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CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

JOÃO MARCOS SOUSA BARRETO

RESUMO: INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS TÉRMICAS - TERMODINÂMICA,


MECÂNICA DOS FLUIDOS E TRANSFERÊNCIA DE CALOR
CAPÍTULO IV: ANÁLISE DE SISTEMAS – 1ª e 2ª LEIS DA TERMODINÂMICA

SÃO LUÍS
2024

Página 1
JOÃO MARCOS SOUSA BARRETO

RESUMO: INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS TÉRMICAS - TERMODINÂMICA,


MECÂNICA DOS FLUIDOS E TRANSFERÊNCIA DE CALOR
CAPÍTULO IV: ANÁLISE DE SISTEMAS – 1ª e 2ª LEIS DA TERMODINÂMICA

Trabalho entregue ao responsável


pela disciplina Mecânica dos
Fluidos, Professor Mestre PAULINO
CUTRIM MARTINS, do Curso de
Formação de Oficiais da UEMA, para
obtenção da 3ª Avaliação.

SÃO LUÍS
2024

Página 2
ANÁLISE DE SISTEMAS – 1ª e 2ª LEIS DA TERMODINÂMICA

JOÃO MARCOS SOUSA BARRETO


E-mail: barretojmarcos@gmail.com

1. INTRODUÇÃO
Os conceitos de termodinâmica, mecânica dos fluidos e transferência de calor são de
vital importância para o funcionamento e desenvolvimento tecnológico da indústria,
comunicação, serviços e demais setores da sociedade moderna. A compreensão dos
mecanismos básicos e dos estudos principais são imprescindíveis para o profissional da área
da engenharia e correlatas. No livro Introdução às Ciências Térmicas - Termodinâmica,
Mecânica Dos Fluidos e Transferência De Calor (Schmidt, 1996), no Capítulo 4, somos
apresentados a primeira e segunda leis da termodinâmica, incluindo suas aplicações na
análise de ciclos termodinâmicos, apreciando os conceitos de entropia e reversibilidade, além
do uso dos diagramas T-s (Temperatura-entropia).

2. DEFINIÇÕES DA 1ª e 2ª LEI DA TERMODINÂMICA


a. 1ª Lei da Termodinâmica
A Primeira Lei da Termodinâmica é uma expressão do princípio da conservação de
energia aplicada aos sistemas termodinâmicos. A fórmula a seguir, que a representa na sua
forma infinitesimal, define que a energia 𝐸 não pode ser criada nem destruída, apenas
transformada, ou ainda, que toda energia que cruza a fronteira de um determinado sistema
fechado, ao ser somada, é igual à variação de energia. Matematicamente, pode ser expressa
como:
𝛿𝑄 − 𝛿𝑊 = 𝑑𝐸 (1)

Onde:
 𝑑𝐸 é a variação da energia interna do sistema,
 𝛿𝑄 é o calor fornecido ao sistema,
 𝛿𝑊 é o trabalho realizado pelo sistema.
Colocando em outros termos, a variação da Energia interna (∆𝐸) de um sistema é igual
ao calor que o sistema absorveu menos o trabalho que este realizou. Essa lei estabelece que
toda a energia adicionada a um sistema (por calor) deve resultar em um aumento da energia
interna ou na realização de trabalho pelo sistema.
Ao integrar a fórmula (1) para obter:
𝑄 − 𝑊 = 𝐸 − 𝐸 = 𝑈 − 𝑈 + 𝐸𝐶 − 𝐸𝐶 + 𝐸𝑃 − 𝐸𝑃 (2)
Onde:

Página 3
 EC é a energia cinética;
 EP é a energia potencial;
 U é a energia interna, a energia potencial e cinética a nível microscópico.

Em forma de taxas, ou seja, na sua variação em relação a uma determinada


quantidade (tempo, nesse caso), podemos escrever a equação (1) na forma:

𝑄̇ − 𝑊̇ = (3)

b. 2ª Lei da Termodinâmica

O livro objeto do presente resumo aborda duas formas de enunciar a segunda lei da
termodinâmica, sendo eles: O enunciado de Clausius e o enunciado de Kelvin-Planck. O
enunciado de Clausius define: “É impossível realizar um processo cujo único efeito seja
transferir calor de um corpo mais frio para um corpo mais quente”.

O enunciado de Kelvin-Planck, que também é um enunciado negativo (pois nega uma


situação), define que: “É impossível construir um dispositivo que opere em um ciclo
termodinâmico e não produza outros efeitos além da produção de-trabalho e troca de calor
com um único reservatório térmico.”

