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Universidade Eduardo Mondlane: Faculdade de Ciências Departamento de Física

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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
FISICA MODERNA
Curso de Física

Tema: Contagem Estatística e Determinação do tempo morto

Discentes: Docentes:
Chabir Abdul Jaime Alberto Navungo
Idálio Taimo Belarmino Matsinhe
Jossefa Daniel Mundlhovo Sheila Tinga
Noe Filipe Jambo

Maputo, Novembro de 2022


Objectivos:
 Determinar o tempo morto do detector de Geiger Muller GM;
 Determinar eficiência do detector G-M;
 Analisar a contagem estatística da radioactividade e comparar com o modelo teórico
(distribuição de Poisson).

Material Necessário:
 Fonte radioactiva Sr-90 Kbq 1;
 Fonte radioactiva Co-60 74 Kbq 1;
 Contador Geiger Muller 1;
 Cabo BNC, 175 mm 1;
 Tubo de contador, tipo A 1;
 Cronómetro analógico;
 Lâminas de ferro e chumbo;

 Paquímetro 1.

Resumo Teórico
O detector de GM é um tubo contador, que permite detectar a presença de radiações
ionizantes (partículas com carga eléctrica do tipo β, α e γ.
O corpo do contador GM é em geral constituído por um cilindro metálico fechado em
ambas as extremidades. Uma das extremidades (faces) é fechada com uma película fina de
metal, vidro, etc. e constitui a janela do detector, ou seja a zona por onde deverão entrar as
partículas a detectar. No caso do detector se destina a partículas carregadas é fundamental
que a espessura da janela seja reduzida a ordem 10 a 100 microns, conforme o tipo de
material usado. De outra forma as partículas podem perder toda a sua energia ao atravessar
a janela, sendo ai absorvidas, não sendo portanto detectadas.
Se pretendermos detectar apenas fotões, então a janela do tubo GM pode ser mais espessa,
pois os raio-X e gama têm maior poder de penetração que as partículas carregadas. Uma
janela mais espessa tem a vantagem de tornar o detector mais robusto. No eixo do cilindro é
colocado um fio rígido, electricamente isolado do corpo do detector. O tubo de GM ver
figura 1é enchido com uma mistura escolhida de gases. Entre o fio central (ânado) e o
corpo cilíndrico (catado) aplicada uma diferença de potencial (da ordem das centenas de
volt). Quando uma radiação entra no detector, o gás é ionizado sendo produzida uma
avalanche, da qual resulta um sinal eléctrico.
Apresenta um largo plateau no intervalo entre (~425-650 V) com único declive que define
o intervalo de funcionamento.
O tubo está montado em forma de um cilindro metálico de paredes finas de alumínio
(cátodo impermeável a radiação γ contendo uma mistura de gases (Árgon, hélio, néon e
cloro ou bromo). É mais conhecido como detector de janela, na ponta usa uma parede fina
de mica para possibilitar a entrada de grande parte da radiação alfa e beta sem absorvê-las
independentemente das usas energias, visto que a janela é muito sensível, protegida por um
boné de bronze renovável que protege-a contra dano mecânico, figura 1.

Fig 1: detector de GM
Uma tensão V é aplicada entre o catado e o ânado, a corrente externa é determinada pela
condutividade do gás dentro do tubo e pela sua ionizaçào figura 2.

Fig 2: Aplicação da tensão entre o cátodo e o ânodo


A radiação ionizante somente pode ser medida indirectamente fazendo uso dos efeitos
causados por ela ao interagir com a matéria, visto que produz um efeito eléctrico em
materiais pelos quais ela passa. Se medir-se o efeito eléctrico, pode-se determinar quanta
radiação passa através do material. Este meio é o princípio operacional básico para a
medição da radiação ionizante.
Durante o registo dos eventos no sistema do detector pode ocorrer perdas durante a
contagem por coincidência de contagem. Visto que o sistema fica paralisado por um
intervalo de tempo fixo, este tempo fixo designado tempo morto ou tempo de resolução é
responsável pela redução da quantidade de radiação ionizante detectada.
Depois de cada evento contado, a perda será igual ao número de eventos esperados durante
o tempo morto, logo segundo Knoll (2000) o número de contagens com a correcção do
tempo morto será dado como;
nr
n corr =
1−nr τ

