Circuito RLC
Circuito RLC
Conteúdo programático:
Circuito em C.C.
Leis de Kirchhoff
Divisor de tensão com e sem carga
Capacitância
Associação de capacitores
Indutância
Associação de Indutores
Teorema de Thevenin
Teorema de Norton
Teorema da máxima transferência de potência
Transformação estrela-triângulo
Circuito em C.A.
Circuito em C.C.
Circuito em C.A.
• Números Complexos
• Definição de tensão elétrica alternada e geração de uma senóide
• Valor máximo; Valor instantâneo; Valor médio; Valor eficaz RMS).
• Circuitos RC série, RL série e RLC série.
• Resposta em freqüência nos circuitos RC e RL série
• Conceitos de reatância, impedância, condutância, susceptância e
admitância.
• Circuitos RC paralelo, RL paralelo e RLC paralelo
• Resposta em freqüência nos circuitos RC e RL paralelo
• Circuito RLC misto
• Definição de sistema trifásico
• Sistemas trifásicos equilibrados e desequilibrados
• Neutro aterrado
• Ligação em estrela
• Ligação em triângulo
• Potência trifásica
3
1. Identificação
Modalidade: Curso Técnico
Unidade Curricular: Análise de Circuitos
Carga Horária Total: 80 horas
Nome do docente: Fredson Oliveira
Bibliografia:
1. Análise de Circuitos em Corrente Contínua - Rômulo de Oliveira Albuquerque
2. Análise de Circuitos em Corrente Alternada - Rômulo de Oliveira Albuquerque
3. Introdução à Análise de Circuitos – Robert Boylestad
4. Análise de Circuitos – John O´Malley
5. Circuitos Elétricos – Joseph A. dminister
6. Circuitos Elétricos – Dorf - Svoboda
Circuito em C.C.
Definições
Ramo: Componente simples de um circuito como um resistor ou uma
fonte. Eventualmente este termo pode ser aplicado a um grupo de componentes
que é percorrido pela mesma corrente.
Nó: Ponto de conexão entre dois ou mais ramos. Em um diagrama de
circuito, um nó é indicado por um ponto, que pode ser um ponto de solda no
circuito real.
Malha: Caminho fechado em um circuito.
U = E' + Ri' .I
4
Obs.: o fluxo de corrente em um receptor, logicamente, é no sentido
contrário ao fluxo em uma fonte de tensão, o que afeta a equação característica.
Se multiplicarmos ambos os membros por I:
U .I = E'.I + Ri' .I 2
Onde
U.I = PE – potência elétrica solicitada pelo receptor
R i .I 2 = PD – potência dissipada dentro do receptor
E’.I = Pu – potência útil utilizada pelo receptor
O rendimento será:
PU E'.I E'
η% = .100 = .100 = .100
PE U .I U
Fonte ou Gerador de Tensão
Fonte de Tensão: Elemento de circuito que fornece uma determinada
tensão, idealmente de forma independente da corrente. (bateria, gerador).
São os mais usados na prática. São dispositivos que convertem algum tipo
de energia em energia elétrica. Alguns mantém a tensão constante entre seus
terminais (geradores CC como bateria, pilhas e dínamo), outros apresentam a
tensão variando de intensidade e de polaridade ao longo do tempo (geradores CA
como geradores de hidroelétricas).
Os geradores ideais mantém tensão constante independentemente da
corrente fornecida, isto porque não tem resistência interna, não tendo perdas. “E”
significa força eletromotriz de varia com a construção do gerador.
O rendimento do gerador obedece a fórmula:
PE
η% = .100
PM
U .I = E.I − Ri .I 2 ou E.I = U .I + Ri .I 2
Onde:
E.I é a potência motriz não elétrica transformada pelo gerador em potência
elétrica.
Igualando temos:
E – Ri.I = E’ + R’i.I
(R’i + Ri).I = E - E’
E − E'
I=
Ri + R1'
Ug = Ur + U’
E – Ri.I = R.I + E’ + R’i.I
I=
E − E'
=
∑ E − ∑ E'
Ri + R1' + R ∑R
O somatório de todas as fem (E dos geradores) menos o somatório de
todas as fcem (E dos receptores ativos) dividido pelas resistências (receptores
passivos), resultará na corrente circulante no circuito.
O sentido da corrente será inicialmente arbitrado, ao final do cálculo o
sinal positivo indica que o sentido foi arbitrado corretamente.
