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identificação de SE com sensoriamento remoto

O artigo discute a identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta utilizando sensoriamento remoto, com foco em uma mina de bauxita no Pará. A pesquisa demonstra como a combinação de dados de campo e mapeamento por imagens de satélite pode apoiar o planejamento e gestão ambiental, destacando a importância de entender a relação entre ecossistemas, serviços e beneficiários. Os resultados indicam que o sensoriamento remoto é uma ferramenta eficaz para a identificação e avaliação de serviços ecossistêmicos.

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O artigo discute a identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta utilizando sensoriamento remoto, com foco em uma mina de bauxita no Pará. A pesquisa demonstra como a combinação de dados de campo e mapeamento por imagens de satélite pode apoiar o planejamento e gestão ambiental, destacando a importância de entender a relação entre ecossistemas, serviços e beneficiários. Os resultados indicam que o sensoriamento remoto é uma ferramenta eficaz para a identificação e avaliação de serviços ecossistêmicos.

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Vol. 53, p. 276-295, jan./jun. 2020. DOI: 10.5380/dma.v53i0.62669.

e-ISSN 2176-9109

Identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta


mediante sensoriamento remoto

Identification of ecosystem services in forest areas through remote sensing

Josianne Claudia Sales ROSA1*, Barbara Almeida SOUZA1, Luis Enrique SÁNCHEZ1
1
Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.
*
E-mail de contato: jcsrosa@usp.br

Artigo recebido em 7 de novembro de 2018, versão final aceita em 1 de abril de 2020, publicado em 19 de junho de 2020.

RESUMO: O conceito de serviços ecossistêmicos tem ganhado espaço em processos de tomada de decisão e na gestão
de projetos com potencial de causar significativa degradação ambiental, por explicitar a dependência que
a sociedade tem dos benefícios ofertados pelos ecossistemas. Ao mesmo tempo, com o desenvolvimento
de novos sensores e avanços tecnológicos, vem crescendo o uso de imagens de satélite como ferramenta
do planejamento e gestão ambiental. O objetivo deste trabalho é a aplicação do sensoriamento remoto na
identificação de ecossistemas, seus serviços e beneficiários para facilitar a aplicação do conceito de serviços
ecossistêmicos ao planejamento e gestão ambiental. Mediante aplicação a uma mina de bauxita no Pará, em
áreas de floresta amazônica de terra firme, são apresentadas as etapas para aplicação do conceito, desde o
mapeamento da cobertura da terra até a identificação de beneficiários. Discute-se que duas técnicas, coleta
de dados de campo com as comunidades e mapeamento da área por meio de classificação de imagens, são
complementares. Os resultados mostram a aplicabilidade do sensoriamento remoto como ferramenta eficaz
em suporte a identificação de serviços ecossistêmicos em contextos de planejamento e gestão ambiental.

Palavras-chave: classificação de imagens; mineração; recuperação de áreas degradadas; restauração ecológica.

ABSTRACT: The concept of ecosystem services has been used in decision-making processes and in the management of
projects with the potential to cause significant environmental degradation, by explaining the dependence
that society has on the benefits offered by ecosystems. In parallel, with the development of new sensors and
technological advances, the application of satellite imagery to environment planning and management has
also been growing. The objective of this work is to demonstrate the application of remote sensing to identify
ecosystems, their services and beneficiaries, is order to facilitate the application of the ecosystem services
concept to environmental planning and management. The steps for application, from land cover mapping to
the identification of beneficiaries were tested in a bauxite mine located in the Amazon forest. Two techniques

Desenvolv. e Meio Ambiente usa uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional 276
– collecting field data with communities and mapping the area through image classification –, are discussed
as providing complementary input. Results demonstrate the applicability of remote sensing as an effective
tool to support the identification of ecosystem services for environmental planning and management purposes.

Keywords: environmental impact assessment; remote sensing; mining; rehabilitation; ecological restoration.