Esses enunciados nasceram, entre outras coisas, pelas observações de que os


processos naturais têm uma direção, ou seja, uma forma determinada de ocorrência.
Podemos citar como exemplos um copo de água a 50°C, que esfria até se igualar à
temperatura ambiente, ou um gás que se expande naturalmente. Porém, não observamos de
forma natural os processos inversos.

Fonte: Schmidt, 1996

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Nas Figuras 4-1 e 4-2 acima, podemos observar como seriam dois processos que
violassem os enunciados propostos por Clausius e Kelvin-Planck.

3. MÁQUINAS TÉRMICAS E BOMBAS DE CALOR


Sob a perspectiva da Primeira Lei da Termodinâmica, tanto bombas de calor quanto
máquinas térmicas envolvem transformações de energia relacionadas ao calor e ao trabalho,
mas com propósitos diferentes:

a) Máquinas Térmicas
As máquinas térmicas operam convertendo calor em trabalho útil. Elas absorvem
calor (Q₁) de uma fonte quente, realizam trabalho (W) e rejeitam parte do calor (Q₂) para uma
fonte fria. A Primeira Lei é aplicada como:
Q₁ = W + Q₂
Aqui, o trabalho realizado pela máquina é a diferença entre o calor absorvido da fonte
quente e o calor rejeitado para a fonte fria. O rendimento da máquina térmica é sempre
limitado pela Segunda Lei da Termodinâmica (eficiência máxima dada pelo ciclo de Carnot).

b) Bombas de Calor
As bombas de calor têm a função de transferir calor de uma região fria para uma
região quente, operando de maneira inversa à máquina térmica. Para realizar essa tarefa,
elas consomem trabalho externo (W) e transferem calor (Q) para o ambiente desejado. A
Primeira Lei pode ser representada como:
Q₁ = W + Q₂
Nesse caso, Q₁ é o calor transferido para a região quente, enquanto Q₂ é o calor
retirado da região fria. A eficiência de uma bomba de calor é medida pelo Coeficiente de
Performance (COP), que depende do trabalho realizado e das temperaturas envolvidas.

Podemos deduzir, de acordo com as definições até o momento:

𝛿𝑄 = 𝛿𝑊

𝑄 −𝑄 =𝑊 (4)

Por (4) podemos entender que nem todo o calor é transferido pela máquina térmica
é convertido em calor, uma parte é rejeitada como calor para um determinado reservatório, de
acordo com a segunda lei. Podemos então estabelecer o conceito de eficiência térmica.
c) Eficiência Térmica

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A fórmula que descreve o rendimento térmico 𝜼𝒕 de uma máquina térmica é
dada por:
𝑊 𝑄 −𝑄
𝜂 = =
𝑄 𝑄
Onde:
 𝜂 é o rendimento térmico,
 𝑊 é o trabalho realizado pela máquina,
 𝑄 é o calor absorvido da fonte quente,
 𝑄 é o calor rejeitado para a fonte fria.

De acordo com a fórmula, quanto menor o valor de 𝑄 , menor o calor perdido,


maior será o rendimento da máquina térmica. O maior rendimento possível é definido pelo
ciclo de Carnot, sendo 𝑇 a temperatura da fonte fria e 𝑇 a temperatura da fonte quente:

𝑇
𝜂 =1−
𝑇

Todas as máquinas térmicas externamente reversíveis que operam entre dois


reservatórios térmicos idênticos apresentam a mesma eficiência térmica. Essa
afirmação está diretamente ligada à Segunda Lei da Termodinâmica e pode ser
comprovada ao assumir, inicialmente, que a hipótese é falsa. O argumento
apresentado se baseia em uma análise comparativa entre duas máquinas térmicas
reversíveis, chamadas A e B, que operam entre esses dois reservatórios térmicos.
Para provar isso, assume-se inicialmente que uma máquina A é mais eficiente que
outra máquina B, ambas absorvendo a mesma quantidade de calor do reservatório
quente. Como A é mais eficiente, ela produziria mais trabalho do que B.
Ao reverter a máquina B para operar como uma bomba de calor, acoplando-a
à máquina A, cria-se um sistema que transfere calor de volta ao reservatório quente
sem necessidade externa de trabalho. Isso violaria o enunciado de Kelvin-Planck da
Segunda Lei da Termodinâmica, que proíbe a conversão completa de calor em
trabalho sem rejeição de calor. Dessa forma, conclui-se que máquinas térmicas
reversíveis têm a mesma eficiência quando operam entre dois mesmos reservatórios,
e essa eficiência depende apenas das temperaturas desses reservatórios.
Chegamos então ao enunciado: “Nenhuma máquina térmica pode ter uma
eficiência térmica mais alta que a eficiência de Carnot quando opera entre dois
reservatórios iguais.”

