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Cejas - Proc. Civil

O documento é um material de estudo para o Curso Preparatório da 1ª Fase da OAB, focando em Processo Civil, com anotações sobre normas fundamentais, ação, pressupostos processuais e outros tópicos relevantes. Ele aborda artigos do Código de Processo Civil (CPC) e seus princípios, como a boa-fé, cooperação e o direito à tutela jurisdicional. O conteúdo é estruturado em capítulos que detalham aspectos essenciais do processo civil, visando preparar os alunos para a prova da OAB.

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Larissa Lopes
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Prof. Danilo Santana Prof.

Fábio Milhomens
Santana
Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB – Centro de Estudos Jurídicos Aras (CEJAS)
Prof. Fábio Milhomens e Danilo Santana | Processo Civil

ANOTAÇÕES

SUMÁRIO
Capítulo 1. Normas Fundamentais do Processo Civil .............. 3
Capítulo 2. Ação ............................................................ 8
Capítulo 3. Pressupostos Processuais ................................. 14
Capítulo 4. Competência ................................................... 15
Capítulo 5. Jurisdição ................................................... 20
Capítulo 6. Litisconsórcio ................................................... 21
Capítulo 7. Intervenção de Terceiros ................................. 23
Capítulo 8. Juízo Arbitral ................................................... 27
Capítulo 9. Comunicação dos Atos Processuais ............... 29
Capítulo 10. Procedimento Comum ................................. 31
Capítulo 11. Julgamento Antecipado da Lide ........................ 36
Capítulo 12. Organização e Saneamento do Processo ............ 37
Capítulo 13. Audiência de Instrução ................................. 38
Capítulo 14. Sentença ................................................... 39
Capítulo 15. Coisa Julgada .......................................... 43
Capítulo 16. Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR)
............................................................ 44
Capítulo 17. Ação Rescisória .......................................... 45
Capítulo 18. Incidente de Assunção de Competência (IAC) .... 46
Capítulo 19. Tutelas Provisórias .......................................... 47
Capítulo 20. Recursos em Espécies ................................. 50
Capítulo 21. Execução ................................................... 54
Capítulo 22. Das Provas ................................................... 57
Capítulo 23. Execução de Alimentos ................................. 58
Capítulo 24. Ação Possessória .......................................... 60
Capítulo 25. Ação Monitória ................................. 62

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CAPÍTULO 1. NORMAS FUNDAMENTAIS DO ANOTAÇÕES

PROCESSO CIVIL.

Previstas, basicamente, do art. 1º ao 12, do CPC.

 Art. 1º, CPC. O processo civil será ordenado, disciplinado e


interpretado conforme os valores e as normas fundamentais
estabelecidos na Constituição da República Federativa do
Brasil, observando-se as disposições deste Código.
• Não basta ter um processo que realize o seu procedimento.
• O processo precisa estar conjugado ao viés constitucional.
• O CPC traz um elenco de princípios que irão colaborar com a
visão prática do processo.
• O processo busca a pacificação social.
• Conjunto de princípios e regras que disciplinam o processo,
conjugado com o viés constitucional.

 Art. 2º, CPC. O processo começa por iniciativa da parte e se


desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em
lei.
• A jurisdição estatal é exercida pelo Poder Judiciário,
composto pelos Juízes e Tribunais, conhecendo e decidindo
sobre os conflitos submetidos a si.
• A petição inicial está disciplinada no art. 319, do CPC.
• A partir do momento que a petição inicial é distribuída ou
registrada, considera-se proposta a ação, conforme o art.
312, do CPC.
• O réu precisa ser citado para ingressar no processo e gerar
seus efeitos, nos moldes do art. 240, do CPC, constituindo,
assim, a estabilização subjetiva da lide pela determinação
dos sujeitos participantes da lide. Existem exceções que
permitem que pessoas que não fazem parte do processo,
inicialmente, participem.
• Por impulso oficial significa dizer que compete ao Estado dar
prosseguimento à resolução do mérito e sua efetivação.

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• Existem casos em que o processo surge por ato de ofício, à


ANOTAÇÕES
exemplo do conflito de competência (art. 951, CPC), do
IRDR (art. 976, CPC), do IAC (art. 947, CPC)

 Art. 3º, CPC. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça


ou lesão a direito.
• § 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
o A arbitragem tem natureza privada.
o Juiz não pode conhecer as questões de ordem privada
de ofício.
o A existência da convenção de arbitragem deve ser
alegada através de preliminar de contestação (art.
337, CPC).
o Ao final, o arbitro profere a sentença arbitral, que é
um titulo executivo judicial, conforme o art. 515, inciso
VII, CPC.
o Se a parte não cumpre com a sentença arbitral, inicia-
se o cumprimento de sentença, que será realizado
perante o Estado.
o O arbitro pode conceder tutela provisória, comunicada
para ser executada através da carta arbitral.
• § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução
consensual dos conflitos.
• § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério
Público, inclusive no curso do processo judicial.
o Os Estado e as partes devem fomentar as formas
consensuais de resolução de conflito.

 Art. 4º, CPC. As partes têm o direito de obter em prazo razoável


a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
• Instaurado o processo, o objetivo é alcançar a decisão de
mérito, pois, somente a decisão de mérito transitada em
julgado pode gerar a coisa julgada material.
• A sentença terminativa ou sem resolução de mérito
transitada em julgado faz apenas coisa julgada formal,

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conforme art. 486, do CPC. A coisa julgada formal não


ANOTAÇÕES
impede ajuizamento da ação novamente.
• Só cabe recurso enquanto a decisão judicial não transitar em
julgado. Após transitar em julgado, somente caberá ação
rescisória.

 Art. 5º, CPC. Aquele que de qualquer forma participa do


processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
• Trata do princípio da boa-fé objetiva.
• Quando a parte viola o princípio da boa-fé, será considerada
litigante de má-fé.
• A multa por litigância de má-fé pode ser determinada de
ofício pelo magistrado ou estabelecida mediante
requerimento das partes.
• A multa por litigância de má-fé pode ser determinada de
ofício pelo magistrado ou estabelecida mediante
requerimento das partes, e deverá ser superior a 1% e
inferior a 10% do valor corrigido da causa, não excluindo
eventuais perdas e danos que decorram em razão da má-fé
praticada pela parte.
• De acordo com o art. 77, § 2º, do CPC, a multa por ato
atentatório à dignidade da justiça pode ser fixada em até
20% do valor da causa.

 Art. 6º, CPC. Todos os sujeitos do processo devem cooperar


entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de
mérito justa e efetiva.
• Trata do princípio da cooperação.
• As partes capazes, em se tratando de litígios que admitem
autocomposição poderão dispor a respeito do ônus, poderes,
faculdades e deveres processuais, levando ao juízo, que
deverá submeter-se à convenção estabelecida pelas partes.
Esse instituto é chamado de negócios jurídicos processuais,
disposto no art. 190, do CPC. Porém, o negócio pode ser
rejeitado pelo juiz se (i) for excessivamente oneroso para
uma das partes, (ii) se constatar-se como contrato de adesão

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e (iii) se desrespeitar os requisitos de validade do ato


ANOTAÇÕES
jurídico.
• O juiz deve incentivar que o processo seja cooperativo.

 Art. 7º, CPC. É assegurada às partes paridade de tratamento


em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos
meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções
processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

 Art. 8º, CPC. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá


aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando
e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a
eficiência

 Art. 9º, CPC. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem
que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I. à tutela provisória de urgência;
II. às hipóteses de tutela da evidência previstas no art.
311, incisos II e III ;
III. à decisão prevista no art. 701.

 Art. 10, CPC. O juiz não pode decidir, em grau algum de


jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se
tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda
que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Esses artigos contemplam o princípio da isonomia e
paridade de armas. Nosso código proíbe as chamadas
decisões surpresas. Antes proferir uma decisão, o juiz
precisa oportunizar o conhecimento e a defesa à parte.
- A 1ª exceção ao princípio do contraditório
substancial é a tutela de urgência.
- A 2ª exceção é a tutela de evidência (art. 311,
incisos II e III, CPC).
- A 3ª exceção é a decisão que se extrai da decisão
monitória.

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ANOTAÇÕES
 Art. 11, CPC. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena
de nulidade.
• Trata do princípio da fundamentação.
• O art. 489, § 1º, do CPC, define os elementos essenciais da
sentença, que o juiz precisará observar.
• Decisão que não é fundamentada é considerada uma decisão
omissa, e, da decisão omissa caberá embargos de declaração
(artigos 1.022 a 1.026, do CPC).

 Art. 11, parágrafo único, CPC. Nos casos de segredo de justiça,


pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus
advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.

 Art. 12, CPC. Os juízes e os tribunais atenderão,


preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para
proferir sentença ou acórdão.

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CAPÍTULO 2. AÇÃO. ANOTAÇÕES

 Violação a direito ou tentativa de violação possibilitam a busca


pela tutela jurisdicional do Estado para obter a prestação que
seja adequada e suficiente a tutelar o direito ao qual o individuo
seja o legitimo titular.
 A ação representa um direito subjetivo, público e abstrato de
requerer a tutela jurisdicional estatal, para, desta forma, obter uma
prestação capaz de resolver o mérito e assim obter a tão sonhada
pacificação social.
o O mérito representa a própria relação jurídica
material/substancial que está sendo discutido em juízo.
 O papel da ação é permitir que a discussão da tentativa ou
violação a direito seja conhecido pelo órgão jurisdicional
competente. São os pedidos que tratarão da procedência.
 Encontra-se delineado no art. 5º, inciso XXXV, CRFB/88, e no
art. 3º, do CPC.