E −U E −U E −U 1 1 1 E −U
IT = + + = E − U . + + =
R1 R2 R3 R1 R2 R3 RT
Onde R T é a resistência equivalente da associação em paralelo
Leis de Kircchoff
Lei de kirchhoff das tensões: A soma algébrica das tensões em uma malha
é igual a zero.
Lei de kirchhoff das correntes: A soma algébrica das correntes que
chegam a um nó é igual a soma algébrica das correntes que saem deste mesmo
nó.
Divisor de Tensão
Para um circuito CC, se aplica a resistores em série, permitindo calcular a
tensão aplicada sobre qualquer resistor, sem que seja necessário saber o valor da
corrente, desde que sejam conhecidos os valores das resistências e o valor da
tensão total aplicada sobre o agrupamento em série.
10
IT
R1
VT R2
R3
VT V2
e tendo I T = e ainda I2 =
R1 + R2 + R3 R2
VT V
podemos fazer então: I T = I 2 = = 2
R1 + R2 + R3 R2
e finalmente temos a equação geral do divisor de tensão usada em circuitos em série:
R2
V2 = VT
RT
Obs.: Note que o RT da fórmula é referente apenas ao trecho em série.
Para um circuito CA podemos escrever que o divisor de tensão se aplica a
impedâncias em série, permitindo calcular o módulo da tensão aplicada sobre
qualquer impedância, sem que seja necessário saber o valor da corrente, desde
que sejam conhecidos os valores das impedâncias e o valor do módulo da tensão
total aplicada sobre o agrupamento em série.
Z2
V2 = VT
ZT
Divisor de Corrente
IT
R1 R2 R3
VT
RT
I1 = IT
R1
Método de Maxwell
Este método é derivado das leis de Kirchhoff e consiste em orientar
arbitrariamente em cada malha uma corrente, e montar tantas equações quantas
forem as malhas internas.
Malha α:
40 = 8k.I1 - 2k.I2 - 4k.I3 (1)
Malha β:
10 – 12 = - 2 = 4k.I2 - 2k.I1 - 2k.I3 (2)
Malha γ:
- 10 = 13k.I3 – 2k.I2 - 4k.I1 (3)
236
236 = 118k.I3 tal que I3 = = 2 mA
118 k
Substituindo o valor de I3 na equação (4), por exemplo, vem:
78 + 10 k .2 m 78 + 20
78 = 14k.I1 - 10k.2m daí I1 = = = 7 mA
14 k 14 k
E finalmente substituindo o valor de I3 e de I1 na equação (1), teremos:
40 = 8k.7m - 2k.I2 - 4k.2m
40 − 8k .7 m + 4k .2m 40 − 56 + 8
I2 = = = 4mA
− 2k − 2k
Como todas as correntes chegaram a valores positivos, sabemos que os
sentidos arbitrados estavam corretos.
Definição
Uma matriz é uma tabela com elementos dispostos em linhas (m) e
colunas (n).
A matriz é identificada por uma letra maiúscula, os seus elementos são
identificados pela mesma letra, porém minúsculas e seguida por um par ordenado
que identifica a linha e a coluna onde o elemento se localiza.
2 3 4
A= 1 4 5
3 6 4
O número 2 será identificado como elemento a11, já o número 5 será
identificado como elemento a23.
Quando uma matriz tem uma única linha é chamada matriz linha, e
quando possui apenas uma coluna é chamada matriz coluna.
Quando a matriz possui o número de linhas igual ao número de colunas é
chamada de matriz quadrada.
A matriz “A” mostrada anteriormente é quadrada de ordem 3
15
A diagonal inclinada para a direita, formada pelos números 2, 4 e 4 é
chamada diagonal principal. A diagonal inclinada para a esquerda, formada pelos
números 4, 4 e 3 é chamada diagonal secundária.
Determinante
Observou-se que era possível associar a cada matriz quadrada um único
número real. A este número deu-se o nome de Determinante da matriz.
Para uma matriz quadrada de ORDEM 1, ou seja, formada por um único
elemento, o determinante é o próprio elemento.
B= [2 ] det B = 2
2 5
C = 1 8
det C = (2 x 8) – (5 x 1) = 16 – 5 = 11
Para uma matriz quadrada de ORDEM 3, teremos o determinante sendo a
soma dos produtos entre os elementos das três diagonais principais, menos a
soma dos produtos entre os elementos das 3 diagonais secundárias.
2 0 2
1 5 6
D=
- 1 3 4
det D = [(2 x 5 x 4) + (1 x 3 x 2) + (0 x 6 x -1)] – [(2 x 5 x -1) + (0 x 1 x 4) +
6 x 3 x 2)] = 46 – (-26) = 20
A regra de Sarrus sistematiza esta técnica de cálculo.