1. Introdução locais, chamados de beneficiários, que, por sua vez,


podem obter os serviços diretamente como acesso
Projetos de desenvolvimento, como minera- a alimentos silvestres ou indiretamente como regu-
ções, rodovias e barragens, modificam significativa- lação da qualidade do ar, por exemplo. A forma de
mente a estrutura e funcionamento dos ecossistemas organização, modo de vida e demais características
de modo direto ou indireto, o que pode levar à perda sociais representam o sistema social. A caracteriza-
de sua capacidade de fornecer benefícios à sociedade, ção dos beneficiários é essencial para a aplicação do
os chamados serviços ecossistêmicos (Alcamo et conceito de serviços ecossistêmicos, uma vez que
al., 2003). Entende-se que o conceito de serviços sem beneficiário não há serviço (Fisher et al., 2009).
ecossistêmicos promove uma análise integrada dos Os serviços ecossistêmicos são divididos em
sistemas ecológico e social e por isso tem potencial quatro categorias: de provisão, culturais, de regula-
de aprimorar o planejamento ambiental (Slootweg ção e de suporte (Hassan et al., 2005). Para fins de
et al., 2009). planejamento ambiental, especialmente avaliação de
Identificar, avaliar e mitigar impactos de novos impactos, consideram-se apenas as três primeiras,
projetos sobre o fornecimento de serviços ecossis- uma vez que os serviços de suporte estão relaciona-
têmicos, com vistas a evitar, minimizar, recuperar dos à manutenção do próprio sistema ecológico e,
ou compensar os efeitos adversos é boa prática portanto, da conservação do ecossistema (Landsberg
internacional e exigência dos Padrões de Desem- et al., 2013).
penho Socioambiental da Corporação Financeira O primeiro e fundamental passo para avaliação
Internacional desde 2012, como parte da avaliação de impactos de projetos sobre serviços ecossistêmi-
prévia de impactos e riscos ambientais e sociais (Rosa cos ou outras aplicações, como o planejamento da
& Sánchez, 2015). A avaliação de impactos sobre recuperação de áreas degradadas (Rosa et al., 2020),
serviços ecossistêmicos é pautada no pressuposto é a identificação dos ecossistemas, bem como de seus
teórico da chamada cascata de fornecimento (Hai- serviços e beneficiários. Sendo assim, a identificação
nes-Young & Potschin, 2010), que mostra a relação de serviços ecossistêmicos é feita em três passos: (i)
entre os sistemas ecológicos e social. Segundo esse identificação dos ecossistemas potencialmente afeta-
modelo teórico, o sistema ecológico, representado dos; (ii) identificação dos serviços fornecidos pelos
pela biodiversidade e processos ecológicos fornece ecossistemas; e (iii) identificação dos beneficiários
determinados serviços ecossistêmicos a um grupo que acessam esses serviços (Rosa & Sánchez, 2016).
de pessoas, famílias, comunidades ou populações A identificação dos serviços ecossistêmicos
é baseada no conceito de bacia de serviços (servi-

277 ROSA, J. C. S. et al. Identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta mediante sensoriamento remoto.
ceshed), definido por Sheate et al. (2012), corrobo- Em termos práticos, a informação básica para
rado por Tallis et al. (2012), como uma unidade es- a identificação dos ecossistemas é um mapa de co-
pacial que representa a relação entre o fornecimento bertura da terra (Ayanu et al., 2012; Barbosa et al.,
de serviços e as pessoas que se beneficiam de tais 2015), em escala adequada à análises ecológicas
serviços. Essa unidade inclui, portanto, a área onde – geralmente de 1:20.000 até 1:50.0000 (Treweek,
os serviços são produzidos (os ecossistemas) e as 1999). No Brasil, dada a insuficiência de informações
áreas onde vivem as pessoas que se beneficiam desses georreferenciadas e ausência de mapas de cobertura
serviços (beneficiários), bem como a região por onde da terra em escalas adequadas, é esperado que cada
elas transitam ao acessar os serviços. estudo gere seus próprios mapas, para os quais técni-
Essa identificação requer, portanto, um mapea- cas de sensoriamento remoto têm se mostrado úteis
mento dos ecossistemas, de seus serviços e de seus (Sánchez, 2013).
beneficiários, o que por sua vez requer trabalhos de Historicamente, o sensoriamento remoto tem
campo realizados em escala local, com a finalidade sido utilizado para monitorar mudanças no uso e
de confirmação do mapeamento dos ecossistemas, e cobertura da terra, otimizando trabalhos de campo.
para identificação dos beneficiários. Com o surgimento de novos e mais sofisticados
Os ecossistemas são formados por conjuntos satélites, os dados de observação da Terra podem
de comunidades de plantas, animais, micro-orga- contribuir para identificação e mapeamento de servi-
nismos e pelo ambiente abiótico interagindo como ços ecossistêmicos, se associados a bem planejados
uma unidade funcional (Hassan et al., 2005), que trabalhos de campo para coletas de dados sociais
são, na prática, de difícil delimitação espacial. Como (Paudyal et al., 2015).
forma de direcionar tal dificuldade, a identificação Neste artigo, cujo objetivo é identificar serviços
dos serviços que os ecossistemas podem fornecer ecossistêmicos mediante sensoriamento remoto para
pode ser feita por meio de uma correlação entre fins de atividades de planejamento ambiental, foram
classes de cobertura da terra (e, portanto, tipos de processadas imagens do satélite RapidEye de uma
ecossistemas) e uma lista de serviços que cada tipo área de estudo que abrange uma mina de bauxita no
de ecossistema pode fornecer (Burkhard et al., 2012; município de Juruti, Pará.
Rosa & Sánchez, 2016). As classes de cobertura da Nessa mina, ecossistemas de terra firme (CNEC,
terra, por sua vez, são relacionadas a ecossistemas, 2005) são afetados pela supressão da vegetação, ao
cujo mapeamento é usualmente realizado mediante passo que, após a extração do minério, são realizadas
análise de bancos de dados espaciais (Paulin et al., ações de recuperação ambiental visando restaurar o
2020; Jacobs et al., 2015). ecossistema florestal. A supressão de vegetação afeta
Assim, uma adequada classificação da cobertu- a floresta ombrófila densa, que fornece serviços de
ra e uso da terra pode otimizar os trabalhos de campo, provisão como alimentos silvestres, madeira e regu-
que têm altos custos, podem ter longa duração, ne- lação do clima global (Rosa et al., 2018).
cessitam detalhamento compatível com a escala local
e apresentam baixa capacidade de generalizações
(Castro et al., 2008, Ayanu et al., 2012).

