Mapa de Risco
Mapa de Risco
O mapa é um levantamento dos pontos de risco nos diferentes setores das empresas. Trata-se
de identificar situações e locais potencialmente perigosos.
A partir de uma planta baixa de cada seção são levantados todos os tipos de riscos,
classificando-os por grau de perigo: pequeno, médio e grande.
Estes tipos são agrupados em cinco grupos classificados pelas cores vermelho, verde, marrom,
amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de agente: químico, físico, biológico, ergonômico e
mecânico.
A idéia é que os funcionários de uma seção façam a seleção apontando aos cipeiros os
principais problemas da respectiva unidade. Na planta da seção, exatamente no local onde se encontra o
risco (uma máquina, por exemplo) deve ser colocado o círculo no tamanho avaliado pela CIPA e na cor
correspondente ao grau de risco.
O mapa deve ser colocado em um local visível para alertar aos trabalhadores sobre os perigos
existentes naquela área. Os riscos serão simbolizados por círculos de três tamanhos distintos: pequeno,
com diâmetro de 2,5 cm; médio, com diâmetro de 5 cm; e grande, com diâmetro de 10 cm.
Tabela de Gravidade
4 Grande
2 Médio
1 Pequeno
03 - Riscos Físicos
RUÍDOS
As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir
níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazos provocar sérios prejuízos à saúde.
Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional.
Conseqüências
O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:
· fadiga nervosa;
· alterações mentais: perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar idéias;
· hipertensão;
· modificação do rítmo cardíaco;
· modificação do calibre dos vasos sanguíneos;
· modificação do ritmo respiratório;
· perturbações gastrointestinais;
· diminuição da visão noturna;
· dificuldade na percepção de cores.
Além destas conseqüências, o ruído atinge também o aparelho auditivo causando a perda temporária ou
definitiva da audição.
Medidas de controle
Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho, podem ser adotadas as
seguintes medidas:
· Medidas de proteção coletiva: enclausuramento da máquina produtora de ruído; isolamento de
ruído.
· Medida de proteção individual: fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI) (nocaso,
protetor auricular). O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou como medida
complementar.
· Medidas médicas: exames audiométricos periódicos, afastamento do local de trabalho,
revezamento.
· Medidas educacionais: orientação para o uso correto do EPI, campanha de conscientização.
· Medidas administrativas: tornar obrigatório o uso do EPI: controlar seu uso.
VIBRAÇÕES
Generalizadas - (ou do corpo inteiro) . As lesões ocorrem com os operadores de grandes máquinas,
como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores. Conseqüências: Lesões na coluna vertebral; dores
lombares.
RADIAÇÕES
São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A absorção das radiações
pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões. Podem ser classificadas em dois
grupos:
Radiações não ionizantes: São radiações não ionizantes a radiação infravermelha, proveniente de
operação em fornos , ou de solda oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a gerada por operações em
solda elétrica, ou ainda raios laser, microondas, etc.
Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele, etc.
Medidas de controle:
· Medidas de proteção coletiva: isolamento da fonte de radiação (ex: biombo protetor para operação
em solda), enclausuramento da fonte de radiação (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas
de raio-x).
· Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva,
perneira e mangote de raspa para soldador , óculos para operadores de forno).
· Medida administrativa: (ex: dosímetro de bolso para técnicos de raio-x).
· Medida médica: exames periódicos.
CALOR
FRIO
PRESSÕES ANORMAIS
Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões ambientais acima
ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão atmosférica a que normalmente estamos expostos.
Baixas pressões: são as que se situam abaixo da pressão atmosférica normal e ocorrem com
trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, são raros os trabalhadores expostos
a este risco.
Altas pressões: são as que se situam acima da pressão atmosférica normal. Ocorrem em trabalhos
realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos
executados por mergulhadores. Ex: caixões pneumáticos, compartimentos estanques instalados nos
fundos dos mares, rios, e represas onde é injetado ar comprimido que expulsa a água do interior do
caixão, possibilitando o trabalho. São usados na construção de pontes e barragens.
Conseqüências:
· ruptura do tímpano quando o aumento de pressão for brusco;
· liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sangüíneos e morte.
Medidas de controle
Por ser uma atividade de alto risco, exige legislação específica (NR-15) a ser obedecida.
UMIDADE
Conseqüências:
· doenças do aparelho respiratório;
· quedas;
· doenças de pele;
· doenças circulatórias.
Medidas de controle:
· Medidas de proteção coletiva: estudo de modificações no processo do trabalho, colocação de
estrados de madeira, ralos para escoamento.
· Medidas de proteção individual: fornecimento do EPI (ex: luvas, de borracha, botas, aventa para
trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, limpeza etc).
04 - Riscos Químicos
Os riscos químicos presentes nos locais de trabalho são encontrados na forma sólida, líquida e
gasosa e classificam-se em: poeiras, fumos, névoas, gases, vapores, neblinas e substâncias, compostos
e produtos químicos em geral.
Poeiras, fumos, névoas, gases e vapores estão dispersos no ar (aerodispersóides).
POEIRAS
São partículas sólidas geradas mecanicamente por ruptura de partículas maiores. As poeiras são
classificadas em:
· Poeiras minerais
Ex: sílica, asbesto, carvão mineral.
Conseqüências: silicose (quartzo), asbestose (amianto), pneumoconiose dos minérios de carvão
(mineral).
· Poeiras vegetais
Ex: algodão, bagaço de cana-de-açúcar.
Conseqüências: bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-açúcar) etc.
· Poeiras alcalinas
Ex: calcário
Conseqüências: doenças pulmonares obstrutivas crônicas, enfizema pulmonar.
· Poeiras incômodas
Conseqüências: interação com outros agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho,
potencializando sua nocividade.
FUMOS
Partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos. Ex: fumos de óxido de
zinco nas operações de soldagem com ferro.
Conseqüências: doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação específica de acordo
com o metal.
NÉVOAS
GASES
Estado natural das substâncias nas condições usuais de temperatura e pressão. Ex: GLP,
hidrogênio, ácido nítrico, butano, ozona, etc.
VAPORES
São dispersões de moléculas no ar que podem condensar-se para formar líquidos ou sólidos em
condições normais de temperatura e pressão. Ex: nafta, gasolina, naftalina, etc.
Névoas, gases e vapores podem ser classificados em:
· Irritantes: irritação das vias aéreas superiores.
Ex: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, soda caústica, cloro, etc.
· Asfixiantes: dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e morte.
Ex: hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbono, etc.
· Anestésicos: (a maioria solventes orgânicos). Ação depressiva sobre o sistema nervoso, danos
aos diversos órgãos, ao sistema formador de sangue (benzeno), etc.
· Ex: butano, propano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbono, tricloroetileno, benzeno, tolueno,
álcoois, percloritileno, xileno, etc.
Para avaliar o potencial tóxico das substâncias químicas, alguns fatores devem ser levados em
consideração:
· Concentração: quanto maior a concentração, mais rapidamente seus efeitos nocivos manifestar-
se-ão no organismo;
· Índice respiratório: representa a quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante a jornada de
trabalho;
· Sensibilidade individual: o nível de resistência varia de indivíduo para indivíduo;
· Toxicidade: é o potencial tóxico da substância no organismo;
· Tempo de exposição: é o tempo que o organismo fica exposto ao contaminante.
Medidas de controle
As medidas sugeridas abaixo pretendem dar apenas uma idéia do que pode ser adotado, pois
existe uma grande quantidade de produtos químicos em uso e as medidas de proteção devem ser
adaptadas a cada tipo.
Ventilação e exaustão do ponto de operação, substituição do produto químico utilizado por outro
menos tóxico, redução do tempo de exposição, estudo de alteração de processo de trabalho,
conscientização dos riscos no ambiente.
Fornecimento do EPI como medida complementar (ex: máscara de proteção respiratória para
poeira, para gases e fumos; luvas de borracha, neoprene para trabalhos com produtos químicos,
afastamento do local de trabalho.
05 - Riscos Biológicos
São considerados riscos biológicos: vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos e bacilos.
Os riscos biológicos ocorrem por meio de microorganismos que, em contato com o homem,
podem provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos.
É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta de lixo), laboratórios, etc.
Para que essa doenças possam ser consideradas doenças profissionais é preciso que haja
exposição do funcionário a estes microorganismos.
São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança nos
diversos setores de trabalho sejam adequadas.
Medidas de controle
As mais comuns são: saneamento básico (água e esgoto), controle médico permanente, uso de
EPI, higiene rigorosa nos locais de trabalho, hábitos de higiene pessoal, uso de roupas adequadas,
vacinação, treinamento, sistema de ventilação/exaustão.
Para que uma substância seja nociva ao homem, é necessário que ela entre em contato com seu
corpo. Existem diferentes vias de penetração no organismo humano, com relação à ação dos riscos
biológicos:
· Cutânea: ex: a leptospirose é adquirida pelo contato com águas contaminadas pela urina do rato;
· Digestiva: ex: ingestão de alimentos deteriorados;
· Respiratória: ex: a pneumonia é transmitida pela aspiração de ar contaminado.
06 - Riscos Ergonômicos
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define a ergonomia como " a aplicação das
ciências biológicas humanas em conjunto com os recursos e técnicas da engenharia para alcançar o
ajustamento mútuo, ideal entre o homem e o seu trabalho, e cujos resultados se medem em termos de
eficiência humana e bem-estar no trabalho".
Conseqüências
Medidas de controle
07 - Riscos de Acidentes
São considerados como riscos geradores de acidentes: arranjo físico deficiente; máquinas e
equipamentos sem proteção; ferramentas inadequadas; ou defeituosas; eletricidade; incêndio ou
explosão; animais peçonhentos; armazenamento inadequado.
Eletricidade
Instalação elétrica imprópria , com defeito ou exposta; fios desencapados; falta de aterramento
elétrico; falta de manutenção.
Incêndio ou explosão
2º) PASSO:
Fazer o fluxograma (desenho de todos os setores da empresa e das etapas de produção);
3º) PASSO:
Listar todas as matérias-primas e os demais insumos (equipamentos, tipo de alimentação das máquinas
etc.) envolvidos no processo produtivo.
4º) PASSO:
Listar todos os riscos existentes, setor por setor, etapa por etapa (se forem muitos, priorize aqueles que
os trabalhadores mais se queixam, aqueles que geram até doenças ocupacionais ou do trabalho
comprovadas ou não, ou que haja suspeitas). Julgar importante qualquer informação do trabalhador.
09 - Exemplos de Mapa de Risco