Repete-se as duas primeiras colunas, tendo agora as três diagonais
principais e secundárias de forma mais clara.
2 0 2 2 0
1 5 6 1 5
- 1 3 4 - 1 3
16
O COFATOR de um elemento de uma matriz de ordem n, sendo n >= 2, é
obtido da seguinte forma.
Cofator de aij
2 5 4 3
- 2 2 0 2
E= 5 1 0 - 3
4 0 -6 1
-2 2 2 2 5 3
5 1 - 3 - 2 2 2
Det E = 4.(-1)1+3. + (-6).(-1)4+3.
4 0 1 5 1 - 3
Exemplo 2
0 0 0 0 3
2 0 1 0 4
F = 0 0 4 3 1
2 3 5 1 0
1 2 0 1 0
17
Usando a primeira linha que tem 4 zeros:
2 0 1 0
0 0 4 3
Det F = 3.(-1)1+5. 2 3 5 1 = 3.(1).Det F’ = 3 . Det F’
1 2 0 1
Usando novamente a primeira linha que tem 2 zeros, vamos calcular Det F’:
0 4 3 0 0 3
3 5 1 2 3 1
Det F’ = 2.(-1) .
1+1
+ 1.(-1)1+3.
2 0 1 1 2 1
Det F’ = [2.1.(8 – 30 – 12)] +[+1.(1).(12 – 9)] = 2.(-34) + 1. (3) = -68 + 3 = - 65
E para concluir:
Obs.: pelo que foi mostrado anteriormente, concluímos que usaremos o Teorema de
Laplace tantas vezes quantas forem necessárias até reduzir a ordem da matriz para 3.
quando chegarmos a isto será o momento de usar a regra de Sarrus para calcular o
determinante.
x+ y+ z=9
Vamos analisar o exemplo: 2 x − y + z = 4
x + 2 y − z = 2
Vamos gerar quatro matrizes e calcular quatro determinantes, de forma a chegar aos
valores de x, y e z:
1 1 1
2 - 1 1
D= tal que Det D = [1 + 1 + 4] – [-1 + (-2) + 2] = 6 – (-1) = 7
1 2 - 1
A matriz Dx é formada substituindo a coluna dos elementos associados a incógnita “x”
pela coluna dos elementos constantes.
9 1 1
4 - 1 1
Dx = tal que Det Dx = [9 + 8 + 2] – [(-2) + (-4) + 18] = 19 – 12 = 7
2 2 - 1
1 + 4) – (-1 + (-2) + 2) = 6 – (-1) = 7
A matriz Dy é formada substituindo a coluna dos elementos associados a incógnita “y”
pela coluna dos elementos constantes.
1 9 1
2 4 1
Dy = tal que Det Dy= [(-4) + 9 + 4] – [ 4 + (-18) + 2] = 9 – (-12) = 21
1 2 - 1
A matriz Dz é formada substituindo a coluna dos elementos associados a incógnita “z”
pela coluna dos elementos constantes.
1 1 9
2 - 1 4
Dz = tal que Det Dz= [(-2) + 4 + 36)] – [(-9) + 4 + 8] = 38 – 3 = 35
1 2 2
Temos agora:
Dx 7 Dy 21 Dz 35
x= = =1 y= = =3 z= = =5
D 7 D 7 D 7
Thévenin:
Este teorema diz que a parte bilateral da rede (A), pode ser substituída por
uma fonte de tensão em série com um resistor sem que isto implique em alteração
de tensão e corrente em B. Este novo circuito é conhecido como equivalente de
Thévenin, onde a tensão da fonte é a tensão de Thévenin (Vth) e o resistor tem a
resistência de Thévenin (Rth)
Norton:
Teorema da Superposição
Em um circuito linear contendo várias fontes independentes, a corrente ou
tensão em um elemento do circuito é igual à soma algébrica das tensões ou
correntes produzidas por fontes independentes atuando sozinhas.
Isto significa dizer que a contribuição de tensão ou de corrente a partir de
cada fonte independente pode ser encontrada separadamente, e então todas as
contribuições podem ser somadas algebricamente para a obtenção da corrente ou
tensão total resultante das fontes independentes do circuito.
Este raciocínio não pode ser utilizado para cálculo de potência em
circuitos CC.
Por requerer uma análise mais complexa do circuito, esta técnica
raramente é usada.