Desenvolv. Meio Ambiente, v. 53, p. 276-295, jan./jun. 2020. 278


2. Caracterização do caso em estudo floresta ombrófila densa submontana (MME/DNPM,
1976; CNEC, 2005).
Em 2005, teve início o processo de licenciamento A população de Juruti é predominantemente rural
ambiental do “Projeto Mina Juruti”, com a finalização e há comunidades ribeirinhas ao longo do Lago Grande
do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) (CNEC, 2005). que desenvolvem atividades de extrativismo vegetal,
O projeto é composto por uma mina, uma usina de con- pesca e agricultura em pequena escala. Houve aumento
centração mineral, três bacias de disposição de rejeito, de 51% da população do município (IBGE, 2011), prin-
estruturas de apoio, um porto fluvial e uma ferrovia de cipalmente na área urbana, mas também nas pequenas
55 km que liga a mina ao porto, localizado às margens vilas ao longo do Lago Grande de Juruti no período
do rio Amazonas. A extração mineral é feita por lavra de 2000 a 2010. A extração mineral ocorre dentro do
em tiras, o que facilita o processo de recuperação território de um Projeto de Assentamento Extrativista
ambiental, uma vez que, quase imediatamente após a (PAE) denominado Juruti Velho, cuja criação data de
lavra são implementadas ações de recuperação da área 2005 e a titulação coletiva foi concedida em 2009.
mediante reposição de solo superficial e favorecimento
da germinação de espécies nativas (Wang et al., 2011). 3. Metodologia
A área afetada pelo projeto é composta princi-
palmente por duas formas de relevo, os platôs onde se As etapas para avaliação de impactos sobre o
localizam os depósitos de bauxita, com altura de 70- fornecimento de serviços ecossistêmicos, descritas
120 metros em relação ao nível do rio Amazonas, e as por Landsberg et al. (2013) e testadas por Rosa &
encostas, áreas próximas a cursos d’água (Antoniassi, Sánchez (2016), foram aplicadas para a identificação
2010). O depósito de bauxita ocorre nos platôs próximo de ecossistemas, serviços e seus beneficiários.
ao Lago Grande de Juruti, às margens do rio Amazonas Para tanto, foi feita uma classificação de imagens
e situado em uma planície fluvial alagada, caracterizada de uma área da mineração de bauxita. Foram utilizadas
geomorfologicamente como “lago de barragem” (lago imagens do satélite RapidEye, com resolução espacial
natural), que ocorre a jusante de rios que têm sua foz de 5m. As imagens foram obtidas gratuitamente pelo
afogada ou barrada (CNEC, 2005). site “Geocatálogo1”, do Ministério de Meio Ambiente,
O perfil geológico típico do platô apresenta, es- processadas (classificação não supervisionada e supervi-
sencialmente, a mesma sequência de horizontes, sendo sionada) no programa de sensoriamento remoto, ENVI
essa uma camada superficial de argila caulinítica com 5.32. A metodologia de processamento das imagens
espessura de 8-10 metros, a zona mineralizada, onde estruturou-se em etapas sequenciadas (Figura 1).
é encontrada a bauxita, com espessura de 1-3 metros, A etapa inicial foi o pré-processamento das ima-
e uma zona saprolítica ou argilosa que varia de 1-6 gens, que consistiu nas atividades preparatórias do sen-
metros (Antoniassi, 2010). Essa região é coberta por soriamento remoto: aquisição das imagens e aplicação

1
Imagens adquiridas pelo sitio na internet http://geocatalogo.mma.gov.br/ em agosto de 2016.
2
Licença adquirida pelo departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da EPUSP.

279 ROSA, J. C. S. et al. Identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta mediante sensoriamento remoto.
de contraste. Depois, seguiu-se para a classificação não remotamente por meio de classificação e interpretação
supervisionada, visando o reconhecimento preliminar de imagens digitais. O objetivo geral do procedimento
da área, e então para a Análise da Componente Principal de classificação de imagens é categorizar automatica-
(ACP) que permitiu a verificação de elementos não visí- mente todos os pixels em uma imagem em classes ou
veis na imagem composta. AACP permite o tratamento temas de cobertura do solo.
de imagens com elevado número de bandas espectrais A etapa de classificação supervisionada foi rea-
e a obtenção de informações de dados multitemporais lizada a partir de uma cuidadosa coleta de amostras,
(Crósta, 2002). utilizando o algoritmo “Maximum Likelihood” do
A partir dos resultados da ACP e da classificação software ENVI, mantendo o foco somente na área
não supervisionada, foram realizados trabalhos de cam- de interesse, para diminuir interpretações conflitantes
po para capturar amostras das classes de cobertura da entre as classes. Foi feita a análise de acurácia a partir
terra, conforme metodologias empregadas por Jensen da matriz de confusão. A partir do mapeamento da
(2009) e Lillesand et al. (2008), em que as classes de área, foi possível identificar os serviços ecossistêmicos
uso são mapeadas a partir de dados digitais detectados potencialmente afetados, seguindo a metodologia de

FIGURA 1 – Fluxograma da metodologia da pesquisa que apresenta as etapas sequenciadas realizadas iniciando do pré-processamento de
imagens até a aplicação do questionário.

Desenvolv. Meio Ambiente, v. 53, p. 276-295, jan./jun. 2020. 280


Burkhard, et al. (2012), e seus beneficiários, por meio no platô. Os ecossistemas aquáticos (rios e lagos)
de aplicação, em campo, de questionários (Rasmussen e a florestal ombrófila densa aluvial não são afe-
et al., 2016). O mapeamento também foi útil para tados pelo processo de extração mineral, devido a
otimizar a realização do segundo trabalho de campo, preservação de uma borda de vegetação nativa nos
que objetivou a aplicação dos questionários focados platôs. A ACP também realçou as formas naturais de
em comunidades mais próximas e/ou com acesso aos relevo, destacando a borda do platô e as cabeceiras
ecossistemas potencialmente afetados pelo projeto. de drenagens, que se localiza na encosta dos platôs
A identificação de beneficiários de serviços (Tabela 1). Sendo assim, serviços ecossistêmicos
ecossistêmicos só foi possível a partir de trabalhos de fornecidos pelos rios e lagos – como pesca, forneci-
campo. Utilizamos as informações coletadas por meio mento de água etc. não são potencialmente afetados
da interpretação da imagem de satélite com objetivo pelo projeto de mineração.
de selecionar as comunidades para aplicação dos ques- A partir da análise da componente principal
tionários, assim como fizeram Castro et al. (2008), ao e classificação não supervisionada, foi planejada a
planejar um levantamento em área rural na Colômbia. coleta de dados para servirem como referências ou
Do total de 52 comunidades existentes no PAE “verdades” de campo. Para cada classe pré-definida
Juruti Velho, foram selecionadas quatro como benefi- como regiões de interesse, foi coletado pelo menos
ciários diretos dos ecossistemas do platô denominado um ponto de referência (Figura 2), que foi utilizado
Capiranga (em explotação em 2016): Pompom, Capi- para testar a classificação supervisionada por meio
ranga, Jauri e Pau d’Arco. O questionário foi construído da matriz de confusão (Figura 3).
com objetivo de compreender como as comunidades Além das referências de campo, o empreen-
utilizavam as áreas antes da mineração (Gunther, 2003). dedor forneceu arquivos no formato Shapefile das
Foram aplicados 19 questionários entre os dias 1 e 17 de áreas que estão sendo recuperadas de acordo com
agosto de 2016. Durante a aplicação dos questionários, o ano em que a recuperação foi iniciada (Figura 3).
não houve preocupação de realizar uma amostragem Com a classificação supervisionada, foi possível
representativa porque o objetivo foi demonstrar a apli- identificar uma concentração de áreas em processo
cabilidade do procedimento, por meio de exemplos, e de recuperação. Essa classe foi diferenciada tanto
não realizar um diagnóstico exaustivo. da vegetação nativa, quanto da vegetação degra-
dada (áreas que sofreram distúrbios, mas não que
4. Resultados e discussão não houve remoção total da vegetação) no entorno
direto do empreendimento e de estradas e acessos
(Figura 3).
4.1. Identificação de ecossistemas

A partir da ACP foi possível constatar que


somente a floresta ombrófila densa (floresta de
terra firme) é afetada pela operação da mina, uma
vez que, a zona mineralizada encontra-se somente

281 ROSA, J. C. S. et al. Identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta mediante sensoriamento remoto.
TABELA 1 – Resultados da Análise da Componente Principal (ACP) na área de estudo, que apresenta a identificação do componente, a imagem
gerada pela ACP e a sua interpretação.
Componente Resultado Interpretação

A primeira componente principal, embora seja aquela


que contém a maior parte das informações, não eviden-
CP 1 – 2014
ciou nenhuma característica confusa na imagem, o que
não auxiliou o processo de classificação.