Tempo Morto do Detector Geiger Müller

A montagem experimental é demonstrada na figura 1, e é constituído de um detector de


Geiger Muller, que regista o número de partículas que entram na câmara do detector e
produzem um pulso registável ao ironizar o gás no seu interior. Para determinar
experimentalmente o tempo morto de duas fontes de radiação ionizante, matematicamente é
dado de modo:

X ( 1−√|1− Z|)
τ=
Y (2)

Onde:
X ≃n1 n 2−n bg n 12

Y ≃n1 n2 ( n12 + nbg )−nbg n12 ( n1 + n2 )


Y ([ n1 +n 2 ]−[ n 12 +n bg ])
Z=
X2

n1 representa o número de contagens da fonte 1 ;


n2 representa o número de contagens da fonte 2;
n12 representa o número de contagens das duas fontes juntas.

Realização da Experiência
Parte I
O metodo de fontes consiste em :
1- Montagem como mostra a figura 2 (a) ;
2- Determinar a radiação de fundo nbg (sem nenhuma fonte), fazendo leitura em cada 1
minuto em 10 repetições;
3- Colocar o detector a uma distância de 4.5 cm a fonte de Sr-90 fazer 10 medições em
cada 1 minuto (n1);
4- Repita o número 3 para a fonte (60Co) (n2);
5- Colocar em simultâneo as fontes Sr-90 e (60Co) fazer 10 medições em cada 1
minuto;
6- Preencher a tabela 1;
7- Fazer as correcções usando a equação (1) e substituir as respectivas contagens para
determinar o tempo morto pela equação (2)
Eficiência do detector de Geiger Muler
Experimentalmente, devido a todos os factores que influenciam a eficiência do detector,
para cada tipo de radiação, incluindo a atenuação dos raios γ devido a interacção de alguns
fotões com os átomos do material o qual barram a contribuição das partículas beta; houve,
de facto, uma necessidade de corrigir o número de contagens reais considerando tais
factores, de modo que resulte:

n =A×k PMMA ¿ G× λγ ¿ k mult


γ (3)
A equacao (3) é valida para rios gama, logo para as particulas beta tem-se

n r = A×k mica ¿ k ar ¿G×λ β ¿ k mult


β (4)
Onde: A é a actividade da fonte padrão, neste caso cobalto 60Co;
k mult constante de detecção multipla;
λ β Corresponde as frequências de emissão de partículas beta;
λ γ Corresponde as frequências de emissão de radiação gama;
kar é factor de absorção pelo ar e é dado pela expressão:

β
−( )ar d ar ρar
ρ
k ar =e (5)

β
( )
ρ é o coeficiente de absorção no ar dado pela equação:
β 35 Z
( )= 1 .14 Cm 2
ρ AEmax [
g
]
(6)
d ar
representa a distância entre a fonte radioactiva e o detector;

ρar
é a densidade do ar,
Z é o número atómico;
Emax é a energia maxima do espectro do decaimento beta;
A é o número de massa do Ar.
kmica é o coeficiente a absorção na janela do detector é determinado
como:
− β mica d mica
k mica=e (7)

β mica
é o coeficiente de atenuação de mica
d mica
é densidade superficial de mica
O factor de atenuação gama pelo material PMMA (polimetil metacrilato) será dado como:
μ
−( ) d ρ
ρ PMMA PMMA PMMA
k PMMA =e (8)
μ
( ) PMMA
ρ é o coeficiente de atenuação de PMMA para energia
gama;

d PMMA
é a espessura do PMMA;

ρ PMMA
é a densidade do material PMMA.