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4. ENTROPIA

A entropia é frequentemente chamada de uma das quantidades fundamentais pela


Segunda Lei da Termodinâmica porque se relaciona fundamentalmente a uma quantidade
referida como desordem ou dispersão de energia em um sistema. Esta é a aplicação mais
significativa da entropia na área de motores térmicos e eficiência de Carnot porque a entropia
dá expressão a limites teóricos relativos à conversão de calor em trabalho.

No motor térmico que opera entre dois reservatórios térmicos, alguma quantidade de
calor é transferida da fonte mais quente para o dissipador mais frio. Ao longo do processo, a
entropia do sistema total aumentará ou permanecerá constante se o processo for reversível.
No motor reversível, a mudança de entropia dos dois reservatórios pertencentes ao motor é
zero; portanto, ele fornece eficiência máxima de acordo com o ciclo de Carnot. Qualquer
irreversibilidade, como a devida ao atrito, serve para aumentar a entropia e dar origem a uma
perda de eficiência. Assim, a entropia é um critério para processos reversíveis e irreversíveis.

5. DIAGRAMAS DE TEMPERATURA-ENTROPIA
A utilidade dos diagramas de Temperatura-Entropia é demonstrada no estudo em
especial dos gases perfeitos. Eles são representações gráficas utilizadas em termodinâmica
para analisar processos reversíveis e irreversíveis em sistemas térmicos, especialmente em
ciclos de máquinas térmicas, como o Ciclo de Carnot, Rankine e Brayton.

Fonte: Schmidt, 1996

No diagrama T-s:
 O eixo vertical (T) representa a temperatura absoluta do sistema.
 O eixo horizontal (s) representa a entropia do sistema.

Características principais dos diagramas T-s:

Página 7
 Áreas sob a curva:
A área sob uma curva em um diagrama T-s representa a quantidade de calor
trocado em um processo reversível. Assim, é possível calcular o calor absorvido ou
rejeitado em um ciclo térmico.
 Processos isotérmicos:
Em processos isotérmicos (temperatura constante), a curva no diagrama é uma
linha horizontal.
 Processos adiabáticos reversíveis (isentrópicos):
Em processos adiabáticos reversíveis, a entropia permanece constante. No
diagrama T-s, isso é representado por uma linha vertical.

 Ciclos termodinâmicos:
Os ciclos, como o Ciclo de Carnot, aparecem como áreas fechadas no
diagrama T-s. A área interna do ciclo representa o trabalho líquido realizado pela
máquina térmica.
 Visualização da irreversibilidade:
Processos irreversíveis causam um aumento da entropia. Em um diagrama T-s, isso é
observado pelo deslocamento das curvas para a direita, indicando maior geração de entropia.

6. CONCLUSÃO
Portanto, a partir das ideias levantadas, podemos dizer que a Primeira Lei da
Termodinâmica efetivamente estabelece o princípio da conservação de energia, relacionando
calor, trabalho e variação de energia interna. Quando aplicada a motores térmicos e bombas
de calor, ela é capaz de mostrar como a energia pode ser alterada, mas nunca criada ou
destruída. A própria suposição de uma violação aqui estaria em contradição direta com a
declaração de Kelvin-Planck da Segunda Lei da Termodinâmica, onde é mostrado que
máquinas reversíveis têm a mesma eficiência quando operam entre os mesmos reservatórios.
Enfim, a entropia tem sido usada para estabelecer irreversibilidade em processos térmicos.
Em sistemas reversíveis, a variação total de entropia é igual a zero. Isso permite a eficiência
máxima do ciclo de Carnot. Para sistemas reais, o fato de que algumas irreversibilidades
existem aumenta a entropia e, portanto, tais eficiências de motores térmicos são reduzidas.

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REFERÊNCIAS
[1] Schmidt, F. W., Henderson, R. E., Wolgemuth, C. H., “Introdução às Ciências
Térmicas”, Editora Edgar Blücher Ltda, 1996.

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