Nesta componente foi possível evidenciar a vegeta-


ção degradada pela empresa, que são desmatamentos
CP 2 – 2014
padronizados para abertura de áreas de sondagens em
novos platôs.

Na terceira componente principal, embora tenha menos


informações que as duas anteriores, evidenciou a
CP 3 – 2014 abertura de clareiras de vegetação próximas ao rio, que
provavelmente são áreas utilizadas pelas comunidades
ribeirinhas.

Desenvolv. Meio Ambiente, v. 53, p. 276-295, jan./jun. 2020. 282


O foco de confusão na classificação se concen-
trou na diferenciação entre as classes “ecossistema
florestal em recuperação I e II” (Tabela 2). Uma
vez que uma refere-se a uma vegetação que não
foi totalmente removida, mas foi degradada pelo
empreendimento e a outra refere-se às áreas onde
a vegetação foi completamente removida e ações
de recuperação foram implementados.
Ainda que o erro de omissão tenha sido alto,
ou seja o algoritmo deixou de classificar 51% dos
pixels da classe “Ecossistema florestal em recupe-
ração II”, poucos pixels de outras classes foram
considerados pertencentes desta classe (erro de
comissão).
De posse dessa informação, foi possível confir-
mar que a maior parte da classificação está correta.
Algumas áreas indicadas pelo empreendedor em que
a recuperação foi iniciada em 4, foram classificadas
como área de extração mineral, porque esse proces-
so começou depois da captura da imagem. Portanto,
considera-se que a classificação supervisionada foi
razoável para diferenciar os ecossistemas na área
de estudo.

4.2. Identificação de serviços ecossistêmicos

A partir do mapa de cobertura da terra, que


diferencia os ecossistemas afetados, foi possível
identificar o potencial de fornecimento de serviços
ecossistêmicos. Ainda que o mapa de cobertura não
demonstre o fornecimento de serviços ecossistêmi-
cos, este por si só auxilia o processo de identificação
dos serviços e espacialização da análise. O mapa
é também um instrumento de comunicação com
os beneficiários afetados, para que estes possam
FIGURA 2 – Foto dos pontos de interesse coletados em campo para ser envolvidos no planejamento ambiental de um
classificação supervisionada da área de estudo. Coordenadas em UTM
Zona 23S. empreendimento.

283 ROSA, J. C. S. et al. Identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta mediante sensoriamento remoto.
FIGURA 3 – Mapa de cobertura da terra da área de estudo a partir da classificação supervisionada da imagem do satélite RapidEye, 2014.

TABELA 2 – Erro de comissão e omissão para classificação da imagem do satélite RapidEye 2014, separado por classe de cobertura do solo.
Comissão Omissão
Classe Comissão (pixels) Omissão (pixels)
(%) (%)
Rios e lagos 0 0 0/88868 0/88868
Área de extração mineral 0,96 2,08 353/36897 778/37322
Mosaicos de usos 91,69 99,04 684/746 6413/6475
Ecossistema florestal em recuperação II 2,59 51,04 684/746 2976/5831
Ecossistema florestal em recuperação I 80,04 31,59 10320/12893 1188/3761/
Floresta ombrófila densa submontana 0,01 15,31 26/235545 42579/278098
Floresta ombrófila densa aluvial 69,94 10,01 44540/63684 2129/21273

Desenvolv. Meio Ambiente, v. 53, p. 276-295, jan./jun. 2020. 284


Economicamente, a região de Juruti é marcada O roteiro (Anexo 1) de entrevistas (Gunther,
pelo extrativismo (Monzoni et al., 2008) e consta- 2003) foi construído com objetivo de compreender
ta-se que a floresta oferta serviços às comunidades como as comunidades utilizavam as áreas antes da
locais. A floresta ombrófila densa, antes do processo mineração e com isso identificar serviços ecossistê-
de extração mineral, representa o ecossistema de micos prioritários, conforme metodologia aplicada
referência e, portanto, é considerada o ponto má- por outros autores (Paudyal et al., 2015; CNEC,
ximo de fornecimento do serviço. Ecossistema de 2005). Cabe destacar que a aplicação dos questio-
referência é um ecossistema natural, que pode ser nários não teve como objetivo a realização de um
utilizado como modelo ou objetivo para o planeja- diagnóstico exaustivo e sim houve uma demonstrar
mento da restauração ecológica e posteriormente a aplicabilidade do procedimento.
para avaliação de seus resultados (SER, 2004; Todos os entrevistados nasceram em Juruti e
Aronson et al., 2010). Por outro lado, a área extração afirmaram que a principal forma de lazer das comu-
mineral representa o ápice de degradação, onde não nidades são festividades religiosas e recreações, seja
há fornecimento de serviços ecossistêmicos. jogar bola, brincar no rio ou soltar pipa. A maioria dos
Os serviços ecossistêmicos da área em es- entrevistados relatou que não há atividades culturais
tudo foram identificados, a partir das classes de junto a natureza ou as florestas. Apenas três entre-
cobertura do solo, cujo mapeamento possibilitou a vistados relataram que antes da mineração ocorria
identificação dos ecossistemas, mais as informações a festa da castanha em época de colheita, realizada
observadas em campo e as informações extraídas do com objetivo de comemorar a colheita. A principal
EIA do empreendimento (Tabela 3). Por questão de forma de abastecimento de água das comunidades
apresentação, apenas os serviços fornecidos nessa é um microssistema de captação de água de poço,
área foram mantidos na matriz. construído pela prefeitura. Apenas duas famílias res-
ponderam que utilizam água diretamente do rio, isso
4.3. Identificação dos beneficiários ocorre em casas que são mais isoladas das sedes das
comunidades, e apenas uma utiliza água de nascen-
te. Sobre os usos do rio, todas as famílias relataram
Os resultados da classificação das imagens
que o utilizam para tomar banho, dessedentação de
de satélite foram a base para o planejamento dos
animais, lazer, pesca e lavagem de roupas.
trabalhos de campo com objetivo de identificar os
A segunda seção do questionário focou na iden-
beneficiários dos serviços ecossistêmicos. A mina
tificação dos serviços ecossistêmicos da região. Em
afeta diretamente as comunidades que compõem o
outras palavras, o objetivo dessa seção foi compre-
Programa de Assentamento Agroextrativista - PAE
ender como as comunidades utilizavam as florestas
Juruti Velho, que é composto por 52 comunidades.
de platô. Os resultados indicaram que as atividades
Desse total foram selecionadas cinco como benefi-
realizadas eram coletar principalmente castanha
ciários diretos do platô Capiranga (atualmente em
do Pará (Bertholletia excelsa) (serviço: Alimentos
explotação).
silvestres), cipós Ambé (Philodendron sp), Titica
(Heteropsis spp.) e outras espécies de cipós (Serviço:

285 ROSA, J. C. S. et al. Identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta mediante sensoriamento remoto.
TABELA 3 – Matriz de identificação de serviços ecossistêmicos fornecidos, a partir das classes de cobertura da terra mapeadas.

Serviços ecossistêmicos
Provisão Regulação Cultural Suporte

Regulação da qualidade da água

Regulação da qualidade do solo


Regulação da qualidade do ar
Ecossistemas/ Comentários baseados no estudo de impacto
Classes de uso ambiental, trabalho de campo e relatórios de

Combustível de biomassa

Regulação do clima local

Ciclagem de nutrientes
e cobertura do monitoramento.

Fornecimento de água

Regulação de doenças

Valores educacionais
Purificação de águas
Alimentos silvestres

Regulação de pestes
solo

Recursos genéticos
Criação de animais

Controle de erosão

Produção primária
Culturas agrícolas

Fibras e resinas

Bioquímicos

Polinização

Recreação
Madeira

Habitat
Pesca

Caça

Floresta om- A relação dos beneficiários com a floresta


brófila densa conservada é praticamente extrativista, poucos
submontana mantém plantações de mandioca nesta área
Ecossistema Não há dados suficientes até o momento para
florestal em re- ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? inferir sobre quantidade de fornecimento de ser-
cuperação I e II viços ecossistêmicos nas áreas em recuperação
Esta formação vegetal controla erosão; abriga
Floresta ombró-
muitas nascentes e onde há presença de comu-
fila densa aluvial
nidades ribeirinhas
As comunidades utilizam os rios para pesca,
recreação e despejo de esgotos; ecossistemas
Rios e lagos aquáticos são responsáveis por regular fluxos
de água e auxiliar na manutenção da qualidade
do solo
Nas comunidades são criadas galinhas, gados.
A vegetação é suprimida para plantar mandioca,
Mosaico de usos
em escala de subsistência e ocorre extração de
madeira e lenha
Essa classe representa áreas de solo exposto,
Áreas de onde está ocorrendo extração mineral, ainda
extração mineral não recuperadas, ou vias permanentes, onde não
há fornecimento de serviços ecossistêmicos

FONTE: Baseado em Burkhard et al. (2012).


NOTA: Verde: Potencial máximo de fornecimento do serviço, Laranja: Potencial médio de fornecimento de serviço, Cinza: Não há fornecimento.