Tendo circuitos bipolares lineares e mais de uma fonte de tensão e/ou de
corrente, a corrente em qualquer trecho do circuito é igual a soma algébrica das
correntes, devidas a cada gerador individualmente, quando os outros geradores
estiverem eliminados (gerador de tensão em curto e gerador de corrente em
aberto).
Exemplo retirado Pode-se, pelo que foi dito, verificar que os dois
equivalentes estão relacionados, podendo-se transformar Thévenin em Norton e
vice-versa.
:
26
Teorema de Millman
Caso particular de aplicação do teorema de Thévenin.
Fontes de tensão em paralelo podem ser transformadas em fontes de
corrente através do teorema de Thévenin. Em seguida podemos somar as
correntes e as condutâncias das respectivas fontes de corrente, tendo ao final
uma única fonte de corrente que pode ser novamente transformada em fonte de
tensão.
( Rg + RL )2 + X g2
Derivando a potência em relação a RL e igualando a ZERO, teremos a
máxima potência transferida à carga:
dP d Vg2 RL
=
dRL dRL ( Rg + RL )2 + X g2
27
Fazemos a derivada do numerador vezes o denominador menos a
derivada do denominador vezes o numerador, finalmente dividindo tudo pelo
denominador ao quadrado:
dP { Vg [( Rg + RL ) + X g ]} − { Vg RL .2( Rg + RL ).1 }
2 2 2 2
=
dRL [( Rg + RL )2 + X g2 ] 2
Obs.: A derivada do quadrado da soma que está no denominador será:
• Duas vezes a soma pela derivada da soma. Sendo a derivada da
constante igual a zero e a derivada de RL em relação a RL igual a 1.
dP Vg {[( Rg + RL ) + X g ] − [ 2 RL .( Rg + RL )]}
2 2 2
=
dRL [( Rg + RL )2 + X g2 ] 2
dP Vg {[( Rg + RL ) + X g ] − ( 2 RL + 2 Rg RL )}
2 2 2 2
= =0
dRL [( Rg + RL )2 + X g2 ] 2
Sendo assim:
( Rg + RL )2 + X g2 − 2 RL Rg − 2 RL2 = 0
E E E E2
E ainda U = sendo assim PE = U .I = . = = PE max
2 2 2 .R 4 .R
28
10
IL = = 1A
4+6
U L = 6Ω.1A = 6V
10
IL = = 0,096 A
4 + 100
U L = 100Ω.0,096 A = 9,6V
CONSTRUÇÃO DE UM CAPACITOR
Um tipo comum de capacitor é o de placas paralelas. Esse capacitar possui duas
placas condutoras espaçadas, que podem ser retangulares ou, o que é mais
comum, circulares. O isolante entre essas placas é chamado de dielétrico. O
dielétrico pode ser o ar ou uma fatia de um isolante sólido
A
C =ε
d
30
A permissividade ε é relativa ao comportamento atômico do dielétrico. A
carga do capacitor altera os átomos do dielétrico, fazendo com que eles formem
uma região de cargas negativas na superfície de cima do dielétrico e de cargas
negativas na superfície inferior. Essa carga do dielétrico neutraliza parcialmente os
efeitos das cargas armazenadas, de forma a permitir um aumento na carga para o
mesmo valor de tensão.
CAPACITÂNCIA TOTAL
Q=CV
QT = Q 1 + Q 2 + Q 3
CT = C1+ C2 + C3.
Vs = V1+ V2 + V3
Q Q Q Q
= + +
CT C1 C 2 C 3
1
CT =
1 1 1
+ + ... +
C1 C2 Cn
C1 .C 2
CT =
C1 + C 2
ENERGIA ARMAZENADA
Uma corrente constante é a relação entre a carga Q que passa por um ponto em
Q
um condutor e pelo tempo T requerido para a passagem dessa carga: I = .A
t
especificação do tempo T não é importante, porque a carga em um circuito CC
resistivo flui a uma taxa constante. Isto significa que, dobrando o tempo, dobramos
a carga, triplicando o tempo, triplicamos a carga e assim por diante, mantendo I
constante.