1) PRESSUPOSTOS DA DEMANDA (ART. 17, CPC):


 O código atual não usa mais a expressão condições da ação.
 Os pressupostos da demanda ou da ação são requisitos
necessários para obtenção de uma decisão de mérito.
 Os pressupostos da demanda (antiga condições da ação) são
questões de ordem pública que devem ser analisadas para
que o juiz possa ingressar no mérito.
 O art. 17, do CPC, que prevê os pressupostos da demanda,
também informa que para postular em juízo é necessário ter
legitimidade e interesse de agir (interesse processual).
 Vejamos:
a) Legitimidade “ad causam”: Só pode postular em juízo
quem detém a legitimidade para o pedido. A legitimidade
é questão de ordem pública, razão pela qual deverá ser
apreciada e constatada pelo juízo, independentemente de
provocação. A propositura da ação cabe ao titular do
direito material que foi violado. A legitimidade contempla
a relação das partes com o direito que está sendo
discutido.
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o A legitimidade é uma via de mão dupla, ou seja,


ANOTAÇÕES
tanto o autor como o réu devem ser partes
legítimas para estar no processo.
o Questão de ordem pública pode ser conhecida a
qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição.
o Legitimidade em face do autor e do réu ➜ o juiz
pode constatar de ofício ➜ indeferimento por
ilegitimidade (não é inépcia da inicial).
o Se o juiz acolher a ilegitimidade, ele irá extinguir o
processo sem resolução de mérito.
o Ao receber a petição inicial, se o juiz constatar a
ausência de legitimidade, deverá indeferir a
mesma, nos termos do art. 330, II, CPC. Ao
indeferir a petição inicial em razão da ausência de
legitimidade, o juiz irá proferir sentença sem
resolução de mérito, conforme o art. 485, do CPC.
o A legitimidade pode ser ordinária (art. 17, CPC) ou
extraordinária (art. 18, CPC).
- A legitimidade ordinária representa a
condição de que só quem pode postular em
juízo é o titular do direito material a ser
discutido.
- A legitimidade extraordinária dispõe que
determinadas pessoas podem propor ação em
nome próprio para defender direito de
terceiro.
o Legitimidade extraordinária não se confunde com
representação. A representação é um instituto que
objetiva a regularização da capacidade processual.
o Direitos alheio em nome próprio (art. 18, CPC) ➜
Ministério Público, Defensoria Pública, Sindicatos,
etc.
b) Interesse de agir ou interesse processual: A tutela
jurisdicional do Estado é necessária para ao demandante.
Sendo assim, o interesse de agir, também denominado de
interesse processual, traduz a ideia de que a tutela

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jurisdicional seja necessária e traga ao autor alguma


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utilidade.
o Em síntese, a análise do interesse desagua no
binômio necessidade e utilidade.
o A falta do interesse de agir é matéria de ordem
pública, podendo ser constatada pelo juízo a
qualquer tempo.
o Se o juiz perceber que o autor não detém de
interesse de agir, deverá indeferir a petição inicial
quando a receber, nos termos do art. 330, inciso
III, CPC.
o Para a comprovação do interesse processual,
primeiramente, é preciso a demonstração de que
sem o exercício da jurisdição, por meio do
processo, a pretensão não pode ser satisfeita, já
que a via administrativa foi esgotada sem resolução
do fato.

2) ELEMENTOS DA AÇÃO:
 Os elementos da ação permitem a identificação e
individualização de uma ação diante de outras. Esses
elementos representam o DNA da demanda.
 Para serem iguais, as ações precisam ter as mesmas partes,
causa de pedir e pedidos.
 Os elementos da ação congregam três requisitos, quais sejam:

PARTES CAUSA DE PEDIDO


PEDIR

- As partes representam - Representa os - O pedido representa o


o elemento subjetivo da fatos e bem almejado pelo autor
demanda, ou seja, o fundamentos na sua petição inicial.
autor e o réu. jurídicos do
- É o que se pretende
pedido.
- O juiz não é parte, obter ao final do processo.
sendo o Estado investido - É o motivo pelo
- É no pedido que o juiz
de jurisdição, devendo qual você
enfrentará o mérito, ou
ser imparcial (não pode ingressa no poder

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ser parcial, impedido ou judiciário e o que seja, a questão substancial


ANOTAÇÕES
suspeito). objetiva. discutida em juízo.

- O juiz, em face do seu - A causa de pedir - O limite objetivo da


encargo, deve ser precisa contempla sentença é o pedido. Assim
imparcial, não podendo os elementos sendo, o juiz não poderá
ser impedido (art. 144, fáticos e os proferir sentença ultra
CPC) ou suspeito (art. elementos de petita (mais do que foi
145, CPC), sob pena de direito que pedido), citra petita
comprometer a validade embasam o (menos do que foi pedido),
da sua decisão. pedido. e nem extra petita (fora do
que foi pedido), conforme
- A imparcialidade é - A ausência da
o art. 492, do CPC. O juiz
pressuposto processual causa de pedir vai
deverá decidir a lide nos
de validade do processo. ocasionar o
limites propostos pelas
indeferimento da
- O impedimento ou partes.
petição inicial sem
suspeição deve ser
resolução do - Adota-se a teoria da
arguida através de
mérito, em razão adstrição ou congruência,
simples petição
da sua inépcia onde o juiz só pode julgar
específica, no prazo de
(art. 330, I, CPC). de acordo com o que é
quinze dias, a contar da
pedido.
ciência acerca do
impedimento ou - Ao enfrentar o pedido, o
suspeição. juiz resolve o mérito.

- O juiz poderá - A ausência do pedido


reconhecer que é gera o indeferimento da
impedido ou suspeito, petição inicial, por conta
remetendo o processo da inépcia (art. 330, I,
para seu substituto (não CPC).
é modificação de
- O pedido tem que ser
competência). Se
certo e explicito, mas cabe
entender que é
exceção para o pedido
imparcial, poderá criar
genérico (art. 322, CPC).
um incidente e remeter
para o Tribunal, que - Os pedidos devem ser

julgará. compatíveis entre si, o


juízo competente para
- A arguição de

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impedimento ou todos e com procedimento


ANOTAÇÕES
suspeição representa compatível > cumulação
uma das hipóteses de de pedidos (art. 327, § 1,
suspensão do processo CPC).
(art. 313 a 315, do
- O autor só poderá alterar
CPC).
o pedido e a causa de
- Eventual pedir antes da citação.
reconhecimento do
- O autor pode desistir da
impedimento ou
ação se for (i) antes da
suspeição não tem o
citação ou (ii) após a ação,
condão de alterar a
se o réu concordar (art.
competência do juízo.
485, CPC).

3) JUÍZO DE RETRATAÇÃO:
 Revisão feita pelo juiz, da própria decisão, quando ocorre a
interposição de recurso.
 Em casos de improcedência liminar e indeferimento da inicial, se
o autor recorrer antes de chegar no Tribunal, o juiz pode se
retratar da sua decisão, no prazo de cinco dias.
 Princípio do duplo grau de jurisdição: Uma decisão
desfavorável proferida no 1º grau pode ser reapreciada por
órgão hierarquicamente superior se houver interposição de
recurso.

4) DESISTÊNCIA DA AÇÃO:
 É possível desistir da ação, independente da anuência do réu,
enquanto não for apresentada contestação (art. 485, CPC).
 Após a apresentação da contestação, a desistência só é
possível se houver a concordância do réu, antes de proferida a
sentença.

5) ALTERAÇÃO DO PEDIDO OU DA CAUSA DE PEDIR:


 O autor pode alterar o pedido ou a causa de pedir até a
citação.
 Após citado, o pedido ou a causa de pedir pode ser alterada se o
réu concordar.
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 O réu só poderá concordar com a alteração até o efetivo


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saneamento. Após o saneamento, não será permitida qualquer
alteração do pedido ou causa de pedir, por conta da
estabilização objetiva da lide.

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CAPÍTULO 3. PRESSUPOSTOS ANOTAÇÕES

PROCESSUAIS.

 Quem possui capacidade para ser parte?


 Quem tem personalidade jurídica (nascido com vida até a
morte).
 A capacidade processual pode ser plena ou limitada
(necessário representação).
o Capacidade plena: A pessoa possui capacidade de
direito e de fato.
o Capacidade limitada: A pessoa tem a capacidade de
direito, mas não tem a capacidade de fato ou exercício
(já que a capacidade de direito sempre terá).

 Que tem capacidade postulatória?


 Advogado, Ministério Público e Defensoria Pública.

 Capacidade Processual de Pessoas Casadas


 Ação real imobiliária exige a presença dos dois ou da
autorização de um para que o outro demande sozinho
(exceção separação total de bens).
• Recusa injustificada ou impossibilidade de consentimento, o
cônjuge pode buscar o judiciário para suprir essa vontade
que não foi declara. (ação de suprimento judicial de
consentimento).
• Todo esse regramento de capacidade processual de pessoas
casadas também se enquadra para união estável.

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CAPÍTULO 4. COMPETÊNCIA. ANOTAÇÕES

 O juízo ser competente significa dizer que é competente para


exercer sua função jurisdicional.
 A Constituição Federal de 1988 é fonte primária de
competência, por determinar a competência de todos os entes.
o A competência também é disciplinada por leis especiais,
códigos estaduais, etc.

1) CLASSIFICAÇÃO:
1.1. Competência Internacional:
a) Concorrente (art. 21 e 22, CPC): Permite que a
ação seja proposta tanto no Brasil como perante
autoridade judiciária estrangeira. Essa competência
concorrente tem suas hipóteses descritas nos artigos
21 e 22, do CPC.

Observação: A ação proposta perante


autoridade ou Tribunal estrangeiro não induz
litispendência e nem obsta que autoridade
judiciária brasileira conheça da mesma e de
suas conexas, salvo Tratados, Acordos e
Convenções Internacionais. Ou seja, o fato de
ter uma ação no exterior não impede que a
mesma ação seja proposta no Brasil. Em
regra, prevalece a ação proposta no
Brasil, desde que, no Brasil, tenha existido
decisão antes da homologação da sentença
estrangeira pelo Supremo Tribunal de Justiça
(art. 105, inciso I, alínea “i”, da CRFB/88). O
STJ pode homologar ou não a sentença
estrangeira.

b) Exclusiva (art. 23, CPC): A ação só poderá ser


proposta no Brasil, com exclusão de qualquer outra
autoridade.

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1.2. Competência Interna (art. 42, CPC): Competência


ANOTAÇÕES
exercida dentro dos limites do território nacional.