Para detectores de forma cilíndrica de raio a que se encontram a uma distância d da fonte de
radiação ionizante (ver figura 2.), o factor geométrico pode ser dado por:
d
Ω=2 π ( 1− )
√d 2
+a 2
(9)

Fig 3. Geometria de Medição (Knoll, 2000)


A eficiência geométrica, G, pode ser relacionada com o factor de geométria pela
seguinte equação:

Ω=4 πG (10)

Em condições ideais o número de particulas emitidas é igual ao número de particulas


contadas, mas experimentalmente o número de radiações ionizantes emitidos pela fonte é
reduzido devido ao tempo morto e ao factor geométrico, em todo caso a eficiência das
partículas beta pode ser dada por:

Nr
ε β=
n rβ
(11)

Onde: N r representa o número de contagens medidos correspondentes a particulas


beta corrigidas em relação ao fundo e a contribuição gama.
n rβ corresponde ao número de particulas atingem o volume sensivel do
detector
tendo em conta a geometria de medição e a probabilidade de emissão da fonte de radiação
ionizante. O procedimento para determinar a eficiência do tubo Geiger Müller, usou-se a
fonte 60Co.
Figura 3 (a) Montagem Experimental, (b) Esquema de Montagem Experimental para
Determinação do Tempo Morto

Experimentalmente realiza-se da seguinte forma:


Parte II Ordem de realização
1- Montar como mostra a figura 3(a);
2- Determinar a radiação de fundo (sem nenhuma fonte), fazendo leitura em cada 1
minuto em 10 repetições utilizar, dados da parte I;
3- Usando fonte (60Co) fazer as contagens tanto γ e β juntos 10 medições;
4- Repetir o nr 3 para o cobalto (60Co) fazendo só contagens de γ para tal usar a barra
de vidro Plex PMMA de 5 cm de espessura para barrar a contribuição de partículas
β;
5- Preencher a tabela 2
6- Determinara analiticamente a eficiência do Geiger Muller usando a equação (11)
Nota: Para os contadores de Geiger Muller disponíveis no laboratório a alta tensão aplicada
não deverá exceder ou ultrapassar nunca os 1000V.
Diâmetro do detector 1,5 cm
Radiação de fundo sem nenhuma barreira:

N˚ Radiação de fundo A B A&B Cs 137

1 138 480 354 630 113

2 110 450 354 651 122

3 137 470 384 644 148

4 124 401 355 607 127

5 114 455 398 639 120

X 124.6 451.2 369 634.2 126

Tabela 1: Radiação de fundo sem barreira:

Tabela com barreiras de chumbo

N˚ Radiação de A B A&B Cs 137


fundo

1 Pb 2 Pb 1 Pb 2 Pb 1 Pb 2 Pb 1 Pb 2 Pb 1 Pb 2 Pb

1 129 135 205 253 187 208 264 240 185 192

2 151 131 224 210 203 196 273 240 199 161

3 100 120 225 219 194 216 258 269 167 161

4 123 116 210 218 195 179 282 269 166 143

5 108 133 220 248 226 197 275 249 175 152

X 122.2 127 216.8 229.6 201 199.2 250.4 253.4 178.4 161.8

Tabela 2: Radiação de fundo com barreiras Chumbo


Tabela com barreiras de Ferro

N˚ Radiação de A B A&B Cs 137


fundo

1 Fe 2 Fe 1 Fe 2 Fe 1 Fe 2 Fe 1 Fe 2 Fe 1 Fe 2 Fe

1 85 108 236 227 179 108 207 291 140 138

2 65 78 241 226 213 191 298 272 103 136

3 90 76 250 206 205 152 254 287 95 107

4 102 87 220 224 207 140 234 264 120 94

5 96 92 231 228 203 138 261 258 111 103

X 87.6 88.2 235.6 222.2 201.4 145.8 250.8 274.4 113.8 115.6

Tabela 3: Radiação de fundo com barreiras de ferro

Determinando o tempo Morto do Detector Geiger Müller (Radiacao de fundo)

X =n 1 n2 – nbg n 12

X =451.2 ˑ369 – 124.6 ˑ 634.2

X =¿ 87 471.48

Y =n1 n 2 ( n 12+ nbg ) −nbg n 12(n 1+n 2)