∆q dq
i = lim =
∆t → o ∆t dt
dq
Esse limite, designado por , é chamado de derivada da carga em
dt
relação ao tempo
CORRENTE NO CAPACITOR
dv
i=C , observar que C é constante ficando fora da derivada.
dt
33
FLUXO MAGNÉTICO
∆N φ d dφ
v = lim = ( Nφ ) = − N
∆ t → 0 ∆t dt dt
di
Um fato importante a partir de V = L é que, se a corrente é constante
dt
di
em um indutor, então a tensão no indutor é zero, porque = 0 . Com uma
dt
corrente circulando por ele, mas com uma tensão zero, um indutor se comportará
como um circuito fechado: um indutor é um curto-circuito em CC. Lembre-se,
entretanto, de que apenas após a corrente no indutor se tomar constante é que ele
passa a se comportar como um curto-circuito.
di
A relação V = L , significa também que a corrente em um indutor não
dt
pode variar instantaneamente. Para que isso ocorresse, ∆i teria de ser diferente de
∆i
zero enquanto ∆t fosse zero, o que resultaria em um valor infinito para V = L ,
∆t
fazendo com que a tensão no indutor fosse infinita. Em outras palavras, uma
variação instantânea de corrente em um indutor requer uma tensão infinita, mas, é
claro, não existem fontes de tensão infinita. A tensão no indutor não possui tal
restrição, podendo sofrer variações instantâneas. Dizer que a corrente em um
indutor não varia instantaneamente significa dizer que a corrente imediatamente
após uma operação de chaveamento é exatamente a mesma de antes dessa
operação. Isto é um fato importante na análise de circuitos RL.
INDUTÂNCIA TOTAL
d di di di di v
v = LT (i1 + i2 + i3 ) = LT ( 1 + 2 + 3 ) sendo = podemos definir que a
dt dt dt dt dt L
indutância total de indutores em paralelo é igual ao inverso da soma dos inversos
das indutâncias individuais. Para o caso específico de N indutores em paralelo de
L
mesma indutância L, essa fórmula pode ser simplificada para LT = . E para dois
N
37
L1 xL2
indutores em paralelo LT = . Observe que essas fórmulas são iguais às
L1 + L2
utilizadas no cálculo da resistência total em paralelo.
ENERGIA ARMAZENADA
1 2
wL = L.i
2
As fórmulas mostradas na tabela anterior podem ser demonstradas, como se verá a seguir.
38
TRANSFORMAÇÃO DE TRIÂNGULO PARA ESTRELA
R3 .( R1 + R2 )
Rab = (1) Rab = Ra + Rb (2)
R1 + R2 + R3
Igualando temos:
R3 .R1 + R3 .R2
Ra + Rb = (3)
R1 + R2 + R3
R1.R2 + R1.R3
Rb + Rc = (4)
R1 + R2 + R3
R2 .R1 + R2 .R3
Ra + Rc = (5)
R1 + R2 + R3
R2 .R3 − R1.R2
Ra − Rc = (6)
R1 + R2 + R3
Somando-se (5) e (6) vem:
2 R2 .R3 R2 .R3
2 Ra = ⇒ Ra = (7)
R1 + R2 + R3 R1 + R2 + R3
39
Por analogia chegamos a:
R1.R3
Rb =
R1 + R2 + R3 (8)
R2 .R1
Rc =
R1 + R2 + R3 (9)
SENDO OS TRÊS RESISTORES IGUAIS TEMOS
R∆
RY =
3
Ra R2 R .R
= ⇒ R2 = a 1 (10)
Rb R1 Rb
Dividindo (7) por (9) temos:
Ra R3 R .R
= ⇒ R3 = a 1 (11)
Rc R1 Rc
Ra2 R1 R R + Ra Rc + Rb Ra
Ra = ⇒ R1 = b c
Rb Rc + Ra Rc + Rb Ra Ra
Rb Rc + Ra Rc + Rb Ra
R3 =
Rc
SENDO OS TRÊS RESISTORES IGUAIS TEMOS
R∆ = 3RY
Circuito em C.A.
Números Complexos
O conjunto dos números reais R é o mais amplo que se conhece, mesmo assim como
resolver dentro dele uma equação do tipo:
x2 + 1 = 0 onde o ∆ < 0.
A resposta para esta equação no conjunto dos números reais era impossível, até que
Raffaeli Bombeli em 1572 publicou seu tratado de álgebra, no qual falava de raízes
quadradas de números negativos.
Com isso surgiu um novo conjunto de números, o conjunto dos números complexos C,
que engloba o conjunto dos números reais e possibilitando responder a equação proposta
anteriormente.
Criou-se o símbolo “i” usado no lugar da − 1 , pois este número foi chamado
“número imaginário”.
41
Obs.: quando usamos os números complexos em eletricidade, substituímos o “i” pelo
“j” para que não haja confusão com o “i” de corrente elétrica.
Ex.:
Dada a equação x2 + 1 = 0, que tem como solução x = + − 1 ou x = - − 1 podemos
escrever então x = + i e x = - i.
Sabendo que “j” é um operador que rotaciona o vetor de um ângulo de 90º, temos:
Z j.b
Z1 – Z2 = (a-c) + j.(b-d)
Produto: Z1 xZ 2 = Z1 x Z 2 θ1 + θ 2
Z1 Z1
Divisão: = θ1 − θ 2
Z2 Z2
Embora seja comum usar graus para o eixo dos “x” em um gráfico de
tensão, também é muito usual o radiano (arco cujo comprimento é igual ao raio da
circunferência).
360 º
= 57,296 º = 1.radiano
2π
2.π .R
= π = 3,1415926535 8979323846 ......
2 .R
obs.:
α (ângulo.qualquer )
w= de onde podemos fazer α = w.t ângulo percorrido
t (tempo.qualquer )
44
v = Vmax.sen(α) e i = Imax.sen(α)
Sendo α = wt teremos:
v = Vmax.sen(wt) ou i = Imax.sen(wt)
v = Vmax.sen(wt+/-θ) ou i = Imax.sen(wt+/-θ)
Quando a defasagem é zero dizemos que os sinais estão em fase. Claro que esta
consideração só tem sentido para sinais de mesma freqüência.
∑ a lg ébrica.da.área
Valor .médio =
comprimento.da.curva
As áreas acima do eixo são tomadas com sinal (+), e as áreas abaixo do eixo são
tomadas com sinal negativo (-).
O valor médio de qualquer corrente ou tensão é o indicado por um medidor de CC,
ou seja, ao longo de um ciclo completo, o valor médio de uma onda periódica é o
valor CC equivalente.
π
Amax . sen α .dα = Amax [− cos α ]0 = − Amax [cos π − cos 0º ] = − Amax (− 1 − (1) ) = 2. Amax
π
∫0
e sendo o valor médio do sinal periódico a área pelo período considerado, vem:
2. Amax
valor.médio = = 0,637. Amax
π
45
obs.: para uma senóide completa o valor médio será zero, pois se os semiciclos
são iguais e simétricos a soma das áreas será zero, que dividido por PI continua
sendo zero, isto significa dizer que o valor médio, ou seja, o equivalente CC de um
sinal CA puro é zero. Isto pode ser verificado aplicando um voltímetro na escala
CC em uma tomada residencial CA, o voltímetro zero volt, que é valor médio do
sinal CA, o mesmo de dizer que não há componente CC neste sinal CA.
período 2 π .
19
0 2 4 6 8
t
I ef2 .R = I cc2 R = I m2 R
Isto implica:
1 2π 1 2π
.∫ (Ymax sen( wt ).d ( wt ) ) = ∫
2
I ef2 = I médio
2
= I cc2 = 2
Ymax sen 2 ( wt ).d ( wt )
T 0 2π 0
46
1 2π
I ef = ∫
2
Ymax sen 2 ( wt ).d ( wt )
2π 0
x sen 2 x
∫ sen x.dx = −
2
Obs.: 2 4
2π
Ymax 2π Ymax wt sen(2 wt )
∫ sen ( wt ).d ( wt ) = 2 −
2
.
2π 0
2π 4 0
2π
Ymax wt sen(2 wt ) Y 2π sen 4π 0 sen 0º
2π 2 − 4
0
= max
2π 2
− − −
4 2 4
Ymax
[π − 0] − [0 − 0] = Ymax π = Ymax
2π 2π 2
O valor eficaz também é conhecido pela sigla RMS (root mean square – raiz
média quadrática). Como se vê abaixo temos na equação a raíz quadrada do valor médio ao
quadrado.
1 2π 2
I ef =
2π ∫0
Ymax sen 2 ( wt ).d ( wt )
OBS.:
PMPO é a sigla de Peak Music Power Output (Potência de Saída de Pico Musical).
Segundo alguns fabricantes de amplificadores e alto-falantes, é a potência suportada por um pico de tensão com
duração de milésimos de segundo.
FATOR DE FORMA
É a relação entre o valor eficaz e o valor médio da onda. Para ondas simétricas, como as senóides, o
valor médio é zero. Para estes casos considera-se o valor médio de meio ciclo:
47
Vmax
Circuito Resistivo
π
x := 0 , .. 6π
32
R
5 i := 2⋅ sin ( wt)
+
2
p := 20⋅ ( sin ( wt) )
v = 10.sen(wt)
Circuito Indutivo
π
x := 0 , .. 6π
32
XL
i := 8⋅ sin wt −
π
3
2
π
+
p := 192⋅ sin wt −
v = 24.sen(wt) 2
48
Circuito Capacitivo
π
wt := 0 , .. 6π
32
XC 15
⋅ sin wt +
π
2 i :=
+ 2 2
π
+
225
p := ⋅ sin wt +
v = 15.sen(wt) 2 2
Circuito RL série
V L
= VL . 90º V V R
= VR . 0º V
I = I . 0º A
→
→ VL 90º
VL
X L
= →
= = X L . 90º Ω
I I 0º
A reatância indutiva será representada como um número complexo puro XL = jϖL
49
De maneira análoga para o resistor
→
→ VR 0º
VR
R= →
=
I 0º
=R
I
ϖL
Z = R + jϖL ⇒ R 2 + ( wL )2 arc.tg
R
Exemplo:
Exemplo a seguir, retirado do livro “Análise de Circuitos em Corrente
Alternada” - Rômulo de Oliveira Albuquerque – página 94.
Dados:
Vg = 20. 2.sen (ϖt ).V
→
Vg = 20 0º V
→
→ Vg 20 0º
I= →
= = 4 − 36 ,87º A
Z 5 36 ,87º
Circuito RC série
V C = VC . − 90º V V R
= VR . 0º V
51
→
I = I .0º A
E daí vem:
→
→ VC VC − 90º
XC = →
=
I 0º
= X C . − 90º Ω
I
1
A reatância capacitiva será representada como um número complexo puro X C =
ϖ.C
1 1
Na forma complexa teremos a reatância capacitiva: X C = − j. =
ϖ.C jϖC
1
2
1
arc .tg ϖC
1
Z =R+ ⇒ R2 +
jϖC wC R
Dados:
Vg = 10. 2.sen (ϖt ).V
→
Vg = 10 0º
VMAX = 2 .VEF
141,42
VG = 53,13º = 100 53,13º.V
2
Z T = 3 ,83 − 29 ,71º .Ω
VG 100 53,13º
I= = = 26,1182,84º. A
Z T 3,83 − 29,71º
Circuito RL Paralelo
20 2
E= 53,13º = 20 53,13º V
2
+
R XL
3,33 2,5
1 1 1 -
YT = = + = G − jB L
ZT R X L
e = 28,284.sen(wt+53,13º) V
1 0º 1 − 90º
YT = + = 0,3 0º + 0,4 − 90º = 0,3 − j 0,4 = 0,5 − 53,13º.Ω −1
3,33 2,5
1 1
ZT = = = 2 53,13º.Ω
YT 0,5 − 53,13º
Continuando os cálculos
E 20 53,13º
I= = = 10 0º. A ou I = E.YT = 20 53,13º.x.0,5 − 53,13º = 10 0º. A
ZT 2 53,13º
E 20 53,13º
IR = = = 6 53,13º. A ou I R = E.G = 20 53,13º.x.0,3 0º = 6 53,13º. A
R 3,33 0º
E 20 53,13º
IL = = = 8 − 36,87 º. A ou I L = E.BL = 20 53,13º.x.0,4 − 90º = 8 − 36,87º. A
XL 2,5 90º
Observe que IL está atrasada 90º em
relação a tensão (53,13 + 36,87), isto é
o esperado em um circuito indutivo, e
pode ser verificado no gráfico abaixo.