2) CRITÉRIOS QUE DETERMINAM A COMPETÊNCIA INTERNA


(ART. 62 E 63, CPC):
I. Competência em razão da matéria: Critério que é definido
pelo objeto da ação. A matéria servirá para determinar se a
causa é de natureza cível, penal, trabalhista, eleitoral ou
militar. A Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça
Militar são denominadas justiças especiais.
II. Competência em razão da pessoa: Determinada pelos
sujeitos do processo. As qualidades inerentes às pessoas
envolvidas na lide podem fazer com que se fixe a
competência absoluta de determinado órgão jurisdicional.
Toda vez que pessoas públicas federais intervirem no
processo que tramita na justiça Estadual, a ação será
remetida para justiça Federal, com exceção das ações de
insolvência civil, recuperação judicial, falência e acidente de
trabalho, quando não haverá deslocamento de competência
(art. 45, I, CPC). Também não se aplica tal regra em se
tratando de competência da justiça eleitoral e da justiça do
trabalho (art. 45, II, CPC).
III. Competência em razão funcional ou hierárquica: A
primeira delas seria a competência funcional pelas fases do
procedimento. O juízo será competente para praticar ato
processual subsequente que já estivesse previsto ao praticar
o que o antecedeu. A segunda seria a competência funcional
levando em conta a relação entre ação principal e as
acessórias e incidentais, fixando-se a competência do foro
que apreciou a primeira para conhecer das demais. A terceira
se baseia no grau de jurisdição, podendo ser tanto recursal
quanto originária.
IV. Território: É uma espécie de competência relativa a partir
da qual se define que o juízo de determinado foro é
competente para apreciar a demanda. O CPC traz como regra
o foro do domicílio do réu, conhecido também como foro
comum, geral ou ordinário (art. 46, CPC), porém, existem

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exceções a essa regra geral no próprio CPC - por exemplo, o


ANOTAÇÕES
art. 47 impõe a competência do foro onde se localiza o
imóvel objeto da lide - e em outras leis.
V. Valor da causa: A competência pode ser definida pelo valor
dado à causa (art. 291, CPC). É classificada como uma
espécie de competência relativa. A importância em dinheiro
atribuída à causa pode determinar qual órgão será o
responsável por sua apreciação. A competência dos Juizados
Especiais Federais, disciplinados pela Lei nº 10.259, é
absoluta, a despeito de se basear no valor da causa.

3) DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA (ART. 43, CPC):


 Art. 43, CPC. Determina-se a competência no momento do
registro ou da distribuição da petição inicial, sendo
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão
judiciário ou alterarem a competência absoluta.
o Após a distribuição da inicial, quando a competência for
determinada, qualquer alteração que venha a surgir não
terá o condão de modificar a competência, salvo se
houver supressão do órgão judiciário ou se houver
alteração decorrente da própria competência absoluta.

4) COMPETÊNCIA ABSOLUTA E COMPETÊNCIA RELATIVA:

Competência Absoluta Competência Relativa

- Matéria de ordem pública. - Matéria de ordem privada.

- Não é passível de prorrogação, - Passível de prorrogação e


por tratar-se de interesse público. modificação, por tratar-se de
interesse privado (inter partes).
- Não pode ser derrogada por
vontade das partes, pois, é - Pode ser modificada por vontade
inderrogável. das partes, pois, é derrogável.

- Pode ser declarada de ofício pelo - Não pode ser declarada de ofício
juiz. pelo Juiz.

- Impositiva pela lei. - Em regra, é determinada pelos

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- Em regra, é determinada pelos critérios do território e valor da


ANOTAÇÕES
critérios da matéria, pessoa e causa.
função.

5) FORMA DE ARGUIÇÃO DA INCOMPETÊNCIA:


 Se não for declarada de ofício pelo juiz, a incompetência
absoluta deve ser arguida em preliminar de contestação
(art. 337, II, CPC).
 A incompetência relativa não pode ser conhecida de ofício
pelo juiz, logo, deve ser arguida pelo réu, em preliminar de
contestação (art. 337, II, CPC).
 As incompetências absolutas e relativas devem ser arguidas
em preliminar de contestação (art. 337, II, CPC).
 A incompetência absoluta pode ser alegada depois, por ser
matéria de ordem pública, podendo ser alegada em qualquer
tempo ou grau de jurisdição. A incompetência relativa, por sua
vez, não pode ser alegada depois, por preclusão, já que é
matéria de ordem privada.

6) DECISÃO DO JUÍZO INCOMPETENTE (ART. 64, CPC):


 A decisão proferida pelo juízo incompetente será eficaz, salvo
decisão em sentido contrário proferida pelo juízo competente.

7) MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA RELATIVA (ART. 84, CPC):


 A competência absoluta não pode ser modificada.
 A competência relativa é derrogável, podendo ser
modificada pela conexão (art. 55, CPC), pela continência
(art. 56, CPC), pelo foro de eleição (art. 63, CPC), e se o réu
não arguir a incompetência relativa.
 A diferença entre a conexão e a continência reside no fato de
que, enquanto na conexão as causas veiculam segmentos
diversos de uma mesma relação jurídica de direito material, na
continência a causa contida veicula apenas uma parte da
relação jurídica de direito material veiculada na causa
continente.
 Foro de eleição (art. 63, CPC) ocorre quando as partes
elegem o foro onde serão propostas as ações oriundas de
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direitos e obrigações. Nota-se que se elege o foro, não o juízo.


ANOTAÇÕES
Trata-se de um caso de prorrogação voluntária da competência.
Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode
ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a
remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu, salvo
exceção (art. 63, § 3, CPC).
 Ausência da arguição de foro incompetente gera a
prorrogação de competência, tornando o atual juízo competente.

8) CONFLITO DE COMPETÊNCIA (ART. 66, CC/02, E ART. 951,


CPC):
 O conflito de competência pode ser positivo ou negativo.
o Positivo: Dois ou mais juízes se declaram competentes
para mesma ação.
o Negativo: Dois ou mais juízes se declaram incompetentes
para mesma ação.
 O conflito de competência poderá ser suscitado de ofício pelo
juiz, bem como, a requerimento do Ministério Público ou das
partes.
 Esse conflito é julgado pelo órgão ou Tribunal
hierarquicamente superior aos conflitantes.

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CAPÍTULO 5. JURISDIÇÃO. ANOTAÇÕES

Se há conflitos de interesse, deve ser levado ao


Poder Judiciário, para que o mesmo dê uma solução
definitiva para tal problema.

1) CARACTERÍSTICAS:
 O judiciário só se manifesta quando for provocado, através da
petição inicial.
a) Princípio da Inafastabilidade: Uma vez provocado o
judiciário não poderá se recursar qualquer tipo de
problema.
Art. 5º, XXXV, CF: “a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão a
direito”
b) Princípio da Indelegabilidade: O Poder Judiciário
não pode delegar a função de solucionar conflitos de
interesses aos demais Poderes (Executivo e Legislativo);
c) Princípio da Boa-fé: Todos os integrantes do
processo devem agir sob a prática da boa-fé.

 Mérito: O conflito de interesse é levado ao judiciário para que


ele solucione o mérito, ou seja, para que resolva o pedido,
mediante o julgamento definitivo do pedido/mérito.
o Temos a coisa julgada quando uma decisão se torna
definitiva e não cabe mais recurso.

*Decisão terminativa é uma decisão sem resolução de mérito. *


*Decisão definitiva é uma decisão com resolução do mérito. *

Observações:
 A ausência das condições da ação implica
na extinção do processo sem resolução de
mérito.
 O juízo deve incentivar, a todo momento, a
relação consensual entre as partes.
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CAPÍTULO 6. LITISCONSÓRCIO. ANOTAÇÕES

É a pluralidade de partes na mesma lide. Ou seja, quando


duas ou mais pessoas, na parte ativa ou passiva, dividem o
mesmo lado, ou lados opostos, no processo.

1) EM RELAÇÃO AS PARTES, O LITISCONSÓRCIO PODE SER:


1.1. Ativo: É a existência de mais de um integrante na parte
autora.
1.2. Passivo: Há mais de um integrante no polo passivo da
demanda > mais de um réu na mesma ação.
1.3. Misto: Pluralidade for de autores e réus.

2) EM RELAÇÃO A DECISÃO, O LITISCONSÓRCIO PODE SER:


2.1. Litisconsórcio Simples: A decisão pode atingir as partes
de forma diferente.
• Um ato benéfico por um litisconsorte apenas beneficia o
autor do ato.
• Um ato prejudicial por um litisconsorte só prejudica o
próprio.
• A atitude de um no processo não impacta o outro em
nada > “cada qual no seu quadrado”.
2.2. Litisconsórcio Unitário: A decisão será uniforme.
• Se o ato praticado por um for beneficiado, atinge os
outros de formas igualitária.
• Um ato prejudicial praticado por um só, não produz efeito
nenhum no processo.

3) EM RELAÇÃO A OBRIGAÇÃO, O LITISCONSÓRCIO PODE SER:


3.1. Facultativo: Ocorre quando há opção entre formá-lo ou
não. Via de regra, tal decisão incumbe ao autor, pois é ele quem
apresenta a lide, indicando quais são as partes da relação
processual.
3.2. Necessário: Pode ser necessário por força de lei ou para
decisão fazer efeito perante todos os envolvidos. A lei obriga a
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presença na ação de todas as pessoas titulares da mesma


ANOTAÇÕES
relação jurídica, sob pena de nulidade e posterior extinção do
feito sem análise do mérito.
o Ex.: Usucapião.
3.3. Inicial: Surge com a formação inicial da relação
processual.
3.4. Ulterior: Forma-se no curso do processo. Existem três
hipóteses que podem gerar a formação de um litisconsórcio
ulterior, quais sejam, a conexão, a sucessão e a intervenção de
terceiros.
3.5. Multitudinário: Vários litisconsortes. Ocorre quando um
número excessivamente elevado de partes, autores ou réus,
integram um dos polos da ação. Quando o juiz se depara com
um caso de litisconsórcio multitudinário, poderá limitar a
quantidade de participantes.
o Não há quantidade mínima ou máxima.

 O juiz pode limitar o número de litigantes no processo


quando:
a) A quantidade de participantes possa comprometer a
rápida solução do litigio; ou
b) A quantidade de participantes possa comprometer a
defesa.

Observações:
• O juiz só pode limitar o número de
litigantes quando o litisconsórcio
multitudinário for facultativo.
• Os litisconsortes que tiverem
advogados diferentes, de escritórios
de advocacia diferentes, terão
direito ao prazo em dobro, desde
que o processo seja físico.

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CAPÍTULO 7. INTERVENÇÃO DE ANOTAÇÕES

TERCEIROS.

A Intervenção de Terceiros é o fenômeno processual em que um


terceiro, sendo ele pessoa física ou jurídica, ingressa como parte ou
auxiliar na relação jurídica processual.

Aquele que não é parte originaria no processo, ou seja, não é autor


nem é réu, ingressa no processo que já está em curso.

Observações:
 A nomeação a autoria não é mais
modalidade de intervenção de terceiros > foi
excluída do ordenamento jurídico no CPC/15
(não existe mais).
 A oposição não é mais modalidade de
intervenção de terceiros > se tornou um
procedimento especial no CPC/15.

1) MODALIDADES:
1.1. Assistência:
• Prevista no art. 119, CPC.
• Terceiro = assistente.
• Modalidade espontânea > o assistente se apresenta ao
processo.
• O assistente (terceiro) possui interesse jurídico na lide >
possibilidade de sofrer reflexivamente os efeitos de uma
decisão.
• O terceiro somente será admitido como assistente se
demonstrar que será afetado juridicamente com a decisão
a ser proferida no processo.
• Temos dois tipos de assistência: a simples e a
litisconsorcial.
o Simples (adesiva): O terceiro tem que demonstrar
que a decisão poderá afetar a esfera dos seus
direitos, não se tratando de alegação de prejuízo
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econômico ou de qualquer outra natureza. Atuará


ANOTAÇÕES
como auxiliar da parte principal, sujeitando-se aos
mesmos ônus processuais. Ele não é parte
processual e não pode agir de maneira contrária
aos interesses do assistido.
o Litisconsorcial: Prevista no artigo 124 do CPC.
Caracteriza-se pela relação que o assistente tem
com o assistido e a parte contrária. O assistente
ingressa para discutir e defender direito próprio (o
direito também é do assistente). Possível apenas
nos casos de litisconsórcio facultativo.
• O ingresso do assistente no processo é cabível em
qualquer tempo, grau de jurisdição, fase e tipo de
procedimento.

1.2. Denunciação da lide:


• A denunciação a lide encontra amparo no direito
regressivo da parte que traz o terceiro eventualmente
responsável pelo ressarcimento dos danos ocasionados
pelo processo.
o Está atrelada ao direito de regresso > busca de
ressarcimento de algum valor.
• Sempre é facultativa.
• Prevista em lei ou contrato.
 Características:
a) Incidental, pois é instaurada em processo já
existente;
b) Regressiva, eis que fundada no direito de regresso
da parte;
c) Eventual, por relaciona-se com a demanda
originária e, no caso de se constatar que não houve
dano ao denunciante, a denunciação não terá
sentido; e
d) Antecipada, considerando a economia processual.
 O terceiro terá qualidade de parte, sendo vinculado à
relação jurídica, se sua participação for requerida

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tempestivamente pelo Autor ou Réu e desde que citado


ANOTAÇÕES
regularmente.
 A denunciação tem cabimento em duas hipóteses,
previstas no artigo 125 do CPC:
a) Denunciação a lide pelo comprador evicto:
b) Denunciação do obrigado por lei ou contrato a
indenizar regressivamente a parte:
• A evicção é a possibilidade da perda de coisa para terceiro
através de ação judicial.
• Não cabe denunciação da lide coletiva e “per saltum”,
apenas do alienante imediato.

1.3. Desconsideração da personalidade jurídica:


 Em regra, o patrimônio da pessoa jurídica não se
confunde com o patrimônio dos seus sócios.
 Única modalidade que é cabível no juizado especial cível.
 Excepcionalmente, o patrimônio pessoal dos sócios poderá
ser invadido para quitar as dividas da pessoa jurídica.
 Modalidade condicionada ao pedido da parte ou do
Ministério Público, devendo preencher os pressupostos
previstos em lei, tais como quando houver (i) confusão
patrimonial e (ii) desvio de finalidade.
 A desconsideração inversa é possível > invasão do
patrimônio da pessoa jurídica para quitar as dívidas do
sócio.
 Poderá ser requerida no início do processo ou de forma
incidental (no curso do processo).

1.4. Chamamento ao processo:


• Não depende de concordância > modalidade coercitiva.
o A mera citação válida será suficiente para parte
integrar o chamado ao processo.
• Deve ser feita dentro do prazo legal, previsto no artigo
131 do CPC, sob pena de preclusão.
• Três as hipóteses de cabimento, previstas no art. 130,
CPC:

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a) Chamamento do devedor, quando acionado o


ANOTAÇÕES
fiador, que serão responsáveis solidariamente pelo
cumprimento da obrigação principal;
b) Chamamento dos demais fiadores, quando a ação
for proposta apenas contra um deles;
c) Chamamento dos demais devedores solidários,
quando o credor exigir de um ou de alguns o
pagamento da dívida.
• Constitui uma obrigação solidária.
• Quando o fiador é demandando sozinho, pode promover o
chamamento ao processo do demandado.

1.5. Amicus Curiae:


 Conhecido como o “amigo da corte”.
 O amicus curiae é pessoa física ou jurídica, que possua
notório conhecimento sobre determinada
área/objeto/conteúdo, oferecendo subsídios para o juiz
decidir.
 Modalidade que pode ser provocada, espontânea ou
determinada de oficio pelo juiz.
 A decisão do juiz referente ao ingresso do amicus curiae
no processo é irrecorrível.
 Terceiro que contribui com o juízo na formação do seu
convencimento, atuando para melhorar a qualidade da
prestação jurisprudencial, considerando seus
conhecimentos da matéria tratada, não havendo interesse
jurídico na solução da demanda, mas sim o auxílio para
que seja proferida a melhor decisão.
 Não recebe para atuar, por ter interesse institucional.
 Poderá atuar em todos os graus de jurisdição, e sua
participação não gera modificação de competência.
 O amicus curiae não pode recorrer da decisão por não ter
interesse recursal, manifestando-se comumente de forma
escrita ou sustentando oralmente.
o Excepcionalmente, poderá recorrer de decisões
relativas a um incidente de resolução de demandas
repetitivas e opor embargos de declaração.

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CAPÍTULO 8. JUÍZO ARBITRAL. ANOTAÇÕES

 Espécie de heterocomposição > conflito resolvido por decisão


de terceiro imparcial.
 As partes necessitam aceitar o procedimento arbitral através da
convenção de arbitragem ou compromisso arbitral.
o Ao aceitar o compromisso, as partes renunciam a
possibilidade de discutir a demanda em procedimento
judicial.
o Caso uma das partes ingresse em juízo, após assinar o
compromisso, o juiz poderá alegar a existência da
convenção de forma preliminar, nos moldes do art. 337,
CPC.
- Caso o juiz rejeite a alegação da convenção, a
parte poderá usar o agravo de instrumento (art.
1.015, CPC).
- Caso o juiz acolha a alegação da convenção, o
processo será extinto sem resolução de mérito > da
sentença, é cabível a apelação.
 A sentença arbitral é um título executivo judicial (art. 515,
VII, CPC).
o Não precisa ser homologada pelo juiz de direito.
 Caso a parte se recuse a cumprir a sentença arbitral, a parte
prejudicada poderá executar a sentença no poder judiciário,
na forma de cumprimento de sentença.
o A parte será citada para cumprir a sentença arbitral.
 O juízo arbitral poderá conceder tutela provisória, mas para
executar, precisa expedir uma carta arbitral para o poder
judiciário, solicitando efetivação para o juiz de direito.

Conciliação Mediação Arbitragem

Participação O mediador facilita As partes indicam


mais efetiva do o diálogo entre as árbitros que irão dar a
conciliador que partes, mas são solução para o caso ao
pode sugerir elas que invés de levá-lo ao

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soluções. apresentam as Judiciário.


ANOTAÇÕES
soluções.

1) AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM:


 Disposto no art. 334, CPC.
 Não existe no juizado especial > o juizado segue um rito
especial.
 Ato no qual as partes se reúnem com um conciliador ou
mediador para juntos, acharem uma solução ou acordo que
ponha fim ao conflito.
 Realização obrigatória, só não se realiza em duas
situações:
a) Se ambas as partes manifestarem, expressamente,
desinteresse na composição consensual;
b) Quando não se admitir a autocomposição.
 O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à
audiência de conciliação é considerado ato atentatório à
dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois
por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da
causa, revertida em favor da União ou do Estado.
 As partes devem estar acompanhadas por seus advogados
ou defensores públicos.
 A parte poderá constituir representante, por meio de
procuração específica, com poderes para negociar e transigir.

2) CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM:
 Se o réu não alegar a convenção de arbitragem na contestação,
significa que o réu está tacitamente renunciando ao juízo arbitral
e aceitando que a ação continue a tramitar perante o poder
judiciário que não pode negar a apreciá-lo. (Princípio da
Inafastabilidade da jurisdição.)
 De todas as defesas preliminares, o juiz só não pode declarar de
ofício duas:
a) Incompetência relativa
b) Convenção de arbitragem

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CAPÍTULO 9. COMUNICAÇÃO DOS ATOS ANOTAÇÕES

PROCESSUAIS.

Artigos 237 e ss., CPC. A citação sofreu algumas


alterações pela Lei 14.195/2021.

 A citação é um pressuposto processual de existência e


validade.
 Não há citação do réu em duas hipóteses, somente, sendo
elas:
I. Indeferimento da petição inicial; e
II. Improcedência liminar do pedido do autor.
 Em determinadas situações, o ato citatório não poderá ser
realizado se o réu:
I. estiver acometido de doença grave;
II. estiver participando de culto religioso;
III. falecimento do ascendente, descendente, cônjuge, na
linha reta colateral até 2º grau > da data do
falecimento até 7 dias;
IV. nos 3 dias da lua de mel.
Nessas situações, o réu só poderá ser citado para
evitar ocorrência de dano irreparável ou de difícil
reparação (art. 243, CPC).

 Em regra, réu é citado somente para integrar o processo.


Excepcionalmente, poderá ser citado para integrar o processo e
se defender/contestar (art. 231, CPC).

 A citação poderá ser:


I. Citação eletrônica: No processo eletrônico, todas as
citações, intimações e notificações, inclusive da
Fazenda Pública, serão feitas por meio eletrônico, na
forma desta Lei”
II. Citação postal: Se a Lei não dispor em contrário, a
citação deve ocorrer pelo Correio. Pode ser realizada
em qualquer comarca do país, desde que observados
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os requisitos legais previstos no art. 248 do Código de


ANOTAÇÕES
Processo Civil.
III. Citação por oficial de justiça: A citação por meio de
oficial de justiça será feita nas hipóteses
expressamente previstas no Código ou em lei especial,
ou quando frustrada a citação pelo correio (art. 249 do
CPC).
IV. Citação por hora certa: No dia e na hora designados,
o oficial de justiça, independentemente de novo
despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do
citando a fim de realizar a diligência (art. 253, caput,
CPC). Considerada citação ficta > suspeita de
ocultação.
o Se o citando não estiver presente, o oficial de
justiça procurará informar-se das razões da
ausência, dando por feita a citação, ainda que o
citando se tenha ocultado em outra comarca,
seção ou subseção judiciárias (art. 253, § 1º,
CPC).
o A citação com hora certa será efetivada mesmo
que a pessoa da família ou o vizinho que houver
sido intimado esteja ausente, ou se, embora
presente, a pessoa da família ou o vizinho se
recusar a receber o mandado (art. 253, § 2º,
CPC).
o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça
deixará contrafé com qualquer pessoa da família
ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o
nome (art. 253, § 3°, CPC).
V. Citação por edital: Hipótese de citação ficta. A
citação por edital será feita: a) quando desconhecido
ou incerto o citando; b) quando ignorado, incerto ou
inacessível o lugar em que se encontrar o citando; e c)
nos casos expressos em lei.