Desenvolv. Meio Ambiente, v. 53, p. 276-295, jan./jun. 2020. 286


resinas e fibras) utilizadas para construir paneiro, creação, regulação da qualidade da água, controle de
utensílio para coleta das castanhas. Além disso, os erosão, purificação da água não foram afetados pelo
entrevistados afirmam que coletavam plantas medi- empreendimento. Tal fato se deve pela constatação
cinais (serviço: Medicina natural), como andiroba da manutenção do relevo e da vegetação nativa na
(Carapa guianensis) e copaíba (Copaifera langsdorf- borda do platô que impede que processos erosivos
fii), nas áreas onde hoje a mineração ocorre. As áreas cheguem aos cursos d’água da região. Portanto, ao
de platôs eram também utilizadas para extração de utilizar o conceito de serviços ecossistêmicos deve-se
madeira, especialmente itaúba (Mezilaurus itauba) atentar principalmente a análise integrada dos dados
(serviço: Madeira), utilizada na construção de casas, e ao encadeamento metodológico que a cascata de
canoas e remos. fornecimento de serviços ecossistêmico pressupõe
A caça é frequente na região até os dias atuais, (Rosenthal et al., 2015). A aplicação do conceito de
sendo cutias (Dasyprocta sp), veados (Mazama sp), serviços ecossistêmicos é fundamentada na análise
tatus (Dasypus sp e Tolypeutes sp), pacas (Cuniculus e quantificação do sistema ecológico que representa
paca) e antas (Tapirus terrestres) os animais mais o fornecimento de serviços, mas é também baseada
visados. A caça foi prejudicada pela atividade de na análise e quantificação do sistema social, que re-
mineração devido à supressão de vegetação e gera- presenta a demanda pelos serviços (Geneletti, 2016;
ção de ruídos, que afugentam a fauna. A maioria dos Pires et al., 2018).
entrevistados relatou que gostaria de voltar a realizar A coletar dados ecológicos e sociais deve
tais atividades novamente, embora tenham se dividi- ser analisada caso a caso após o mapeamento dos
do ao serem perguntados que se achavam que seus ecossistemas, por meio de um mapa de cobertura da
filhos e netos poderiam querer realizar tais atividades. terra. Há recomendações para uma combinação de
Quando perguntados se a mineração atualmente métodos que demonstrem o modo de vida e utilização
interfere negativamente suas atividades, 70% dos dos serviços pelos beneficiários (Rasmussen et al.,
entrevistados responderam que não, os outros afir- 2016). A escolha desses métodos deve considerar os
maram que a mineração atrapalha principalmente a custos financeiros e a disponibilidade de tempo para
atividade de caça e a retirada de madeira, que são realizar trabalhos de campo. Esse artigo demonstra
serviços fornecidos pela floresta ombrófila densa como o sensoriamento remoto pode auxiliar o plane-
submontana, localizada nos platôs. Dentre os serviços jamento do trabalho de campo de forma a minimizar
fornecidos pela região que não foram afetados pela os custos e tempo, sem prejudicar a qualidade dos
mineração destaca-se culturas agrícolas (plantações dados (Castro et al., 2008).
de mandioca) e lenha (combustível de biomassa) uti- O sensoriamento remoto é também alternativa
lizada na produção de farinha, porque são atividades para monitorar os avanços ecológicos da recupera-
desenvolvidas próximas às casas dos beneficiários ção, evitando os altos custos da coleta de dados em
e não apresentam relação com a floresta ombrófila campo que as crescentes áreas mineradas impõe. O
densa submontana que ocorre nos platôs. Os serviços mapeamento feito por Vasuki et al. (2018), baseado
fornecidos pelos rios e lagos e pela floresta ombrófila em interpretação de imagens, para uma mina na Aus-
densa aluvial, como pesca, fornecimento de água, re- trália Ocidental é um exemplo de monitoramento por

287 ROSA, J. C. S. et al. Identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta mediante sensoriamento remoto.
meio de imagens de satélite com vistas a monitorar a Agradecimentos
recuperação ambiental. O monitoramento da estoca-
gem de carbono, um tema de interesse global, pode À Fundação de Amparo à Pesquisa de São
ser feito a partir de sensoriamento remoto, por meio Paulo (FAPESP/CAPES 2014/22927-1) pela
de laser aerotransportados (tecnologia LIDAR - Light concessão de bolsa de estudo à primeira autora.
Detection and Ranging) para estimar a altura total Ao Ministério de Meio Ambiente (MMA), pelo
das árvores, fornecendo uma medida mais acurada fornecimento gratuito das imagens de satélite do
do que a estimativa por um observador em campo sensor RapidEye. À empresa Alcoa do Brasil, pela
(Lefsky et al., 2002). permissão de acesso a área de estudo, fornecimento
de documentos e acompanhamento durante os traba-
5. Conclusões lhos de campo. Ao departamento de Engenharia de
Minas e de Petróleo da Escola Politécnica, Univer-
Neste artigo, demonstrou-se como o sensoria- sidade de São Paulo, pela aquisição dos softwares
mento remoto é útil para realizar o primeiro passo ENVI 5.3 para processamento das imagens e o pa-
da análise de serviços ecossistêmicos, a identificação cote Office 2015 para desenvolvimento do trabalho.
de ecossistemas, seus serviços e beneficiários. Co-
mo a identificação de serviços ecossistêmicos está Referências
fortemente relacionada às características biofísicas
e sociais da região, essa é dependente da resolução
Alcamo, J. Ash N. J.; Butler. C. D.; Callicott J. B.; Capist-
espacial da imagem de satélite utilizada. Portanto, rano D.; Zurek M. B. Ecosystems Ecosystems and Human
apresentar e discutir os dados da classificação uti- Well-Being: A Framework for Assessment. Washington:
lizada para desenvolvimento do mapa de cobertura Island Press, 2003.
do solo é essencial para determinar a eficácia da Antoniassi, J. L. A Difração de raios X com o método de
identificação dos serviços ecossistêmicos. Rietveld aplicada a bauxitas de Porto Trombetas, PA. Dis-
A identificação de beneficiários de serviços sertação (Mestrado). Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo, 2010.
ecossistêmicos só foi possível a partir de trabalhos
de campo. Trabalhos de campo são custosos e por Aronson, J.; Blignaut, J. N.; Milton, S. J.; Maitre, D. L.;
isso seu planejamento deve ser cuidadosamente rea- Esler, K. J.; Limouzin, A.; Fontaine, C.; Wit, M. P. de;
Mugido, W.; Prinsloo, P.; Elst, L. van der; Lederer, N. Are
lizado. Utilizamos as informações coletadas durante socioeconomic benefits of restoration adequately quan-
o mapeamento da área de estudo para selecionar tified? A meta-analysis of recent papers (2000-2008) in
as comunidades alvo do trabalho de campo. Neste Restoration Ecology and 12 other scientific journals. Res-
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a identificação e mapeamento de serviços em áreas
com poucos dados disponíveis ou com acesso limita- Ayanu, Y. Z.; Conrad, C.; Nauss, T.; Wegmann, M.; Koell-
ner, T. Quantifying and mapping ecosystem services sup-
do, como é o caso frequente da atividade minerária.
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Oficina de Textos, 2013.

Desenvolv. Meio Ambiente, v. 53, p. 276-295, jan./jun. 2020. 290


Anexo 1

Roteiro de entrevistas semiestruturada utilizado para identificação de beneficiários – Mina de Bau-


xita Juruti

Perguntas “quebra gelo”

Ficha Nº _______ Comunidade _____________________________

1. Você nasceu em Juruti?

Sim Não, mora aqui há quanto tempo? ____________________________

2. Onde morava antes? ____________________________________________________

Serviços culturais

3. Quais as principais atividades de lazer ou recreação da comunidade?

Atualmente __________________________________________________________________

Onde? ______________________________________________________________________

Antes: ______________________________________________________________________

A distância mudou? ___________________________________________________________

4. Como vocês utilizam ou utilizavam florestas para alguma atividade cultural como festas etc.?

Atualmente: __________________________________________________________________

Onde? ______________________________________________________________________

Antes: ______________________________________________________________________

291 ROSA, J. C. S. et al. Identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta mediante sensoriamento remoto.
A distância mudou? ___________________________________________________________

Não utilizam.

Serviços provisão

5. Forma de abastecimento de água?

Poço Nascente Rio Encanada Outro. Qual? _______

6. Quais os usos que você faz da água?

Lazer Dessedentação de animais

Lavar roupas Outros, quais? ______________________________________

Desenvolv. Meio Ambiente, v. 53, p. 276-295, jan./jun. 2020. 292


Você ou algum conhecido coletam ou coletavam, criam ou criavam, plantam ou plantavam...

Serviços Quais? Nos platôs? E agora onde? Aumentou a distância? Frequência? Quantidade? Destino?

Fibras e Resinas

Plantas medicinais

Frutos, sementes,
castanhas

Planta ornamental

Lenha

Madeira

Peixes

Tartaruga

Outros?

Culturas agrícolas

293 ROSA, J. C. S. et al. Identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta mediante sensoriamento remoto.
Relação mineiração - benefíciários

1. Dentre as atividades que você realizava nos platôs, quais você considera a mais importante e/ou
que sente mais falta?

____________________________________________________________________________________

2. Gostaria de voltar a fazer? Sim Não, por que? _________________________

3. Acha que seus filhos ou netos irão querer fazer essas atividades?

___________________________________________________________________________________

4. Você tem deixado de realizar alguma coisa, atividade ou produzir algo por causa da mineração?

Sim. O que?________________________________________________________________

Não

5. 'O projeto de mineração atrapalha suas atividades atuais de alguma maneira?

Sim. Qual?_________________________________________________________________

Como? ________________________________________________________________________

Não

6. Como você gostaria que área que está minerada fosse devolvida para comunidade do PAE Juruti
Velho?
___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Desenvolv. Meio Ambiente, v. 53, p. 276-295, jan./jun. 2020. 294


Caracterização e agradecimento

1- Idade do respondente _______ 2- Número de pessoas na família _________________

3- Sexo ___________________ 4- Ocupação do respondente ______________________________

5- Gostaria de falar mais alguma coisa? Alguma sugestão?

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

295 ROSA, J. C. S. et al. Identificação de serviços ecossistêmicos em áreas de floresta mediante sensoriamento remoto.

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