i R = 6 2 sen( wt + 53,13º ). A
i L = 8 2 sen( wt − 36,87 º ). A
P = 20V . 6A = 120 W
V R2
P = I .R =
2
R = V R2 .G
R
Circuito RC Paralelo
+
R XC
14,14 1,25
I= 0º = 10 0º. A 1,67
2
i = 14,14sen(wt) A
57
1 1 1 1
YT = + = + = 0,6 0º + 0,8 − 90º = (0,6 − j 0,8)Ω −1
R X L 1,67 0º 1,25 90º
1 1
ZT = = = 1 − 53,13º.Ω
YT 0,6 − j 0,8
E 10 − 53,13º E 10 − 53,13º
IR = = = 6 − 53,13º. A IC = = = 8 36,87 º. A
R 1,67 0º XC 1,25 − 90º
P = 10V . 6A = 60 W
V R2
P = I R2 .R = = V R2 .G
R
+
+
R XL XC
3,33 1,43 3,33
-
v = 141,42sen(wt+53,13º) V
58
141,42
E= 53,13º = 100 53,13º.V
2
1 1 1 1 1 1
YT = G + ( − jBL ) + jBC = + + = + +
R X L X C 3 ,33 0º 1,43 90º 3 ,33 − 90º
1 0º 1 − 90º 1 90º
YT = + + = 0 ,3 0º + 0 ,7 − 90º + 0 ,3 90º = 0 ,3 − j0 ,7 + j0 ,3 = 0 ,3 − j0 ,4 = 0 ,5 − 53,13º .Ω −1
3 ,33 1,43 3 ,33
1 1
ZT = = = 2 53,13º.Ω
YT 0,5 − 53,13º
100 2
53,13º
E 2
I= = = 50 0º. A
ZT 2 53,13º
i R = 30 2 sen( wt + 53,13º ). A
i L = 70 2 sen( wt − 36,87 º ). A
iC = 30 2 sen(wt + 143,13º ). A
Circuito CA série-paralelo
+ Calcule:
R
1
XC
2
a) ZT
b) IT
XL
3 c) VR e VC
+ d) IC
120[0º
1 V e) P
-
− j 2.x. j 3 6
a) Z paralelo = = = 6 0º.x.1 − 90º = 6 − 90º = − j 6Ω
− j 2. + . j 3 j1
60
Z T = Z R + Z paralelo = 1 − j6 = 6 ,08 − 80 ,54Ω
E 120 0º
b) IT = = = 19,73 80,54. A “ circuito predominantemente capacitivo,
Z 6,08 − 80,54
corrente adiantada em relação a tensão “
VC 118,38 − 9,46º
d) I C = = = 59,19 80,54. A “ corrente adiantada no capacitor “
XC 2 − 90
Sistema Trifásico
Sistema Monofásico (fase - neutro ou fase – terra)
Utilizado em sistemas residenciais (domésticos), comerciais e rurais com tensões
padronizadas no Brasil de 115V, 127V e 220V, freqüência de 60 Hz.
Conceitos Básicos:
Corrente de linha (Il): a corrente em quaisquer um dos três fios L1, L2 e L3, que
corresponderia aos condutores da rede de alimentação.
Corrente de fase (If): ou de bobina: correntes de cada uma das cargas.
Tensão de linha (Vl): ou trifásica: tensão medida entre dois quaisquer dos
condutores fase da linha, L1, L2, L3.
Tensão de fase (Vf): ou monofásica: tensão medida entre fase e neutro ou fase e
terra.
61
• SISTEMA TRIFÁSICO
Definição: Sistema elétrico composto por três fases defasadas entre si de 120º
elétricos no espaço. As fases são chamadas de R (rede), S(sistema) e T(trifásico),
ou A, B e C.
Ligação em triângulo:
Onde, pela própria disposição das bobinas temos as seguintes características:
Elinha = E fase I linha = 3 xI fase onde, 3 é chamado " fator do sistema trifásico "
Ligação em estrela:
Onde, pela própria disposição das bobinas temos as seguintes características:
Elinha = 3 xE fase I linha = I fase onde, 3 é chamado " fator do sistema trifásico"
Para os motores de corrente alternada as correntes podem ser determinadas pelas seguintes
expressões:
• Monofásico
• Trifásico
Obs.: se usarmos tensão de bobina (vn) ao invés de tensão de linha (Vn), usaremos 3 e não
3.
VRN VSN
Considerando o sistema trifásico ao lado, com defasagem de 120º
30º VST elétricos entre fases, poderemos fazer:
3
V L = 2.V B = 2.V B cos 30º = 2.V B = 3.V B
2
63
VTN
A corrente consumida por um motor varia bastante com as circunstâncias. Na maioria dos
motores, a corrente é muito alta na partida, caindo gradativamente (em alguns segundos)
com o aumento da velocidade. Atingidas as condições de regime, isto é, motor com
velocidade nominal, fornecendo a potência nominal a uma carga, ela atinge o seu valor
nominal - aumentando, porém, se ocorrer alguma sobrecarga.
SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
Ativa
Potência Ativa (P): Medida em watts (W), esta potência mede a quantidade de
energia ativa que foi utilizada na realização do trabalho pela máquina.
Reativa
Potência Reativa (Q): Medida em volt ampére reativo (var), esta potência mede a
quantidade de energia reativa que foi armazenada em um campo magnético,
necessário para preparar a máquina para funcionar de forma efetiva.
Esta energia não pode ser faturada pela concessionária, mas seu consumo acima
de limites definidos pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) pode gerar
multa.
Obs.: Veja correção de fator de potência.
Aparente
Potência Aparente (S): Medida em volt ampére (VA), esta potência é o somatório
geométrico das duas anteriores.