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CAPÍTULO 10. PROCEDIMENTO COMUM. ANOTAÇÕES

 Caminho trilhado pelo processo.


 Disposto nos artigos 318 e ss., do CPC.

1) PETIÇÃO INICIAL (ART. 319 E 320, CPC):


 Ato postulatório do autor.
 Objetiva instaurar a marcha do processo.
 A petição inicial precisa preencher alguns requisitos:
i. Juízo competente;
ii. Qualificação das partes (nome, estado civil, profissão,
RG, CPF, endereço);
iii. Fatos e fundamentos jurídicos do pedido;
iv. Pedido e suas especificações;
v. Valor da causa;
vi. As provas com que o autor pretende demonstrar a
verdade dos fatos alegados;
vii. A opção do autor pela realização ou não de audiência
de conciliação ou de mediação.
 A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de
informações a que se refere o inciso II, for possível a citação
do réu.
 A petição inicial não poderá ser indeferida de imediato, caso
tenha vícios sanáveis > o juiz deve citar a parte para emendar a
inicial, no prazo de quinze dias.
o Citação do réu não é mais requisito da inicial.
 O juiz poderá indeferir a inicial pela inépcia, pela
ilegitimidade, pela ausência do interesse processual do autor,
por falta de emenda da inicial ou por inobservância do art. 106,
CPC.

1.1. Indeferimento da petição inicial (art. 330, CPC)


 A petição inicial será indeferida quando:
a) Inépcia;
b) Parte manifestamente ilegítima;
c) Autor carente de interesse processual;

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d) Não atendidas as prescrições dos artigos 106 e 321,


ANOTAÇÕES
do CPC.
 O prazo para emenda da inicial é de 15 dias. Caso não seja
feito em tempo determinado por lei, a inicial será indeferida.

1.2. Inépcia da petição inicial (art. 330, § 1, CPC)


 Considera-se inepta a petição inicial quando:
a) lhe faltar pedido ou causa de pedir;
b) o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses
legais em que se permite o pedido genérico;
c) da narração dos fatos não decorrer logicamente a
conclusão;
d) contiver pedidos incompatíveis entre si.

1.3. Improcedência liminar


 Decisão que resolve o mérito da demanda nos casos em que
a improcedência possa ser verificada desde já, mesmo antes
da citação do réu (art. 332, CPC).
 Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:
a) enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal
ou do Superior Tribunal de Justiça;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
d) enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre
direito local.

1.4. Deferimento da inicial


 Com deferimento da inicial, o réu será citado.
 Ocorrerá a audiência de conciliação e mediação.

2) AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO (ART. 334, CPC):

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 Instituto que não incide no juizado especial.


ANOTAÇÕES
 Não ocorrerá se (i) ambas as partes informarem que não
querem e se (ii) o litigio não admitir autocomposição.
o O autor informa se deseja na petição inicial.
o O réu informa se deseja em petição nos autos.
 Essa audiência é feita com conciliador e/ou mediador.
 As partes precisam estar acompanhadas dos seus
advogados ou defensores públicos.
 A partes poderão ser representadas por procurador (pode
ser terceiro ou o advogado) com poderes para transigir.
o No juizado especial não cabe representação.
 Se houver litisconsórcio, o desinteresse na realização da
audiência tem que ser manifestado por todos.

3) CONTESTAÇÃO (ART. 335 AO 342, CPC):


 Potencializa a ampla defesa e o contraditório, atacando todos
os fatos, direitos e provas.
 Prazo de quinze dias úteis, salvo se for uma contestação de
tutela cautelar, que possui prazo de 5 dias.
o Prazo em dobro para entes públicos.

3.1. Princípio do ônus específico: A contestação deve atacar


os pilares apresentados de forma específica (art. 341, CPC).
o A contestação genérica pode ser apresentada pela
defensoria pública, pelo advogado dativo e pelo curador
especial.

3.2. Princípio da concentração: Conhecido como princípio da


eventualidade > a contestação deve conter toda matéria de
defesa, sob pena de preclusão (art. 342, CPC).
o Esse principio poderá ser relativizado, como por exemplo,
(i) nas questões de ordem pública, (ii) quando houver
expressa autorização legal (prescrição e decadência) e
(iii) relativas a fato e direito superveniente.

3.3. Matérias de defesa: São o coração da contestação.

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a) Defesas processuais: Defesas relativas ao processo,


ANOTAÇÕES
que antecedem o exame de mérito > são as
preliminares (art. 337, CPC).
o As preliminares podem ser dilatórias
(postergando o andamento do processo >
não extingue o processo) ou peremptórias
(se acolhida, extingue o processo).
b) Defesa de mérito: Fundamento na norma material.
Poderão ser diretas (ataca-se o fato constitutivo do
direito do autor) ou indiretas (apresenta-se elemento
impeditivo, modificativo ou extintivo > não ataca o
direito do autor).
o Se o réu apresenta uma defesa de mérito
indireta, o juiz deverá intimar o autor para se
manifestar, no prazo de 15 dias > réplica.

4) RECONVENÇÃO (ART. 343, CPC):


 É o contra-ataque do réu ao autor, dentro do mesmo
processo.
 Particularidades:
a) Em regra, deve ser apresentada dentro da contestação,
como se fosse um capítulo próprio.
o Apresentada ao final.
o Reconvenção incidente.
b) A reconvenção independe de contestação.
o Reconvenção autônoma.
c) Natureza jurídica de ação.
o Contra ataque no mesmo processo.
d) É possível reconvir contra terceiro e contra o substituto
processual.
e) A desistência da ação não obsta o prosseguimento da
reconvenção.
 A ação e a reconvenção serão julgadas na mesma sentença.
 Não cabe reconvenção nos juizados especiais. Caberá o
pedido contraposto, que é mais limitado.
 Não cabe reconvenção em ação possessória, já que possui
ação dúplice por conta própria.

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 Eventualmente, é cabível reconvenção de reconvenção.


ANOTAÇÕES

5) REVELIA (ART. 344 AO 346, CPC):


 Em regra, ocorre pela (i) ausência de contestação ou pela (ii)
apresentação da contestação fora do prazo, de forma
intempestiva.
 No juizado especial, a revelia também ocorre pela ausência do
comparecimento do réu a audiência designada.
 Gera presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor
(principal efeito material).
 Gera (i) autorização do julgamento antecipado de mérito e o
(ii) réu revel, sem advogado nos autos, os prazos começam a
fluir a partir da publicação do ato decisório no órgão de
imprensa oficial (efeitos processuais).

6) PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES (ART. 347 AO 353, CPC):


 Atitudes que o juiz pode adotar, após o decurso do prazo da
resposta > não está obrigado.
a) Intimar o autor para especificar a prova que pretende
produzir em audiência de instrução > só ocorre quando
houver revelia sem efeito;
b) Réplica > ocorre se a contestação tiver defesas
processuais (art. 347 ao 349, CPC) e/ou defesa indireta
por fato impeditivo, modificativo ou extintivo (art. 350 ao
352, CPC).

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CAPÍTULO 11. JULGAMENTO ANTECIPADO ANOTAÇÕES

DA LIDE.

Julgamento Antecipado de Julgamento Antecipado Parcial de


Mérito Mérito

- Previsto no art. 355, CPC. - Previsto no art.

- O julgamento antecipado - Permite que o juiz julgue parcialmente


não é mérito > antecipa a o mérito quando um dos pedidos ou
fase decisória. parte deles for incontroverso ou estiver
em condições de imediato julgamento.
- Hipóteses em que pode
ocorrer: - O eventual recurso para atacar a
decisão do magistrado será o agravo de
i. revelia com efeito;
instrumento.
ii. quando a questão
discutida for - A decisão que julga de forma
exclusivamente de antecipada e parcial o mérito pode
direito; reconhecer a existência de uma
iii. quando a questão obrigação líquida ou ilíquida.
discutida for de
- Se a decisão for ilíquida, terá que se
direito e de fato,
submeter ao procedimento de
mas não houver
liquidação de sentença.
necessidade de
produção de - Se a decisão for líquida, a parte
provas. poderá iniciar o cumprimento provisório

- Ao julgar antecipadamente, da decisão (art. 520, CPC).


o juiz vai proferir
uma - Se a decisão não for agravada, o
sentença com resolução de cumprimento da mesma será definitivo.
mérito (art. 487, I, CPC).

Observação: Instituto completamente


diferente da tutela provisória ou tutela
antecipada. Tutela antecipada é concedida à
luz de uma cognição sumária, vez que o
julgamento antecipado é concedido à luz
da cognição exauriente.

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CAPÍTULO 12. ORGANIZAÇÃO E ANOTAÇÕES

SANEAMENTO DO PROCESSO.

Artigo 357, CPC.

 O papel do juiz é manter o processo bem saneado.

 O saneamento do processo é a providência tomada pelo juiz,


a fim de eliminar os vícios, irregularidades ou nulidades
processuais e preparar o processo para receber a sentença.

 Em regra, o saneamento é feito pelo juiz sem a presença das


partes.
o As partes devem ser intimadas posteriormente para
manifestação, no prazo de 5 dias.

 O saneamento poderá ocorrer de duas formas, quais sejam:


I. Dinâmico: Feito pelo juiz, sem a presença das partes.
II. Cooperativo: O juiz efetiva o saneamento do processo
juntamente com as partes. As partes colaboram com a
construção da decisão.

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CAPÍTULO 13. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO. ANOTAÇÕES

Artigo 358, CPC.

 Destina-se, apenas, a colheita de prova oral.


o Depoimento pessoal (requerido pela parte ou de ofício
pelo juiz), depoimento de testemunhas, esclarecimentos
do perito (se houve perícia), etc.

 Antes de iniciar a instrução, o juiz poderá buscar a conciliação


(autocomposição).