Y =¿ 451.2 ˑ 369 (634.2 +¿ 124.6 ) −¿ 124.6 ˑ 634.2 (451.2+ 369)


Y =¿126 334 736.6 – 64 813 286.66

Y =¿ 64 521 449.9
Y [ ( n 1+n 2 )− ( n12+ nbg ) ]
Z=
X2
64 521 449.9 [ ( 451.2+369 ) −( 634.2+ 124.6 ) ]
Z= 2
(87 471.48)

64 521 449.9 [ ( 820.2 )−( 758.8 ) ]


Z= 2
(87 471.48)

64 521 449.9 [ ( 820.2 )−( 758.8 ) ]


Z= 2
(87 471.48)
64 521 449.9 ˑ61.4
Z= 2
(87 471.48)
64 521 449.9 ˑ61.4
Z= 2
(87 471.48)
3 961 617 024
Z=
7 651259 813
Z=0.517
Calculadas essas variaveis(X, Y, Z) usa-se a equacao 2 para determinar o tempo morto de
GM

X (1− √ 1−Z )
t=
Y
87 471.48 (1−√ 1−0.517)
t=
64 521 449.9

87 471.48 ˑ0.305018
t=
64 521 449.9
26680.37
t=
64 521 449.9
t=0.00041 s

Determinando o tempo Morto do Detector Geiger Müller (Barreeiras de Chumbo)


Por economia de espaco iremos proceder da mesma maneira feita na determinacao do
tempo morto para o caso da radiacao de fundo expondo apenas os resultados obtidos.

Calculo de X
Uma barreira de Pb Duas barreiras de pb
X =n 1 n2 – nbg n 12 X =n 1 n2 – nbg n 12
X =¿ 12 977.9 X =¿ 13 554.5

Cálculo de Y
Uma barreira de Pb
Y =n1 n 2 ( n 12+ nbg ) −nbg n 12 ( n1+ n2 )

Y =¿ 3 452 503.6
Duas barras de Pb
Y =n1 n 2 ( n 12+ nbg ) −nbg n 12(n 1+n 2)

Y =¿ 3 598 540.2

Calculo de Z
Uma barreira de Pb Duas barras de Pb
Y [ ( n 1+n 2 )− ( n12+ nbg ) ]
Z=
X2
Y [ ( n 1+n 2 )− ( n12+ nbg ) ]
Z=
X2
Z=¿ 0.926 Z=¿ 0.947
Tempo morto pra Pb
Uma barreira de Pb Duas barreiras de Pb
X (1− √ 1−Z ) X (1− √ 1−Z )
t= t=
Y Y
t=¿ 0.00262 s t=¿ 0.00289 s
Determinando o tempo Morto do Detector Geiger Müller (Barreeiras de Ferro)

Cálculo de X
Uma barreira de Fe Duas barreiras de Fe
X =n 1 n2 – nbg n 12 X =n 1 n2 – nbg n 12
X =¿ 25 479.7 X =¿ 8 194.6
Cálculo de Y
Uma barreira de Fe
Y =n1 n 2 ( n 12+ nbg ) −nbg n 12 ( n1+ n2 )

Y =¿ 6 456 100.8
Duas barras de Fe
Y =n1 n 2 ( n 12+ nbg ) −nbg n 12(n 1+n 2)

Y =¿ 2 840 699.7

Calculo de Z
Uma barreira de Fe Duas barras de Fe
Y [ ( n 1+n 2 )− ( n12+ nbg ) ]
Z= 2
X
Y [ ( n 1+n 2 )− ( n12+ nbg ) ]
Z= 2
X
Z=¿ 0.980 Z=¿ 0.228

Tempo morto pra Fe


Uma barreira de Fe Duas barreiras de Fe
X (1− √ 1−Z ) X (1− √ 1−Z )
t= t=
Y Y
t=¿0.00338 s t=¿ 0.00045 s
Número de contagem com a determinação do tempo morto
nr
n corr =
1−nr t
Para Radiação sem fundo
nr
n corr =
1−nr t

451.2
n corr = 0.00338
1−451.2 ˑ
n corr =¿

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