Sonico Sonico
Sonico Sonico
MINISTERIO DA EDUCAÇÃO
COMPLEXO EXCOLAR CHACAL Nº2037
SALA Nº 11
TURMA: A
CLASSE 9º
TURNO TARDE
DOCENTE
__________________________
1
INTEGRANTES DO GRUPO
Nº NOME COTAÇÃO
Delcio Vicente
Emanuel Jorge
Floriano S. Pedro
Talakuaco Manuel
Ivo Bemgui
Jone Ambinga
2
INTRODUÇÃO
3
O contexto histórico da relação família-escola
Atualmente, a educação é moldada conforme os contextos, as vivências de valores e
relacionamentos complexos. Torna-se interessante ressaltar que, antigamente, as famílias tinham
mais tempo para interagir, mas, devido à carga de trabalho e de tempo de que dispõem e as
necessidades da sociedade, hoje o contato entre pais e filhos foi reduzido, cabendo à escola a
responsabilidade de auxiliar no desenvolvimento da educação da criança.
Destarte, a família pode ser entendida como grupo a partir daquilo que oferece como
subsistência e proteção. Entende-se que existem várias constituições de família e indagamos: a
educação é uma necessidade básica? Tal indagação nos remete à literatura e às características
familiares, que nos colocam diante das muitas responsabilidades com o ser humano em
formação. Paro (2007, p. 10 apud Santos, 2011) afirma que,
para funcionar a contento, a escola necessita de adesão de seus usuários (não só de alunos, mas
também de seus pais ou responsáveis) aos propósitos educativos a que ela deve visar, e que essa
adesão precisa redundar em ações que contribuem para o bom desempenho do estudante.
A escola retrata a importância de não só forjar o conhecimento nos alunos, mas formar o seu
caráter. Contudo, há estudos que indicam a possível ausência da família nesse processo, o que
pode apresentar uma família meramente espectadora do ensino-aprendizagem.
Assim sendo, a família pode estar sem referencial por não se reconhecer presente na vida
escolar da criança/adolescente devido às atividades profissionais ou por não se sentir convidada
pela escola a participar dos eventos escolares realizados.
A pesquisa executada pelo Inep (Brasil, 2005) verificou que a percepção dos pais sobre a escola
pública é que somente professores são encarregados diretamente pela qualidade de ensino e
incentivo dos alunos. Com isso, a família outorga ao professor a incumbência de educar e
instruir seus filhos. Os pais que têm filhos bem-sucedidos academicamente remetem esse
sucesso aos seus próprios filhos, vendo professores com bons olhos, sem críticas. Contudo,
aqueles cujos filhos não se saíram tão bem nos estudos costumam culpabilizar os docentes pelo
fracasso. Dessa forma, a família e a escola possuem equivalência em relevância na vida de uma
criança, contribuindo com o seu desenvolvimento como cidadão, como afirma Szymanski
(2010, p. 98):
O que ambas as instituições têm em comum é o fato de prepararem os membros jovens para sua
inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade
da vida social. Ambas desempenham papel importante na formação do indivíduo e do futuro
cidadão.
Ao longo dos anos, a função da escola e a da família sofreram alterações que modificaram seus
papéis sociais e seu significado para a sociedade. Em busca de reconhecer a maneira pela qual o
processo histórico de articulação família-escola vem incidindo sobre o cenário escolar e seus
agentes sociais, faz-se necessária uma retomada sócio-histórica e legal acerca dessa relação
social.
Entre os séculos XVI e XVII, o papel da família era voltado para manter os bens, a proteção da
vida, da honra e a ajuda mútua na luta pela sobrevivência, por meio da prática de um ofício em
comum. Dessa forma, a educação das crianças ocorria na convivência com os adultos, com
quem aprendiam as tarefas na prática. É importante ponderar que a família se caracteriza como
instituição em constante mutação, acompanhando a história de sua cultura. Gama (2008, p. 5
apud Cason et al., 2016) assegura que “não há como reconhecer um modelo único de família
universal, hermenêutico, estanque e intocável”.
4
Conceituação da palavra família
De modo geral, é fundamental, no desempenho das nossas funções como educadores, identificar
corretamente as situações problemáticas para melhor intervir e procurar minimizar as
dificuldades e as necessidades sentidas pelas crianças e as suas famílias, isto é, focalizar,
localizar e identificar as problemáticas, procurando sempre ter como finalidade solucionar, na
medida do possível, o bem-estar da criança e, se possível, da família.
O ser humano se encontra em processo constante de socialização com o meio no qual vive, a
partir das interações com os indivíduos à sua volta estabelece relações afetivas e sociais que irão
nortear sua trajetória no processo histórico. Nessa perspectiva sócio-histórica, a família se torna
instrumento primordial e fundamental na formação do indivíduo. Para entender melhor o
conceito de família, Castro (2000, p. 205) apresenta-a como sendo a "célula mater da
sociedade", pois desempenha papel importante no desenvolvimento biológico e social e se torna
a instituição da qual se originam tantas outras.
A escola, em sua origem, era um bem de que poucos podiam usufruir, pois a educação formal
era direcionada às elites dominantes, deixando o restante da população sem os conhecimentos
eruditos que eram transmitidos no ambiente escolar. No entanto, a partir dos ideais
estabelecidos na Revolução Francesa, no final do século XVIII, a educação foi estabelecida
como direito de todos na maioria dos países.
Nessa perspectiva global de transformações de ideais, o Brasil teve esse direito reconhecido
somente com a Constituição de 1988, na qual foi estabelecida a igualdade entre todos os
cidadãos, e a educação, antes vista como dever apenas da família, passou a ser também dever do
Estado, o que favoreceu que a Educação Básica se tornasse direito fundamental para o
desenvolvimento do indivíduo.
Logo, a família é espaço sociocultural diário e histórico no processo de socialização e se
relaciona com as instituições de ensino, tornando-se berço de atitudes e de mudanças, ou
estagnação, da realidade na qual a sociedade a insere, pois é dela que partem os sujeitos sociais
que irão mudar a realidade onde estão inseridos. Dessa forma, o que acontece é que a família
atribui as responsabilidades à escola e aos professores, dificultando o processo de aprendizagem
dos educandos.
As responsabilidades, ao invés de serem transferidas, devem ser compartilhadas, pois ambas as
instituições devem ser parceiras. A escola sozinha nunca dará conta de substituir a família; essa
união é importante para que juntos construam a identidade dos cidadãos.
5
Aprendizagem e desenvolvimento humano no contexto da família e da
escola
A abordagem ambientalista, assinalada por Pavlov e Skinner, afirma que “todo conhecimento
provém da experiência”, conforme também enuncia Giusta (1985 apud Ribeiro, 2011). Dessa
forma, a pessoa ao nascer tabula rasa vai adquirindo conhecimentos que vão sendo impressos
pelo ambiente. A aproximação inatista, mencionada por Koffka e Giusta (1985 apud Ribeiro,
2011), afirma que “todo conhecimento é anterior à experiência, sendo fruto do exercício de
estruturas racionais, pré-formadas pelo sujeito”, levando em conta as condições hereditárias
como determinantes no processo de desenvolvimento do indivíduo.
é na família que a criança encontra os primeiros “outros” e, por meio deles, aprende os modos
humanos de existir – seu mundo adquire significado e ela começa a constituir-se como sujeito.
Isso se dá na e pela troca intersubjetiva carregada de emoções – o primeiro referencial para a
construção da identidade pessoal.
a família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro
da vida social. A educação bem-sucedida da criança vai servir de apoio à sua criatividade e ao
seu comportamento produtivo escolar. A família tem sido, e será, a matriz mais poderosa para o
desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas.
6
O aluno como o sujeito da aprendizagem entre a família e a escola
Inseridos no contexto aqui defendido, três “sujeitos” emergem como substanciais no processo
dinâmico de ensino-aprendizagem: aluno, parentela e escola. Dessa maneira, é indispensável
que se busque uma relação harmônica por esferas e suas destinações em relação ao método
educativo.
Costa (2012) confirma esse pensamento ao afirmar que “o conhecimento é socialmente
construído a partir de espaços de reflexão, em que as realidades de cada sujeito são
transformadas, colaborando para o desenvolvimento pessoal e social”. Nesse contexto,
considerar o aluno como sujeito de sua aprendizagem, ao ser resultado das interações que
realiza com o outro e com o meio, é fundamental para que se entenda o papel da criança como
agente de sua aprendizagem e participante ativo do processo de ensino-aprendizagem.
A família, por sua vez, é plataforma das primeiras manifestações de aprendizado das crianças,
mesmo que de forma não sistematizada. Portanto, tais reivindicações são essenciais à formação
dos pequenos, tendo em vista que é nela que se iniciam as experiências educativas, sociais e
históricas.
Em consonância com Vygotsky (1989 apud Almeida, 2013), “a aprendizagem tem um papel
fundamental para o desenvolvimento do saber. Todo processo de aprendizagem é ensino-
aprendizagem, incluindo aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre eles”. O
professor, como porta-voz da matéria escolar, assume a incumbência de mediador da demanda
de aprendizagem que articula, orienta, organiza o preceito de formação dos estudantes,
assumindo uma postura de companheiro no trabalho de constituição do conhecimento, com
vistas ao respeito às particularidades e ao ritmo dos estudantes, em constante aprendizagem.
aprendemos que o papel da educação é garantir a criação de aptidões que são inicialmente
externas aos indivíduos e que estão dadas como possibilidades nos objetos materiais e
7
Conclusão
Considerando todos os aspectos citados, a família e a escola são instituições distintas,
entretanto, é indispensável que dialoguem para proporcionar o ensino-aprendizagem da criança.
Como especificado, para que o aluno tenha considerável progresso, precisa essencialmente da
comunicação das duas instituições.
Entende-se que a escola deve avaliar a transformação do aluno voltada a como ele se comporta
ou aprende; se a criança estiver passando por momentos complicados dentro de casa, por brigas
e até mesmo violências, isso se refletirá no seu comportamento escolar, promovendo (ou não)
um ambiente favorável ao seu desenvolvimento.
Por conseguinte, a responsabilidade por promover uma boa relação entre escola e família é da
instituição escolar, que pode estruturar eventos para os responsáveis e ações voltadas para a
interação, a fim de que os pais prestigiem seus filhos. Assim, a escola poderá superar os grandes
desafios impostos pelo contexto atual, de maneira que todos sejam atores no processo de
desenvolvimento humano.
8
9