 Nesta audiência, a ordem preferencial para produção de


provas é (art. 361, CPC):
I. Esclarecimento do perito;
II. Depoimento pessoal das partes, sob pena de
confissão;
III. Oitiva de testemunhas > primeiro do autor, depois
do réu;

 A audiência de instrução pode ser adiada (art. 362, CPC):


I. Convenção das partes;
II. Ausência justificada de quem tenha que nela
participar;
III. Atraso injustificado do seu início por mais de 30
minutos;

 Encerrada a audiência de instrução, o juiz deve abrir prazo para


apresentação das razões finais > primeiro autor (20 min,
prorrogável por mais 10) e depois réu (20 min, prorrogável por
mais 10) – art. 354, CPC.
o Em regra, são orais, mas se o juiz entender que as
razões serão melhor delineadas de forma escrita, abrirá
prazo de 15 dias para que sejam feitas por escrito na
forma de memorias, de forma sucessiva para as partes
(totalizam 30 dias).

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CAPÍTULO 14. SENTENÇA. ANOTAÇÕES

 Conforme § 1º do artigo 203 do CPC, sentença é o


pronunciamento em que o juiz encerra a fase de conhecimento
do procedimento comum, ou seja, encerra o processo na 1ª
instância, analisando ou não o mérito – a questão principal da
ação.
 De acordo com o CPC, por meio da sentença, o juiz decide a
questão trazida ao seu conhecimento, pondo fim ao processo
na primeira instância > decisão do juiz.
 A sentença não extingue o processo, apenas encerra a fase de
conhecimento ou o processo de execução.
o Possibilidade de recurso.

1) ESPÉCIE (ART. 485 AO 487, CPC):


I. Terminativa: Não enfrenta o mérito > sentença sem
resolução de mérito. Prejudicial para o autor.
o Só é capaz de gerar o efeito da coisa julgada
formal.
o Não obsta que a parte possa propor a ação
novamente, salvo se a sentença contemplou os
pressupostos processuais negativos (litispendência,
coisa julgada, perempção e convenção de
arbitragem).
II. Definitiva: Enfrenta o mérito > sentença com resolução de
mérito. Acolhe ou rejeita a pretensão do autor.

2) ELEMENTOS (ART. 489, CPC):


 A sentença deve ter três partes como elementos essenciais:
I. Relatório: Resumo de tudo que ocorreu no processo.
Capítulo da sentença com o nome das partes,
identificação do caso, com a suma do pedido e da
contestação, e o registro das principais ocorrências do
processo. É relevante na medida em que permite o
exame da regularidade procedimental — se tudo o que
ocorreu no processo estava alinhado ao ordenamento

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jurídico — e as correlações entre as manifestações das


ANOTAÇÕES
partes e do juiz.
II. Fundamentação: O juiz vai expor as razões pelas
quais formou seu convencimento acerca de como os
fatos ocorreram (com base nas provas e presunções) e
de quais consequências jurídicas são aplicáveis.
Concentram-se todos os elementos que devem ser
levados em conta (ônus, provas, presunções,
alegações das partes, dispositivos legais etc.). É aqui
que devem ser resolvidas as questões (pontos
controvertidos) de fato e de direito, expondo-se os
motivos que orientam a solução correlata. Há
verdadeiro ônus argumentativo do juiz, que não pode
deixar de examinar todos os elementos que lhe são
apresentados: o § 1º do art. 489 é todo dedicado à
fundamentação, estabelecendo parâmetros que devem
orientar a tarefa de arrazoar a sentença.
III. Dispositivo: É o capítulo da sentença em que se
estabelece o resultado do julgamento, resolvendo ou
não o mérito (arts. 485 ou 487 do CPC). É preciso
lembrar aqui que a sentença terá de abordar também
aqueles pedidos implícitos (juros moratórios, correção
monetária, verbas sucumbenciais etc.),
independentemente da prévia provocação das partes.

3) FUNDAMENTAÇÃO:
 Toda sentença deve ser fundamenta, sob pena de nulidade.
 Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja
ela interlocutória, sentença ou acórdão, que não se enquadre
nos moldes do art. 489, § 1º, CPC.

4) LIMITE OBJETIVO:
 O limite objetivo da sentença é o pedido.
 O juiz não pode proferir sentença ultra petita, citra petita ou
extra petita > deve julgar de acordo com o que se pede.

5) POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO:

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 Proferida a sentença, em regra, o juiz não poderá modificá-la


ANOTAÇÕES
> preclusão inerente a decisão judicial.
 Todavia, o juiz poderá modificar a sua decisão > retratação.
 Publicada a sentença, o juiz poderá alterá-la:
a) Para corrigir de ofício ou a requerimento das partes
inexatidões materiais ou erros de cálculo;
b) Através de embargos de declaração > esses embargos
que permitem a alteração da decisão são denominados de
embargos declaratórios com efeitos infringentes
(modificativos, retificativos e integradores).

6) REMESSA NECESSÁRIA:
 Também conhecido como reexame necessário > não é
recurso.
 Condição de eficácia da sentença proferida contra a Fazenda
Pública, que reclama a sua confirmação pelo órgão
hierarquicamente superior.
o Toda vez que a Fazenda é vencida, a sentença precisa ser
submetida a confirmação pelo Tribunal, para que tenha
eficácia (art. 496, CPC) > não é recurso!
 É possível que a Fazenda Pública seja vencida e não tenha
remessa necessária.

7) SENTENÇA OBSCURA / CONTRADITÓRIA / OMISSA / COM


ERRO MATERIAL:
 Embargos de declaração é o recurso cabível para atacar essa
sentença (art. 1022 ao 1026, CPC).
 Opostos os embargos, o prazo é interrompido para o próximo
recurso.
o Esse prazo é interrompido para ambas as partes.

8) RECURSO DE SENTENÇA:
 O recurso cabível para atacar a sentença é a apelação (art.
1009 ao 1014, CPC).

9) LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:
 Fase de um processo > pré etapa do cumprimento.

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 Objetiva determinar o valor da condenação ou a identificação


ANOTAÇÕES
do objeto.
 Só ocorre liquidação se a sentença ou a decisão parcial for
ilíquida.
 Tipos de liquidação:
a) Liquidação por arbitramento: Necessidade de
apresentação de uma prova técnica para que seja
determinado o valor.
b) Liquidação pelo procedimento comum: Necessidade
de alegar e provar fato novo para determinar o valor.
 Liquidação por cálculos não existe mais.
 A decisão que julga liquidação é decisão interlocutória, e,
contra essa decisão cabe agravo de instrumento.

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CAPÍTULO 15. COISA JULGADA. ANOTAÇÕES

 Previsão no art. 502, do CPC. A coisa julgada é a eficácia da


sentença que se torna imutável.

 A coisa julgada pode ser:


a) Material: Deriva de uma decisão de mérito transitada em
julgado > decisão se torna imutável.
b) Formal: Obtida através do trânsito em julgado de uma
sentença sem julgamento de mérito (art. 485, CPC).

 A parte dispositiva da sentença é que faz a coisa julgada.

 Questão prejudicial poderá fazer coisa julgada, de forma


excepcional, nos termos do art. 503, do CPC, desde que:
I. Ela possa influir no julgamento do mérito;
II. Seja assegurado o contraditório efetivo;
III. Se o juiz for competente em razão da pessoa e da
matéria;

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CAPÍTULO 16. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO ANOTAÇÕES

DE DEMANDAS REPETITIVAS (IRDR).

 Instaurado perante um tribunal, quando em sua jurisdição


registra-se repetição de processos em torno de uma igual questão
de direito, ensejando risco de soluções conflitantes que possa
ofender a isonomia e a segurança jurídica (CPC, art. 976),
risco esse que se coíbe mediante fixação, pelo tribunal, de tese
jurídica aplicável, dentro de sua área de jurisdição, a todos os
processos pendentes e futuros que versem sobre a mesma questão
de direito resolvida no IRDR (CPC, art. 985).

 Provocado com base em processo pendente em juízo de primeiro


grau, este ficará suspenso, para aguardar a fixação da tese de
direito a ser posteriormente observada na solução da causa (art.
982, I).

 A admissão do incidente no tribunal não elimina a competência


do juiz natural, apenas paralisa temporariamente a marcha
processual na instância de origem.

 Não tem como objetivo o julgamento da causa originária. O


provimento visado, e que não pode faltar, é a fixação da tese de
direito, cuja incerteza põe em risco a isonomia e a segurança
jurídica. Tanto é assim que a eventual desistência ou o abandono
do processo originário não impede o exame de mérito do incidente,
como dispõe o art. 976, § 1º do CPC.

 O IRDR envolve questão de interesse público, a ser perseguido e


tutelado por meio de estabelecimento de tese de eficácia normativa
erga omnes. Esse caráter eminente do IRDR se manifesta, entre
outros detalhes, pela autorização da intervenção obrigatória do
Ministério Público (CPC, art. 976, §2º) e da participação de amicus
curiae, com poderes ampliados para recorrer da decisão que julgar
o incidente (art. 138, §3º).

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CAPÍTULO 17. AÇÃO RESCISÓRIA. ANOTAÇÕES

 Ação de competência originária do Tribunal, que deverá ser


proposta no 2º grau.

 Permite que mesmo após a finalização de um processo –


resolução da lide – as partes demandem o juízo.

 Ação rescisória não é regra > é cabível somente nas hipóteses


delineadas no art. 966, do CPC.

 Objetiva reincidir uma decisão de mérito transitada em


julgado.

 Conforme Fred Didier Jr., a ação rescisória é uma “ação


autônoma de impugnação, que tem por objetivos a
desconstituição de decisão judicial transitada em julgado e,
eventualmente, o rejulgamento da causa”. Portanto, tem como
objetivo anular uma decisão judicial. E pode, desse modo,
reformar o que já foi decidido, desconstituindo a decisão, mas
também incidir em rejulgamento da causa através de novo
processo.

 Quando é cabível ação rescisória?


i. Corrupção do julgador;
ii. Incompetência ou impedimento do juiz;
iii. Coação ou colusão entre as partes;
iv. Ofender a coisa julgada;
v. Violar norma jurídica;
vi. Fundada em prova falsa;
vii. Prova que altera o resultado;
viii. Fundada em erro de fato.

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CAPÍTULO 18. INCIDENTE DE ASSUNÇÃO ANOTAÇÕES

DE COMPETÊNCIA (IAC).

 O Incidente de Assunção de Competência - IAC, regulamentado


pelos artigos 947 ao 950 do CPC, revela-se admissível quando
o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de
processo de competência originária envolver relevante
questão de direito, com grande repercussão social, sem
repetição.

 Sua finalidade é a constituição de um precedente que será


obrigatoriamente aplicado para todos os juízes e órgãos
fracionários do Tribunal.

 Os legitimados para requerer a instauração do IAC são o


relator, as partes, o Ministério Público e a Defensoria Pública.
o Não existe IAC requisitado pelo juiz.

 O IAC é cabível no julgamento de recurso, remessa necessária


e nas ações de competência originária do Tribunal.

 Requisitos para cabimento do IAC:


i. A questão discutida em um dos institutos contemple
relevância jurídica;
ii. Seja de repercussão geral;
iii. Sem multiplicidade de demandas.

 Também é cabível para prevenção e composição de


divergência de Turmas e Câmaras.

 O IAC também será cabível diante de manifesto interesse


público do seu julgamento.

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CAPÍTULO 19. TUTELAS PROVISÓRIAS. ANOTAÇÕES

Artigos 294 ao 311, do CPC.

 A tutela definitiva é a mesma coisa que solução definitiva,


onde o objeto foi analisado de forma exauriente > faz coisa
julgada.

 As tutelas provisórias, por sua vez, são tutelas diferenciadas,


concedidas à luz de uma cognição sumária, que tem por
finalidade antecipar, do todo ou em parte, a pretensão de
mérito a ser obtida com uma tutela definitiva ou proteger,
resguardar, conservar, um direito que já está sendo discutido ou
que ainda vai vir a ser discutido, garantindo assim, a efetividade
e utilidade do processo.
 A tutela provisória não faz coisa julgada, podendo ser
modificada.
o Para modificar essa decisão estável, pode-se propor uma
nova ação, num prazo decadencial de 2 anos.

 A tutela provisória pode ser de:


I. Urgência: Para que possa ser concedida exige a (i)
fumaça do bom direito e o (ii) perigo da demora (art. 300,
CPC). O autor deve demonstrar que existe uma
probabilidade do seu direito, que não pode esperar.
o Pode ser concedida de forma antecedente e
incidental.
o Pode ser cautelar (não tem natureza meritória) e
antecipada / satisfativa (tem natureza meritória).
- Antecipada/Satisfativa: O autor busca a
satisfação de seu direito desde logo. Não
pode haver risco de irreversibilidade (cabe
flexibilização).
- Cautelar: Visa preservar o resultado útil do
processo.
II. Evidência: Para que possa ser concedida exige somente
a demonstração da fumaça do bom direito.
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o Sempre será concedida de forma incidental,


ANOTAÇÕES
somente.
o Ação reipersecutória.
o O juiz pode conceder tutela toda vez que as
alegações do autor estiverem comprovadas por
documentos e o pedido do autor estiver de acordo
com súmula vinculante do STF.
o Está atrelado à prova documental.
o A tutela da evidência será concedida,
independentemente da demonstração de perigo de
dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de
defesa ou o manifesto propósito protelatório
da parte;
II – as alegações de fato puderem ser
comprovadas apenas documentalmente e
houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório
fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será
decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;
IV – a petição inicial for instruída com prova
documental suficiente dos fatos constitutivos
do direito do autor, a que o réu não oponha
prova capaz de gerar dúvida razoável.

 A tutela antecipada antecedente tem previsão no art. 303,


do CPC. Essa tutela será requerida quando a urgência for
contemporânea a propositura da ação. Diante deste caso,
poderá o autor requerer a concessão da tutela indicando apenas
o pedido de tutela final, a lide e o direito que visa realizar, bem
como, a existência do perigo da demora.

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o Se concedida, deverá a parte contrária se insurgir contra


ANOTAÇÕES
a mesma através da interposição do recurso de agravo de
instrumento.
o Se a parte contrária não recorrer e se o autor não aditar
ao seu pedido de tutela no prazo determinado pelo juiz,
não inferior a 15 dias, o juiz extinguirá o processo sem
resolução do mérito, todavia, a tutela concedida irá
conservar a sua eficácia.
o O recurso cabível é o agravo de instrumento.

 A tutela cautelar antecedente está prevista no art. 305, do


CPC. Possui nítido viés conservativo, ou seja, serve para
proteger o direito, diante de uma situação de emergência que
assim a exija, antes mesmo da propositura da ação judicial na
qual haverá a efetiva discussão acerca do mérito da questão
conflitiva que atinja aquele direito.
o Uma vez concedida, o autor tem o prazo de 30 dias para
executar a medida cautelar.
o Pode ser concedida liminarmente, ou seja, antes da
citação do réu, dependendo das provas que instruíram a
petição inicial, bem como do perigo de que o réu, uma vez
citado, possa comprometer a eficácia da providência
acautelatória.

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CAPÍTULO 20. RECURSOS EM ESPÉCIES. ANOTAÇÕES

 É preciso saber identificar qual a decisão prolatada, para


saber qual tipo de recurso será cabível.
 Toda vez que o juiz finalizar o processo com ou sem decisão
de mérito, será proferida uma sentença.

Observações:
 Contra sentença, cabe apelação.
 Contra sentença em juizado especial, cabe
o recurso inominado.

 O que é decisão interlocutória?


 Decisão proferida no curso do processo, sem colocar fim ao
mesmo.
 Combatida por agravo de instrumento.

 Teoria da Causa Madura (Art. 1.013, § 3, CPC)


 A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria
impugnada. Se o processo estiver em condições de imediato
julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito
quando:
I - Reformar sentença fundada no art. 485;
II - Decretar a nulidade da sentença por não ser ela
congruente com os limites do pedido ou da causa de
pedir;
III - Constatar a omissão no exame de um dos pedidos,
hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - Decretar a nulidade de sentença por falta de
fundamentação.
“Se o processo estiver em condições de imediato
julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito
quando (...)”.

Observação: No julgamento do recurso


prevalece a decisão colegiada.

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1) APELAÇÃO (ART. 1.009 AO 1.014, CPC):


ANOTAÇÕES
 Recurso cabível para atacar uma sentença, terminativa ou
definitiva, bem como, discutir decisões interlocutórias proferidas
pelo juízo que outrora não eram passiveis de agravo.
 Único recurso que manteve o efeito suspensivo > impede a
eficácia da decisão.
 O pagamento das custas deve ser comprovado no momento
do protocolo da apelação, havendo possibilidade de
complementação posterior.
 Prazo de 15 dias, a contar da publicação da decisão que se
pretende recorrer.
 Hipóteses onde a apelação será recebida apenas com efeito
devolutivo (permite a execução provisória) > art. 1.012, 1º,
CPC:
a) Apelação que ataca sentença homologatória de
demarcação e divisão;
b) Apelação que ataca sentença que condena a prestação
de alimentos;
c) Apelação que ataca a sentença que julga procedente
pedido de instituição de arbitragem;
d) Apelação que ataca sentença que concede, confirma ou
revoga tutela provisória;
e) Apelação que ataca sentença que extingue sem
julgamento de mérito ou improcedente embargos à
execução;
f) Apelação que ataca sentença que decreta interdição.

2) AGRAVO DE INSTRUMENTO:
 Disposto no art. 1.015, CPC.
 Em regra, decisão do juiz de 1º grau não é agravável de
imediato.
 Deve vir acompanhado dos documentos obrigatórios do
agravo.
o Os documentos não serão obrigatórios se os autos forem
eletrônicos.
o Documentos como cópia da decisão inicial, certidão de
intimação, cópia das procurações, etc.

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 Em regra, possuem apenas o efeito devolutivo, mas é possível


ANOTAÇÕES
requerer que se conceda efeito suspensivo sob a alegação de
plausibilidade do recurso e perigo de danos irreparáveis.
 É julgado enquanto o processo em primeiro grau corre.
 É cabível contra solução de mérito em liquidação de sentença.
 Possui prazo de 15 dias.
 Retratação: quando a parte entrar com o agravo, deve
comunicar ao juiz que o fez. Quando comunicado, o juiz pode se
retratar da decisão interlocutória e mudá-la, prejudicando o
objeto do agravo.

3) AGRAVO REGIMENTAL (INTERNO):


 Recurso cabível para fazer com que a decisão monocrática
seja apreciada pelo colegiado.
 Se de forma unânime não for conhecido, aplica-se uma multa
ao agravante, que vai de 1% a 5 % sobre o valor atualizado da
causa.
 O recolhimento das custas pode variar de acordo com o
tribunal.
 Possui prazo de 15 dias.

4) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
 Tem cabimento toda vez que a decisão judicial for obscura,
contraditória, tiver erro material, ou quando for omissa.
o Presta esclarecimento toda vez que for obscura,
contraditória ou conter erro material.
o Integrará a decisão toda vez que houver omissão.
 Toda vez que do julgamento dos embargos de declaração,
reflexamente, indiretamente, causar a reforma do ato
decisório, o embargo será chamado de embargo com efeito
infringente ou modificativo.
 Isento do recolhimento de custas do preparo.
 Prazo de 5 dias.
 A interposição dos embargos de declaração interrompe o
prazo para interposição do recurso principal.
 Embargos de declaração com fins meramente protelatório,
aplica-se ao embargante multa de até 2 % sob o valor da

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causa. Reiterou tal embargo, a multa passa a ser de até 10%


ANOTAÇÕES
por cento. E se reiterar novamente, o embargo não será mais
conhecido.

5) RECURSO EXTRAORDINÁRIO:
 Recurso cabível para provocar o STF sobre violação da
Constituição.
 Possui prazo de 15 dias.
 Há o recolhimento de custas.

6) RECURSO ESPECIAL:
 Recurso cabível para provocar o STJ sobre violação de Lei
Federal.
 Há o recolhimento de custas.
 Prazo de 15 dias.
 Requisitos de Admissibilidade:
a) Prequestionamento da matéria;
b) Esgotamento dos recursos nas instâncias ordinárias;
c) Repercussão geral (específico do Recurso extraordinário).

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CAPÍTULO 21. EXECUÇÃO. ANOTAÇÕES

 O processo de conhecimento é a certificação do direito.


 O processo de execução é a busca pelo direito já efetivado.

 Para iniciar a execução, deve ser apresentado o título


executivo, que pode ser judicial ou extrajudicial.

 A execução obedece a alguns princípios:


a) Princípio da patrimonialidade: Quem garante o
pagamento da dívida é o seu patrimônio. Exceção: Casos
impenhoráveis.
b) Princípio da menor onerosidade ao devedor: Se o
credor dispor de mais de um meio para pagar seu débito,
deverá ser feito de forma menos gravosa.
c) Princípio da disponibilidade da execução: Não
obrigatoriedade de promoção da ação, bem como se
começar, posso desistir, uma vez que a execução será
sempre disponível.

 Requisitos de Execução.
I. Exigibilidade: Apenas posso executar se a obrigação
estiver vencida ou se a contraprestação estiver
adimplida.
II. Certeza: Aquele que uma simples leitura consiga
identificar com precisão qual é a obrigação e quem é o
credor e devedor.
III. Liquidez: O título deve dizer o quanto é devido.

 O processo sincrético é quando se tem a fusão do processo de


execução no processo de conhecimento, de sorte que se tem o
processo de conhecimento com uma nova fase, denominada de
fase de cumprimento de sentença.
o Se o cumprimento de sentença é dentro de um mesmo
processo quando eu promover o cumprimento de
sentença deve ser por simples petição

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1) TITULO EXECUTIVO JUDICIAL:


ANOTAÇÕES
 Efetivado no cumprimento de sentença.
o Exceções: Vão como ação autônoma.
I. Decisão estrangeira homologada pelo STJ é título Judicial,
mas é ativada como ação autônoma.
II. Sentença penal condenatória transitada em julgado é
título judicial, mas é ativada como ação autônoma.
III. Sentença arbitral transitada em julgado é título judicial,
mas é ativada como ação autônoma.

2) TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL:


 Efetivada em ação autônoma de execução.

Liquidação de sentença:
 Quando a sentença é ILÍQUIDA (não define o valor), para
efetivá-la deverá passar pela liquidação de sentença. A
finalidade da liquidação de sentença é apuração do valor.
 É proibido na liquidação de sentença rediscutir sentença.
(Regra da fidelidade do título executivo) - A legitimidade
da liquidação de sentença é do devedor e do credor.

Modalidades de Liquidação de Sentença.


a) Arbitramento: Necessidade de Perícia.
b) Procedimento Comum: Necessidade de alegação e
comprovação de fato novo (fato que surge depois da
sentença).

3) PAGAMENTO DA QUANTIA:
 Só pode ter esse cumprimento de sentença se houver
requerimento expresso do exequente, não podendo ser
declarada de ofício através de simples petição.
 Cumprimento de sentença deve ter planilha de cálculo,
obedecendo aos requisitos:
I. O prazo será de 15 dias para cumprimento voluntário de
sentença.
II. Caso não pague, incidirá multa de 10 % sobre o valor
total, 10 % de honorários sucumbenciais e expedição de

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mandado de penhora e avaliação. Ocorre tanto no


ANOTAÇÕES
cumprimento provisório quanto no definitivo.
III. Transcorrido 15 dias para pagamento voluntário, flui prazo
(automático) de mais 15 dias para o executado apresentar
impugnação.

Observações:
 Havendo o pagamento parcial da dívida,
incidirá multa e honorários sobre o saldo.
 Protesto de decisão e inclusão do nome em
órgão de proteção ao crédito só existe
quando se tratar de cumprimento de
sentença definitivo.

4) REQUISITOS DA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO:


a) Requerimento expresso do executado;
b) Prévia garantia de juízo;
c) Fumaça do bom direito;
d) Perigo da demora.

Observações:
 Caso seja alegado excesso de execução, deverá
indicar o valor correto e a planilha de cálculo,
caso contrário será rejeitada. Se além do
excesso de execução e outro argumento e não
apresentar o valor e planilha de cálculo, o outro
fundamento será processado.
 Direito protestativo - Interferir na situação
jurídica de uma terceira pessoa sem esta pessoa
poder dizer nada.
 O executado no prazo de embargos deve fazer o
deposito prévio de 30 % e requerer o
parcelamento em 6 vezes. O credor será ouvido
para se manifestar sobre os requisitos formais
(Art. 916, CPC).
 O pedido de parcelamento só cabe se tratando
de título extrajudicial.

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CAPÍTULO 22. DAS PROVAS. ANOTAÇÕES

 Princípio da comunhão da prova garante que a prova é do


processo, e não de uma das partes.
 Os meios da prova são típicos e atípicos.

1) ÔNUS DA PROVA - QUEM ALEGA TEM QUE PROVAR:


 Direito do consumidor pode inverter o ônus da prova do autor
para o réu.
o A inversão tem previsão legal no CPC.
 Quando cabe a inversão:
1. critério ope legis,
2. ope judicis,
3. convencional.

2) O ÔNUS DA PROVA INCUMBE:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo
ou extintivo do direito do autor.

3) ANTECIPAÇÃO DAS PROVAS:


 Ação Probatória Autônoma
Ata Notarial - Art. 384. A existência e o modo de existir de
algum fato podem ser atestados ou documentados, a
requerimento do interessado, mediante ata lavrada por
tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem
ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão
constar da ata notarial.

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CAPÍTULO 23. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. ANOTAÇÕES

 Pode ser proposta em três ritos, quais sejam, o rito da


expropriação, rito da prisão civil ou rito do desconto em
folha.

I) Expropriação: A execução segue como se fosse


uma execução de dívida de valor qualquer,
contraída através de empréstimo. O exequente
invade o patrimônio do executado, transformando
em pecúnia e convertendo para o pagamento da
dívida. Prazo prescricional de 2 anos para cobrar a
dívida alimentar.
 A prescrição não corre contra o
absolutamente incapaz, fazendo com que ele
possa cobrar a dívida toda.

II) Prisão Civil: O devedor será intimado para, no


prazo de três dias, para pagar, comprovar o
pagamento ou apresentar sua justificativa.
 A justificativa que afasta a prisão civil é a
impossibilidade absoluta.
 Se nenhuma das hipóteses for utilizada,
haverá o decreto prisional do devedor de
alimentos pelo prazo de um a três meses, em
regime fechado, onde o executado deve ficar
separado dos presos comuns. O pagamento
parcial da dívida não exime a obrigatoriedade
do devedor de cumprir a pena (só é solto se
o valor for pago de forma integral).
 O rito da prisão civil não permite a cobrança
da dívida toda (só é possível cobrança de até
as três últimas). O restante é cobrado pelo
rito da expropriação.
 A pena de prisão não extingue a obrigação de
pagar a dívida. O executado é solto, mas a
dívida continua.
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 A dívida alimentar que autoriza a prisão civil


ANOTAÇÕES
do devedor de alimentos é aquela que
compreende as três ultimas prestações em
atraso, bem como, aquelas que se vencerem
no curso do processo (Súmula 309, STJ).

III) Desconto em Folha: A lei processual admite que o


credor de prestação alimentícia possa requerer o
desconto das prestações vincendas e vencidas em
folha de pagamento do alimentante, desde que a
soma delas não ultrapasse o limite de 50%,
conforme o art. 529, § 3º, do Código de Processo
Civil.
 Utilizada quando o devedor trabalha de
carteira assinada.
 O próprio empregador desconta o valor da
pensão direto dos rendimentos do devedor.
 A pensão será enviada para a conta bancária
da mãe ou do próprio filho.

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CAPÍTULO 24. AÇÃO POSSESSÓRIA. ANOTAÇÕES

 A ação possessória discute posse. ➜ Não discute propriedade!

 Os tipos de agressão possessória dividem-se em:


I) Esbulho: Ocorre a perda total da posse.
II) Turbação: Ocorre a perda parcial da posse.
III) Ameaça de Violação à Posse: Cria-se um justo
receio de que a posse será molestada.

Esbulho Reintegração de Posse

Ação de Manutenção
Turbação
de Posse

Ameaça de
Violação à Interdito Proibitório
Posse

 Em aplicação ao princípio da fungibilidade, o juiz pode


conceder medida possessória diversa da solicitada, vez que, a
situação fática pode ter se alterado.

 Tratando de bem móvel, a regra é que a ação seja proposta no


foro de domicílio do réu. Tratando-se de ação possessória de
bem imóvel, a ação deve ser proposta no foro de situação da
coisa (imóvel).
 Não cabe escolha de foro pelas partes.

 As ações possessórias possuem natureza dúplice, pois, o réu


pode pedir proteção para ele dentro do mesmo processo,

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independentemente de reconvenção (faz na própria


ANOTAÇÕES
contestação).

 A exceção de domínio é admitida quando a pretensão


possessória for deduzida em face de terceiro.
Art. 557, CPC. Na pendência de ação
possessória é vedado, tanto ao autor
quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se
a pretensão for deduzida em face de
terceira pessoa.

Posse Nova X Posse Velha

- Proposta dentro de 1 ano e 1 X - Proposta depois de 1 ano e 1


dia da agressão possessória. dia da agressão possessória.

- Tramitará pelo procedimento - Tramitará pelo procedimento


especial. comum (não perde o caráter
possessório).

Observação: A contagem se dá a
partir da efetiva data de agressão à
posse.

 A petição inicial possessória deve conter a comprovação da


posse, demonstração da data da agressão possessória, e
demonstração de qual tipo de agressão foi praticada.

 Contra pessoa jurídica de direito público não cabe liminar


possessória antes da oitiva dos seus representantes legais.

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CAPÍTULO 25. AÇÃO MONITÓRIA. ANOTAÇÕES

 A ação monitória é um procedimento especial de cobrança,


previsto nos art. 700 a 702, do CPC.

 Essa ação faz com que um credor de um bem ou quantia de


dinheiro possa cobrar a dívida de uma forma mais célebre. Ou
seja, sem que precise aguardar todo o trâmite processual do
processo de conhecimento.

 A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter
direito de exigir do devedor capaz.

 A ação monitória pode ser proposta buscando cobrar qualquer


objeto, sem restrições (obrigação de fazer, não fazer, entrega
de coisa e pagamento de quantia).

 Cabe ação monitória contra a Fazenda Pública.

 Cabe qualquer modalidade citatória no âmbito das ações


monitórias.

 A ação monitória deve ser instruída, obrigatoriamente, com a


prova escrita sem eficácia de título executivo.
 O réu é citado para cumprir a obrigação, e não para
apresentar defesa.
 A prova escrita precisa ser idônea para aparelhar o
ajuizamento da ação monitória.
 Há possibilidade de emenda da petição inicial na
monitória, caso a prova escrita não seja considerada
idônea pelo magistrado.
 Uma vez citado, o réu pode apresentar os embargos
monitórios para se defender, no prazo de quinze dias,
nos mesmos autos, independentemente de prévia
garantia do juízo. O efeito suspensivo dos embargos
monitórios é automático.

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 Se os embargos do réu não forem acolhidos, a prova


ANOTAÇÕES
escrita sem eficácia de título se transforma,
automaticamente, em título judicial, efetivando-se
através do cumprimento de sentença.

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