cap2
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Essa análise baseia-se no fato de que, para um circuito de N nós, a Lei de Kirchoff das Correntes
aplica-se a apenas N-1 nós, uma vez que a corrente que sai da fonte é a mesma que retorna para ela (caso
de fonte única). Existe, portanto, sempre um nó “redundante” em um circuito, do ponto de vista das
correntes. Esse nó será adotado como referência de tensão para os nós restantes, de forma que em vez de
considerar como incógnitas as tensões dos ramos, assumir-se-ão como incógnitas todas as tensões dos
nós, para as quais se aplicam a LKC, com relação ao nó de referência. É claro que, conhecidas essas
tensões, o cálculo das voltagens dos ramos fica extremamente simples, bastando para tanto aplicar a
relação v x i para o elemento de circuito correspondente.
Por razões de comodidade e simplificação das equações de circuito, costuma-se escolher o nó de
referência como sendo o nó, para o qual converge o maior número de ramos. Considere, por exemplo, o
circuito da figura 2.1(a) e seu circuito simplificado da figura 2.1(b), no qual se escolhem um nó de
referência (nó 4). Notar que os elementos de circuito da figura 2.1(b) foram caracterizados pela sua
condutância, em vez da resistência.
Uma vez que as correntes das fontes, i 1 e i3, são conhecidas, o sistema de 3 equações acima
apresenta 3 incógnitas, podendo então ser solucionado. O sistema cima pode ainda ser escrito como:
A matriz dos coeficientes do vetor das tensões é conhecida como “matriz condutância” do
circuito G.
Considera-se agora um circuito com uma fonte de corrente não conectada ao nó de referência,
como mostra afigura 2.2.
Simplificando fica:
Mais uma vez, obtém-se 3 equações com 3 incógnitas. O efeito da fonte de corrente i 21 é que o
seu valor aparece nas equações correspondentes aos seus nós terminais.
A fim de formar a análise nodal tão geral quanto possível, deve-se analisar os efeitos de fontes
de tensão e de fontes controladas. Em primeiro lugar, analisar-se-á o efeito de uma fonte de tensão,
através do circuito exemplo da figura 2.3.
Como não se conhece a corrente fornecida pela fonte independente de tensão, cria-se uma nova
incógnita: a corrente i23, conforme mostra a figura 2.3. As equações decorrentes da LKC ficam:
Notar que, nesse caso, existem 3 equações e 4 incógnitas. Uma Quarta equação pode, entretanto
ser obtida, relacionando a tensão da fonte com as tensões de seus nós terminais:
Uma outra observação a ser feita é que a dimensão do sistema de equações cresceu. Isso pode ser
evitado simplesmente pela adição da Segunda com a terceira equação, eliminando a incógnita i 23. Isso
corresponde a aplicar a LKC a um nó hipotético, contendo os nós 2 e 3. Assim:
Considere agora que, no lugar da fonte de tensão independente da figura 2.3, existe uma fonte de
tensão dependente, como mostra a figura 2.4.
Para o nó 3, tem-se:
Equação esta já obtida. A diferença agora é que a tensão e 23 deve ser colocada em função das
incógnitas já definidas, como segue:
Portanto, a terceira equação do sistema é:
Ou ainda:
e o sistema fica:
A esta altura, é necessário ainda fazer a distinção entre laço e malha. A definição de laço foi
dada anteriormente, como sendo um caminho fechado de uma rede. Define-se “malha” como um laço
particular, que não contém um outro laço no seu interior.
A técnica de análise de malhas baseia-se no conceito de “corrente de malha”. Esse conceito será
introduzido com o auxílio do circuito da figura abaixo:
Duas malhas podem ser identificadas no circuito. Aplicando a LKV para cada uma delas, tem-se:
Ou ainda:
Do ponto de vista da corrente i 1, o seu efeito físico na malha de e 1 é equivalente à situação
correspondente à associação série das resistências R 1 e R3. Portanto, pode-se definir uma corrente
hipotética I1, de valor igual a i1, circulando em toda a malha de e 1, produzindo uma queda de potencial em
todas as resistências da malha, dada pela Lei de Ohm. É claro que, resistências comuns a duas malhas,
como é o caso de R3, sofrem a influência das correntes de ambas as malhas. Como, de costume, as
correntes de malha são sempre definidas no sentido horário, duas correntes de malha adjacentes
percorrem o ramo comum em sentidos opostos, uma produzindo queda de potencial e a outra, elevação
(observe que a ddp R3i2 apresenta sinal contrário ao da ddp R3i1) em ambas as equações. Em termo de
correntes de malha o circuito fica:
Observe que as incógnitas agora são as correntes de malha e, se um circuito possui M malhas, o
sistema resultante da aplicação dessa técnica apresenta M equações e M incógnitas.
Exemplo:
As fontes de tensão e de corrente, que foram utilizadas nos circuitos analisados até agora, eram
fontes ideais. De acordo com sua definição, essas fontes são capazes de fornecer tensão (ou corrente)
constante, em seus terminais, independente da corrente (ou tensão) imposta pelo circuito restante. Dessa
forma, as fontes ideais são capazes de fornecer potência infinita, o que não corresponde à realidade prática. A
fim de tratar fontes reais como partes integrantes de um circuito, é necessário, portanto deduzir o seu modelo.
