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Crimes Cont Fam

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CRIMES EM ESPÉCIE II

Luiz Eduardo de Paula


Ponte
lepponte@yahoo.com.b
r
2

• CRIMES CONTRA A
FAMÍLIA
BIGAMIA

Art. 235 - Contrair alguém,


sendo casado, novo casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis
anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo
casado, contrai casamento com
pessoa casada, conhecendo essa
circunstância, é punido com
reclusão ou detenção, de um a
três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer
motivo o primeiro casamento, ou
o outro por motivo que não a
BIGAMIA

• Para alguns, tal tipo penal


ofende o princípio da
intervenção
mínima(subsidiariedade),
uma vez que o direito civil já
cumpre o papel de
pacificação social;
• Observar a legislação
alienígena, no tocante aos
matrimônios lá realizados
que, segundo a
jurisprudência, independente
de homologação por decisum
BIGAMIA

“... 2. A existência do
casamento realizado no
exterior independe do
traslado do assento
respectivo no registro civil
brasileiro, exigido apenas
quando se pretende que
produza efeitos no país (Lei
dos Registros Públicos, artigo
32)....” (STJ, SEC 2576-FR, J.
5/2/2009, Corte Especial)
• Se o agente desconhecia a
condição de casado do
consorte, erro sobre
elementos constitutivos do
BIGAMIA

• Bem jurídico protegido: a


ordem jurídica matrimonial,
assentada no casamento
monogâmico;
• E a poligamia? Concurso
material ou crime
continuado?
• No §2º, temos hipótese de
atipicidade, quando
ocorrente anulação do
casamento;
Art. 1.556. O casamento pode
ser anulado por vício da
BIGAMIA

• Observar a questão
prejudicial, art. 92, CPP:
Art. 92. Se a decisão sobre a
existência da infração depender
da solução de controvérsia, que
o juiz repute séria e fundada,
sobre o estado civil das
pessoas, o curso da ação penal
ficará suspenso até que no juízo
cível seja a controvérsia
dirimida por sentença passada
em julgado, sem prejuízo,
entretanto, da inquirição das
testemunhas e de outras provas
BIGAMIA

• E se ocorrer o divórcio?
“...... Crime de bigamia. O
divórcio posterior não faz
desaparecer o crime. Isso
ocorre quando é anulado o
primeiro casamento (art. 235
parágrafo 2º). Habeas corpus
negado.” (STF, HC 36926/DF,
Julgado em 21/9/1959).
• A prescrição começa a contar
a partir do conhecimento da
bigamia pelo Poder público
(IV, art. 111, CP).
BIGAMIA

Obs.: como sói a ocorrer nos


crimes contra a família,
eventual crime de falso, a fim
de configurar apenas o tipo
vertente, resta consumido por
este, quando utilizado, único e
exclusivamente, para
configurá-lo (Concurso
aparente crimes/critério
absorção, e não Concurso real
de crimes, concurso material),
conforme jurisprudência do STJ.
REGISTRO DE NASCIMENTO
INEXISTENTE

Art. 241 - Promover no


registro civil a inscrição
de nascimento
inexistente: Pena -
reclusão, de dois a seis
anos. (BRASIL, 1940)
 È a formalização de fato
inexistente, in casu, o
nascimento de uma criança;
 Exemplos recorrentes,
registro de natimorto e de
filho de mulher que não se
encontrava gestante;
REGISTRO DE NASCIMENTO
INEXISTENTE

 È Crime de mera conduta (há


conduta, mas não há
resultado naturalístico);
 Não necessita, para a sua
consumação, que haja a
sucessão, bastando a mera
falsificação (ideológica) do
registro de pessoas naturais;
 O tipo do art. 241 é especial
perante o do art. 291;
REGISTRO DE NASCIMENTO
INEXISTENTE

 Bem jurídico protegido são as


relações jurídicas envolvendo
questões familiares de fato;
 A tentativa é possível, desde
que, por exemplo, o notário
não realize o registro
(inexistente) por
circunstâncias alheias à sua
vontade;
 A prescrição começa a contar,
também, a partir do
conhecimento do registro
inexistente pelo Poder
PARTO SUPOSTO. SUPRESSÃO OU
ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE
AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-
NASCIDO
Art. 242 - Dar parto alheio
como próprio; registrar como
seu o filho de outrem; ocultar
recém-nascido ou substituí-lo,
suprimindo ou alterando direito
inerente ao estado civil: Pena -
reclusão, de dois a seis anos.
Parágrafo único - Se o crime é
praticado por motivo de
reconhecida nobreza: Pena -
detenção, de um a dois anos,
podendo o juiz deixar de
aplicar a pena. (BRASIL, 1940)
PARTO SUPOSTO. SUPRESSÃO OU
ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE
AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-
NASCIDO
 Autêntico tipo penal misto
cumulativo (?);
 Modo 1: atribui a si parto de
terceiros (herdeiros são
também vítimas);
i. O agente deverá ser mulher;
ii. Gravidez simulada ou
existente (em terceiros), e
um neonato é apresentado à
sociedade como seu; mão
que assume gravidez de
filha;
PARTO SUPOSTO. SUPRESSÃO OU
ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE
AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-
NASCIDO
i. Não há necessidade do
registro do neonato, caso
haja, teremos também o
registro de recém nascido
de outrem como seu (modo
2, concurso material);
ii. O parto próprio, e entregue
a terceiros (inverso), não
configura o tipo
(configuraria participação?).
 Modo 2: há formalização no
registro civil do filho alheio;
i. Herdeiros também são
PARTO SUPOSTO. SUPRESSÃO OU
ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE
AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-
NASCIDO
ii. De fácil arguição o erro de
proibição (assim como a figura
antecedente);
 Modo 3: o agente oculta
recém nascido, para
“suprimir ou alterar
direitos”;
i. Não basta a mera ocultação,
e sim a supressão ou
alteração de direitos;
ii. O neonato deve ser
escondido da sociedade,
mesmo que o parto não seja
PARTO SUPOSTO. SUPRESSÃO OU
ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE
AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-
NASCIDO
 Modo 4: o agente substitui
recém nascido, para
“suprimir ou alterar
direitos”;
i. Mesmas considerações do
tipo anterior;
ii. No caso da “troca de
crianças” teremos também
o tipo, desde que seja para
suprimir/alterar direitos,
mesmo que um deles seja
natimorto;
PARTO SUPOSTO. SUPRESSÃO OU
ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE
AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-
NASCIDO
iii. Há a necessidade do elemento
subjetivo “suprimir ou alterar
direitos” (dolus malus).
 No §único, temos a figura
privilegiada (diminuição da pena
e do regime prisional), podendo
ainda o juiz conceder o perdão
judicial, pela presença do
relevante valor moral, comum
nos modos 1 e 2, caso não
caracterize o erro de proibição;
 A prescrição também começa a
contar a partir do conhecimento
do registro inexistente pelo
CASE JURÍDICO
“Kaio”, tomado de amores por
“Kery”, contrai casamento com a
mesma, prometendo paixão eterna,
além de assumir a criança que ela
gesta, fruto de um relacionamento
anterior. Após o parto, “Kaio”
registra em cartório a criança como
se dele fosse. Passado 2(dois) anos,
toda a trama vem à tona, com uma
delatio de “Pietro”, pai biológico da
criança, ao Parquet. Na condição de
membro do Ministério Público
deslinde o case e, caso seja cabível,
OBRIGADO

Fev/2024

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