oferecidos para os investidores.
Apesar das questões ambientais e de desigualdade social o agronegócio
é fundamental e persevera para o desenvolvimento econômico e social
brasileiro, seja pela sua representatividade no PIB e nas exportações, como
ainda pela própria vocação existente em nosso país para seu exercício.
O Direito tributário e o Direito Agrário são essenciais como forma de
mitigar os aspectos negativos do agronegócio, pois o Estado, com a
tributação, pode alavancar investimentos para áreas sensíveis, como
exemplo, a fome, desigualdade social, desmatamento e poluição.
O Direito Agrário é o conjunto de princípios e normas de direito público
e privado que visa disciplinar as relações emergentes da atividade agrária
com base na função social da propriedade. O direito agrário surge com a
EC/10 de 1964 na Constituição de 1946. Nessa emenda colocou-se a
desapropriação para fins de reforma agrária e o Estatuto da Terra (Lei
4.504/64) normatizou o direito agrário no Brasil. O Estatuto da Terra, apesar
de muito derrogada, é extremamente importante pois entendida como lei
conceitual, que criou diversos conceitos, como de latifúndio, minifúndio,
entre outros.
A tributação do agronegócio, por força de suas peculiaridades e
propósitos, inclusive, constitucionais, deve ser regulada de forma a ser
fomentada e incentivada, o que se concretiza por meio de instrumentos
fiscais de incentivos e tratamento diferenciado.
Nesse sentido, o Estatuto da Terra L. 4.504/64 (e estatuto) também
regula os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais, para os
fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola, além
de diversos outros institutos, como contratos. O Estatuto da Terra tem
campo de incidência nos contratos celebrados para uso dos imóveis para
atividade agrícola, pecuária, extrativa ou mista na hipótese de o imóvel situar
na área rural.
Os contratos agrários têm assim suas bases no Estatuto da Terra e
resultam tanto do acordo de vontades, como também de normas de
interesse coletivo, ou ordem pública, como exemplo, os contratos agrários
de parceria rural ou arrendamento. Isso porque no âmbito econômico a
produção agrária destina-se ao sustento das necessidades primárias do
homem, a propriedade imobiliária ganha destaque, ante a necessidade do
Poder Público regular o uso e gozo que garante a produção agrícola.

▪ Art. 96, § 1º

É o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por
tempo determinado ou não, o uso específico de imóvel rural, de parte ou
partes dele, incluindo, ou não, benfeitorias, outros bens e/ou facilidades, com
o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária,
agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e/ou lhe entrega animais para cria,
recria, invernagem, engorda ou extração de matérias-primas de origem
animal, mediante partilha, isolada ou cumulativamente, dos seguintes riscos:

I - caso fortuito e de força maior do empreendimento rural;

II - dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que


estipularem, observados os limites percentuais estabelecidos pela lei;

III - variações de preço dos frutos obtidos na exploração do


empreendimento rural.

A doutrina entende que a Parceria Agrícola para Parceiro-Outorgante


(proprietário) e o Parceiro-Outorgado, a tributação de Imposto de Renda de
Pessoa Física se dará como atividade rural, que poderá ser tributada de
acordo com a apuração do resultado líquido da atividade rural ou sendo
considerado como base de cálculo para exação o percentual de 20% (vinte
por cento) do resultado da receita bruta e a alíquota de 27,5% (vinte e sete
vírgula cinco por cento).
Por outro lado, o Contrato de Arrendamento e o rendimento auferido
pelo proprietário será tributado como aluguel, enquanto na Parceira Agrícola
a tributação incidirá com benesse à atividade rural com alíquota de 5,5%
(cinco por cento) para fins de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), ou
consoante o resultado líquido da atividade rural. A apuração das receitas e
despesas da pessoa jurídica ocorre diferentemente da pessoa física que
seguirá o regime contábil de competência, tanto pelo lucro real pelo lucro
presumido, e a pessoa jurídica qualquer que seja o seu objeto pagará o
imposto na alíquota de 15% (quinze por cento) sobre lucro real, presumido ou
arbitrado, conforme prevê o Regulamento do Imposto de Renda.

É um dos focos de fiscalização da Receita Federal, seja quanto às


receitas e respectivas despesas. A fiscalização ocorre por diversos
instrumentos, como o SPED, Livro Caixa Digital do Produtor Rural, Nota fiscal
eletrônica, Declaração de Ajuste Anual de IRPF, Declaração de ITR, GFIP, E-
social, além das informações bancárias resultantes de movimentações
financeiras.

▪ Art. 153, VI §4º CF e L.9.393/93 Lei do ITR

O ITR é estímulo para a produtividade e tem a alíquota variável que vai


da isenção aos 20%. A divisão da receita pelo ITR pelos entes estatais é de
50% da União e 50% município. Para a cobrança do ITR a Secretaria da Receita
Federal é a que tem competência para o processo administrativo fiscal e
assim administrar o ITR, ocorre que um convênio entre os entes pode permitir
que o município fique com 100% da arrecadação, isso porque como o
Município tem maior controle para supervisionar os imóveis, a Secretaria da
Receita Federal pode realizar convênio com Município para o recolhimento
do ITR, e consequentemente o Município poderá ficar com 100% da
arrecadação.
O Fato Gerador do ITR é a posse, domínio útil ou propriedade de imóvel
rural em 1º de janeiro. O ITR incide, inclusive, sobre o imóvel declarado de
interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a
propriedade. Exceto se houver imissão provisória na posse. O imóvel que
pertencer a mais de um Município deverá ser enquadrado naquele onde fique
a sede do imóvel. Não havendo sede, será enquadrado no Município onde se
localiza a maior parte.
A Alíquota do ITR é variável (0,03% a 20%) com progressividade (função
social) determinada com base na produtividade, que contabiliza a Área total
do imóvel X Grau de utilização. O imposto deve ser pago até o último dia útil
do mês fixado para a entrega da DIAT. Se a data não é respeitada incide os
juros (1% ao mês), a taxa referencial SELIC e multa moratória (de 0,33% ao dia
e máxima de 20%). A definição nos termos do art. 153, VI, §4º da CF/88, assim
como na lei 9.393/96 - Dispõe sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial
Rural - ITR .

São isentos do ITR:


a. Imóvel rural compreendido em programa oficial de Reforma Agrária,
atendendo cumulativamente, os seguintes requisitos:

Que a fração ideal por


Que seja explorado por família assentada não
associação ou ultrapasse os limites Que o assentado não
cooperativa de estabelecidos para a possua outro imóvel.
produção. pequena propriedade
rural.
b. Conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário cuja área total
observe os limites fixados na lei, desde que, cumulativamente, o proprietário:

O explore só ou
com sua família,
Não possuir outro
sendo admitida,
imóvel.
eventualmente, a
ajuda de terceiros.

Imóveis rurais oficialmente reconhecidos como área ocupada por


remanescente de comunidade Quilombola e que sejam explorados individual
ou coletivamente com ocupação direta pelos membros dessa comunidade
são isentos do ITR. Dispensa a constituição do crédito, a inscrição em dívida
ativa e o ajuizamento de execução fiscal.
Para o STJ, no Resp 969091 – SC, estão também isentas do ITR as áreas
de reserva legal. A discussão é se ela poderia ou não estar averbada na
matrícula do imóvel. Por conta do artigo 10, §1º, inciso II da Lei 9393/96. O STJ
decidiu que independem da averbação. Todas essas informações estarão no
cadastro do imóvel – CAFIR (Cadastro de Imóveis Rurais) – é um cadastro
administrado pela Secretaria da Receita Federal.

De acordo com o REsp 969091/ SC a área tributável é a área total do


imóvel, menos as áreas:

a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012;


(Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) (Vide art. 25 da Lei nº 12.844, de 2013)

b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão
competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior;

c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou


florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual;

d) sob regime de servidão ambiental; (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012).

e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de


regeneração; (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006)

f) alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada pelo poder
público.

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