Reporte-se ao exemplo da bateria automotiva, anteriormente citada. Observa-se que, para correntes
elevadas, há uma diminuição na tensão terminal bateria, diminuição esta que cresce com o aumento da
corrente. A fim de reproduzir essa situação, através de elementos de circuito, representa-se a bateria por uma
fonte de tensão ideal e constante, em série com um resistor, como mostra a figura:
Tensão interna da bateria (fonte).
Resistência interna da bateria.
Se a bateria alimenta uma carga de resistência Rc a função terminal pode ser dada então por:
normal).
Fontes ideais de corrente também não existem, na prática. Algumas fontes reais transistorizadas
podem fornecer uma corrente aproximadamente constante para uma pequena faixa de variação dos resistores
de carga. Entretanto, para valores elevados da resistência de carga, a tensão terminal é correspondentemente
alta e acorrente fornecida é então reduzida. Esse comportamento pode ser traduzido, em termos de
componentes de circuito, através de uma fonte de corrente ideal em paralelo com uma resistência elevada, que
“drena” corrente significativa quando a tensão é elevada. Essa situação é mostrada na figura abaixo.
Para
If=
2.4.1 LINEARIDADE
Um elemento de circuito é dito “linear” se existe uma relação linear entre a tensão em seus terminais
e a corrente que o atravessa. Em outras palavras, se a corrente for multiplicada por uma constante a, a
voltagem também será multiplicada pela mesma constante. É claro que esse conceito não se aplica a fontes
independentes.
A partir das relações v x i que definem os elementos simples (passivos) de circuito, observa-se
facilmente que esses elementos (resistor, indutor, capacitor) são lineares. Fontes dependentes são lineares, se
a relação entre a sua grandeza controlada e a grandeza que a controla for uma relação linear.
Define-se como “circuito linear” todo circuito composto apenas por fontes independentes, fontes
dependentes lineares e elementos lineares.
2.4.2 SUPERPOSIÇÃO
O princípio da superposição aplica-se em diversos ramos da física, sempre em sistemas que podem
ser caracterizados como lineares. Na teoria de circuitos elétricos, em particular, o princípio da superposição
estabelece que a resposta (tensão ou corrente) obtida por ação de um conjunto de fontes independentes é igual
à soma das respostas obtidas por ação de cada fonte, isoladamente.
Para simular a ação isolada de fontes independentes, é necessário entender o procedimento de
“desligamento” de uma fonte. Uma fonte de tensão ideal mantém uma ddp entre dois nós de um circuito,
nos quais ela está conectada. Desligar a fonte de tensão corresponde a “zerar” essa ddp, i. e., a curto-circuitar
a fonte de tensão. Por outro lado, anular os efeitos de uma fonte de corrente sobre um circuito corresponde a
abrir os terminais da fonte.
Exemplo:
b) Superposição
b.1) Desligando a fonte de tensão:
Esses teoremas foram demonstrados com o objetivo de substituir uma parte de uma rede, da qual não
se deseja observar qualquer variável, por um circuito equivalente.
a) Rede A ativa e rede B passiva
Observe que, uma vez que a rede B é passiva, a tensão v b fica perfeitamente determinada pela
corrente i. Dessa forma, qualquer circuito que forneça essa corrente à rede B, será equivalente à rede A. Com
base nesse raciocínio, introduz-se uma fonte de tensão v x, seccionando-se um dos condutores de ligação entre
as redes, com polaridade adequada e ajustada de tal forma que a corrente resultante, entregue à rede B, seja
nula (ver figura abaixo).
b) Redes A e B Ativas
Adotando, em primeiro lugar, o princípio da superposição, pode-se afirmar que a tensão terminal em
B, bem como a corrente que é fornecida para essa rede, podem ser compostas pela soma das contribuições das
fontes das duas redes, conforme mostra a figura 2.4.3.
Onde
Onde:
Portanto, o ckt equivalente ao da figura 2.4.3 (c), pode ser obtido por superposição, adicionando as
equações acima, na forma:
o que corresponde ao circuito abaixo:
Logo,
INOR=iSC
Ou:
VOC=Rth.iSC
Exemplo 1: Aplicar o teorema de Thévenim para resolver o CKT abaixo e determinar a tensão no resistor de
4mho.
Exemplo 2: Encontrar a tensão sobre o resistor de 1 , aplicando o teorema de Norton:
Topologia: ramo da geometria que caracteriza as propriedades geométricas de uma figura, que não se
alteram, caso esta seja girada, torcida, dobrada, etc.
Nó: já definido
Ramo: já definido
Malha: já definida
Grafo: representação de um circuito, mostrando seus elementos como segmentos de reta. (grafo
linear)
Circuito planar: já definido
Circuito não-planar: já definido
Árvore: conjunto conectado de ramos que contém todos os nós, mas nenhum laço.
Elo: depois de definida uma árvore, define-se elo como sendo qualquer ramo não pertencente à
árvore escolhida.
Se N é o número de nós:
Rarv=N-1 número de ramos de uma árvore
Se B é o número total de ramos:
L=B-(N-1)=B-N+1 número de elos
Ou ainda: