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danilo_lima

O artigo discute a relevância do georreferenciamento de imóveis rurais no Brasil, conforme a Lei 10.267/01, para garantir segurança jurídica e combater a grilagem de terras, especialmente no Pará. A análise destaca a fragilidade da gestão fundiária e a necessidade de um sistema de gestão eficiente, como o SIGEF, para evitar sobreposições de áreas registradas. O georreferenciamento é apresentado como uma solução essencial para regularização fundiária e proteção dos direitos de propriedade.

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O artigo discute a relevância do georreferenciamento de imóveis rurais no Brasil, conforme a Lei 10.267/01, para garantir segurança jurídica e combater a grilagem de terras, especialmente no Pará. A análise destaca a fragilidade da gestão fundiária e a necessidade de um sistema de gestão eficiente, como o SIGEF, para evitar sobreposições de áreas registradas. O georreferenciamento é apresentado como uma solução essencial para regularização fundiária e proteção dos direitos de propriedade.

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Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Avanços no

combate à grilagem de terras


Danilo de Lima Oliveira- danilo_pfa@yahoo.com.br
MBA em Geociências & Geotecnologias
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Altamira, PA, 13 de Abril de 2020

Resumo

O presente artigo analisa a importância do georreferenciamento de imóveis


rurais, estabelecido pela Lei 10.267/01, na segurança jurídica e no combate à
grilagem de terras no Brasil. A fragilidade da gestão eficiente do ordenamento
fundiário demonstra o porquê de alguns municípios paraenses possuírem de
duas a quatro vezes suas áreas registradas em cartórios, com milhares de
hectares sobrepostos. As comparações de títulos de terras não certificados
com os certificados demonstram a importância do georreferenciamento de
imóveis rurais. Os procedimentos de pesquisa para construção do trabalho
foram: revisão bibliográfica e a pesquisa documental.

Palavras-chave: Georreferenciamento, Grilagem de Terras, Sobreposição e


Ordenamento Fundiário.

1. Introdução
A Lei nº 10.267/2001, a qual foi regulamentada pelo decreto nº
4.449/2002, demonstra algumas alterações e determina que sejam cumpridas.
Estas alterações estão relacionadas ao cadastramento de imóveis rurais,
tornando obrigatório o georreferenciamento, o qual deverá conter as
coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, com
precisão posicional, nos casos de desmembramento, remembramento ou
mudança de titularidade entre outras modalidades. Tais exigências
representam uma mudança paradigmática nas formas de levantamento e
cadastro imobiliário até então vigentes no Brasil.
A grilagem é um problema antigo e cada vez mais frequente no Brasil, e o
Estado do Pará, em específico, ocupa um lugar de destaque quando o assunto é
desmatamento e área grilada. Isto porque 70% do território paraense pertencem
aos governos federais e estaduais, uma vez que compreendem terras de
projetos de assentamentos, terras indígenas, unidades de conservação e áreas
militares.
Podemos dizer que a grilagem é um problema que se arrasta desde cinco
séculos até hoje, iniciando com as cartas Sesmaria, títulos de propriedade,
títulos paroquiais, títulos definitivos, títulos de arrendamento, títulos de
aforamentos, títulos de ocupação, títulos de doação, Contratos de Alienação de
Terras públicas, etc. A maioria destes documentos não eram aptos ou estavam
de acordo com a legislação vigente para serem transferidos do domínio público
para o particular, mas foram levados a registros como se fossem.
Para a gestão dos imóveis rurais certificados foi criado o Sistema de
Gestão Fundiaria - SIGEF. O SIGEF é um banco nacional de parcelas rurais
que passaram por validação de conformidade com normativos que regem a
geração do dado cartográfico e a ausência de sobreposição com outra
informação cartográfica presente no banco de dados do INCRA.
Este sistema foi desenvolvido pelo INCRA com objetivo de uniformizar
procedimentos, mapear e centralizar as informações sobre os imóveis rurais
em um sistema eletrônico de dados, e passou a ser utilizado em 2013. Nesse
sistema, são realizadas a certificação de dados referente a limites de imóveis
rurais de acordo com o § 5° do art. 176 da Lei n° 6.015/73 e, recepcionados os
georreferenciamento de posses em terras públicas da União e do INCRA,
passível de regularização fundiária pela Lei 11.952/09.
As coordenadas determinadas para os limites da parcela seguem
controle de qualidade na validação antes da submissão ao SIGEF e após a
submissão. Ainda, para que os dados sejam submetidos ao SIGEF há normas
técnicas e manuais de posicionamento e definição de limites e confrontações
que devem, obrigatoriamente, serem seguidos pelos profissionais responsáveis
pelo levantamento topográfico/geodésico.

2. Conceitos e Definições

2.1 Imóvel Rural

A doutrina apresenta dois critérios para distinção entre os prédios rurais


(rústicos) e urbanos, o da localização e o da destinação econômica. Pelo
primeiro critério, será rural o imóvel que estiver fora dos perímetros urbanos
dos municípios; pelo segundo, será o imóvel destinado à exploração agrícola,
pecuária, extrativa ou agroindustrial, qualquer que seja a sua localização.
Prevalece hodiernamente o critério da destinação, previsto no art. 4o, I, do
Estatuto da Terra (Lei no 4.504/1964): “para os efeitos desta Lei, definem-se: I
– ‘Imóvel Rural’, o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua
localização, que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou
agroindustrial, quer através de planos públicos de valorização, quer através de
iniciativa privada”.
A Lei no 5.172/1966, Código Tributário Nacional, ao tratar do imposto
territorial rural, dispõe no art. 29 que “o imposto, de competência da União,
sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o
domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil,
localizado fora da zona urbana do Município”. Verifica-se que o Código
Tributário Nacional optou pelo critério da localização, e não pelo da destinação.
Quanto ao imposto sobre a propriedade territorial e predial urbana, o
Código Tributário Nacional adotou, como não poderia deixar de ser, o mesmo
critério da localização:

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre


a propriedade predial e territorial urbana tem como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem
imóvel por natureza ou por acessão física, como definido
na lei civil, localizado na zona urbana do Município.

Contudo, o Decreto-Lei no 57/1966, de 18 de novembro de 1966, alterou


dispositivos acerca do lançamento e da cobrança do imposto sobre a
propriedade territorial rural e dispôs, no art. 15, que “o disposto no art. 32 da
Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel de que,
comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola,
pecuária ou agroindustrial, incidindo assim, sobre o mesmo, o ITR e demais
tributos com o mesmo cobrados”, ou seja, definiu que, também na legislação
tributária, o critério deve ser o da destinação, e não o da localização. O
Decreto-Lei no 57/1966 foi recebido pela Constituição de 1967 como legislação
complementar, por versar sobre direito tributário, não podendo ser revogado
por lei ordinária.
Feita a distinção entre imóveis urbanos e rurais, cabe analisar a
conceituação de imóvel rural, que comporta algumas discussões. Sob o prisma
do direito agrário, seria uma unidade de exploração econômica. Afirma Ridalvo
Machado de Arruda:

A Lei no 4.504, de 30 de novembro de 1964 (Estatuto da


Terra), e a Lei no 8.629, de 25/2/1993, definem “imóvel
rural” como sendo o prédio rústico, de área contínua
qualquer que seja a sua localização, que se destine ou
possa se destinar à exploração agrícola, pecuária,
extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial, quer através
de planos públicos de valorização, quer através de
iniciativa privada. Desse conceito extrai-se que, estando
localizado em área urbana ou rural e constituído por uma
ou mais áreas identificadas por meio de suas respectivas
matrículas imobiliárias – inclusive nos casos de posse
com ou sem título –, o imóvel rural a que se refere o
direito agrário caracteriza-se, essencialmente, pela
formação de uma unidade de exploração econômica, quer
seja representada por uma única propriedade imobiliária,
quer seja pelo grupamento dessas propriedades (§ 3o, do
art. 46, da Lei 4.504, de 30/11/1964).

O autor prossegue para dizer que o Instituto Nacional de Colonização e


Reforma Agrária (Incra) adota o mesmo conceito, considerando “como sendo
um único imóvel rural duas ou mais áreas confinantes pertencentes ao mesmo
proprietário ou não, desde que seja mantida a unidade econômica, ativa ou
potencial”.
Para o Registro Imobiliário, instituição encarregada de conferir
segurança jurídica, imóvel rural é a unidade imobiliária matriculada, ou seja,
como cada matrícula corresponde a um imóvel (princípio da unitariedade da
matrícula), mesmo se tratando de áreas contíguas, serão tantos imóveis
quantas forem as matrículas. O princípio da unitariedade da matrícula impede
que uma matrícula englobe mais de um imóvel ou que seja matriculada fração
de imóvel.
Eduardo Agostinho Arruda Augusto afirma, diante de tais controvérsias,
que:
A unidade imobiliária possui dois conceitos distintos: a)
para o Incra: unidade econômica rural, englobando áreas
registradas e áreas de posse; e b) para o Registro de
Imóveis: a matrícula, ou seja, a “propriedade imobiliária”
juridicamente constituída. Conclui dizendo que se deve
compreender a “unidade imobiliária” como sendo a
“propriedade imobiliária descrita na matrícula” (ou
conjunto de matrículas, se for possível a sua fusão).

Portanto, para o Registro Imobiliário, não prevalece o conceito agrário de


imóvel rural, sendo de total conveniência que se alcance um conceito comum
para perfeita aplicação de toda a legislação, em especial a que determina a
interconexão cadastro-registro (Lei no 10.267/2001, que alterou os §§ 7o e 8o
do art. 22 da Lei no 4.947/1966).

2.2 Georreferenciamento de Imóveis Rurais

O chamado Georreferenciamento consiste na obrigatoriedade da


descrição do imóvel rural, em seus limites, características e confrontações,
através de memorial descritivo firmado por profissional habilitado, com a devida
ART, contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis
rurais, georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão
posicional fixada pelo INCRA (art. 176, § 4º, da lei 6.015/75, com redação dada
pela Lei 10.267/01).
Todos os imóveis rurais do país - assim definidos como os que não
foram declarados urbanos pela autoridade municipal - sejam eles públicos ou
privados devem ser georreferenciados. O Decreto 4.449/02, alterado pelo
decreto 9.311/18 definiu um cronograma de enquadramento descrito a seguir:

• Vigente para imóveis acima de 100 hectares;


• 20/11/2023 para os imóveis com área de 25 a menos de 100 hectares;
• 20/11/2025 para os imóveis com área inferior a 25 hectares.

Assim, o memorial descritivo georreferenciado já é exigido pelo


Registrador, de todos os imóveis com área igual ou superior a 100 hectares e
passará a ser exigido de todos os imóveis com área igual ou superior a 25 ha,
a partir do dia 20/11/2025, nas situações de venda, doação ou quaisquer outras
formas de transferência, bem como, em desmembramentos, unificação,
remembramento e procedimentos que alterem a descrição do imóvel.
Para se obter deferimento da averbação da nova descrição do imóvel,
em obediência ao que traz a Lei nº 6.015/73 (alterada pela Lei nº 10.267/01 e
seus Decretos regulamentadores), o proprietário do imóvel deverá apresentar
requerimento dirigido ao Oficial de Registro de Imóveis competente, contendo
declaração firmada sob pena de responsabilidade civil e criminal, com firma
reconhecida, de que foram respeitados os direitos dos confrontantes, fazendo
acompanhar:
a) Memorial descritivo assinado por profissional habilitado, e com a devida
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART/TRT -, contendo as
coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais,
georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro, e com precisão
posicional estabelecida em ato normativo e em manual técnico,
expedido pelo INCRA; certidão do INCRA de que a poligonal objeto do
memorial acima citado não se sobrepõe a nenhuma outra constante de
seu cadastro georreferenciado e que o memorial atende às exigências
técnicas, conforme ato normativo próprio;
b) Prova de cadastro do imóvel rural – CCIR, e da quitação do ITR dos
últimos cinco exercícios ou Certidão Negativa ou Positiva com Efeitos de
Negativa de Débitos relativos ao Imposto Territorial Rural, expedida pela
Receita Federal do Brasil;
c) Declaração dos confinantes, onde afirmarão que os limites divisórios
foram respeitados. Pode tal declaração ser feita por instrumento privado,
exigindo-se, no caso, o reconhecimento das firmas ali lançadas. Se for
usada a escritura pública para a formalização da aludida declaração,
constituir-se-á ela como produção antecipada de prova, o que não
acontece com o instrumento particular;
Além da exigência do georreferenciamento de imóveis rurais para o
procedimento de certificação descrito acima, também o é exigido para o
processo de regularização fundiária, como estabelece o decreto 9.309/2018 em
seu artigo 5º, inciso II:

“Art. 5º A regularização fundiária de ocupações incidentes


em terras públicas rurais atenderá aos seguintes
procedimentos:
...
II - elaboração de memorial descritivo dos perímetros das
ocupações, com a devida Anotação de Responsabilidade
Técnica, com as coordenadas dos vértices definidores
dos limites do imóvel rural, georreferenciadas ao Sistema
Geodésico Brasileiro”.;

De acordo com a Legislação vigente, deve-se seguir estes passos para


proceder com o credenciamento junto ao Incra para a realização
do Georreferenciamento de Imóveis Rurais:
• Os profissionais devem estar registrados no sistema CONFEA/CREA
e/ou CFT e estarem em dia com suas obrigações, tendo como finalidade, após
o credenciamento, a emissão da Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART)/ Termo de Responsabilidade Técnica (TRT) dos serviços executados e
ter atribuições de Georreferenciamento em sua formação.
Para a realização do referido procedimento é preciso que o proprietário
contrate um profissional da área de agrimensura credenciado junto ao Incra e
apresente documentação necessária para a posterior certificação do imóvel via
SIGEF, de forma automatizada.
Sem a respectiva certificação, o imóvel rural não poderá ser vendido,
partilhado, permutado, doado, desmembrado, remembrado, alienado
fiduciariamente e nem poderá ser realizada a contratação de empréstimos
agrícolas (financiamentos) que permitam a execução da função social por parte
do imóvel rural, podendo redundar, no caso de descumprimento da função
social da propriedade, na desapropriação por interesse social para fins de
reforma agrária, com o recebimento como pagamento de Títulos da Dívida
Agrária.
A finalidade maior e última do georreferenciamento é ultimar as
providências necessárias e cabíveis com o intuito de acabar definitivamente
com a sobreposição de imóveis mediante a utilização do sistema geodésico
brasileiro, concedendo assim uma maior segurança jurídica ao sistema
fundiário brasileiro.

2.2.1 – Envio da Poligonal Georreferenciada ao SIGEF

Por meio do SIGEF são realizadas a certificação de dados referentes a


limites de imóveis rurais (§ 5º do art. 176 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro
de 1973) e a gestão de contratos de serviços de georreferenciamento com a
administração pública, compreendendo:
a) Credenciamento de profissional apto a requerer certificação;
b) Autenticidade de usuários do sistema com certificação digital, seguindo
padrões da Infraestrutura de Chaves Públicas (ICP-Brasil) ;
c) Recepção de dados georreferenciados padronizados, via internet;
d) Validação rápida, impessoal, automatizada e precisa, de acordo com os
parâmetros técnicos vigentes;
e) Geração automática de peças técnicas (planta e memorial descritivo),
com a possibilidade de verificação de autenticidade online;
f) Gerência eletrônica de requerimentos relativos a parcelas: certificação,
registro, desmembramento, remembramento, retificação e
cancelamento;
g) Possibilidade de inclusão de informações atualizadas do registro de
imóveis (matrícula e proprietário) via internet, permitindo a efetiva
sincronização entre os dados cadastrais e registrais;
h) Gestão de contratos de serviços de georreferenciamento com a
administração pública, com acesso para órgãos públicos, empresas,
responsáveis técnicos e fiscais;
i) Pesquisa pública de parcelas certificadas, requerimentos e
credenciados.
A recepção de dados georrefenciados pelo SIGEF é feito através de
planilha eletrônica contendo as informações do proprietário, localização e
coordenadas geográficas da composição do perímetro do imóvel.
A planilha eletrônica de dados georreferenciados representa o produto
do serviço executado pelo Responsável Técnico.
Para utilizar a planilha de dados georreferenciados é necessário atender
dois pré-requisitos: instalar o LibreOffice e a extensão SIGEF. Extensão SIGEF
é um complemento com a funcionalidade de validação, que permite conferir se
os dados preenchidos na planilha atendem aos padrãos adequados para
recepção pelo SIGEF, mesmo sem estar conectado à internet.
O modelo de planilha eletrônica e a extensão SIGEF pode ser obtida no
endereço de acesso ao sistema: https://sigef.incra.gov.br
A planilha é divida basicamente em abas de identificação do imóvel e
perimetro:

Figura 01 – Aba de identificação da Planilha Eletrônica

A aba de perímetro possui os dados geoespaciais da área


georrefenrenciada e algumas informações do levantamento. A partir dos dados
informados nessa aba torna-se possível representar em termos geométricos os
vértices, os limites e área que compõe a parcela.
Figura 2 – Abra de descrição do perímetro do imóvel

3. Grilagem Como Forma de Acesso à Propriedade

Embora não sejam mais utilizados, os títulos de dominíos (definitivos ou


precários) emitidos anterior à Lei 10.267, de 28 de agosto de 2001, não eram
georreferenciados, não possuindo muitas vezes um par de coordenadas sequer
para identificar sua localização. A sua fragilidade em precisar onde o imóvel
rural está localizado no globo, tem sido utilizado por pessoas mal intesionadas
para gerar matrículas e cadastros fraudulentos, dando aspectos de legitimidade
para um imóvel que na realidade não existe.
Segundo LARANJEIRA (1984:143) "grilagem é toda ação tendente a
obter a posse e/ou propriedade da terra, através de um meio ilícito". Para Juary
C. da Silva (apud LARANJEIRA, 1984: 146), de um ponto de vista penal, a
grilagem não é um delito tipificado pelo nosso Código: "não é redutível a uma
só figura típica, mas antes traduz verdadeira constelação de ilícitos: falsidade
documental, uso de documentos falsos, esbulho possessório, homicídio, lesões
corporais, incêndio doloso, fraude processual, falso testemunho, corrupção
ativa, quadrilha ou bando".
O próprio Estado brasileiro reconhece que a grilagem de terras talvez
seja o maior instrumento de domínio e concentração de terras no Brasil. O
Ministério de Política Fundiária e do Desenvolvimento Agrário (1999:8) admite
que:
“A grilagem é dos mais poderosos instrumentos de
domínio e concentração fundiária no meio rural brasileiro.
Em todo o País, o total de terras sob suspeita de serem
griladas é de aproximadamente 100 milhões de hectares -
quatro vezes a área do Estado de São Paulo ou a área da
América Central mais México. Na região Norte, os
números são preocupantes: da área total do Estado do
Amazonas, de 157 milhões de hectares, suspeita-se que
nada menos de 55 milhões tenham sido grilados, o que
corresponde a três vezes o território do Estado do Paraná.
No PARÁ, um fantasma vendeu a dezenas de sucessores
aproximadamente nove milhões de hectares em terras
públicas. Parte dos Cartórios de Registros de Imóveis,
não só no Amazonas, mas também no Pará, no Acre, em
Goiás, no Paraná, no Amapá e em Roraima, apresenta
falhas e vícios na sua escrituração. Exemplos notórios de
cartórios contaminados pela fraude são os das comarcas
de Altamira, São Félix do Xingu e Marabá, no Pará; de
Boca do Acre e Lábrea, no Amazonas, de São Miguel do
Araguaia, em Goiás, de Sena Madureira e Taraucá, no
Acre, de Grajaú, no Maranhão, Catanduvas, Primeiro de
Maio e Adrianópolis, no Paraná."

Comissões parlamentares de inquérito realizadas pelo congresso


nacional e assembleia legislativa, com intuito de combater essa prática
criminosa de grilagem e analisar a atuação dos Cartórios de Registro de
Imóveis, encontraram como solução efetuar o cancelamento administrativo de
registros e matrículas irregulares na comarca do Estado do Pará.
Em meados de 2005 a 2006, a corregedoria de justiça das comarcas do
interior do Estado do Pará, órgão do TJ/PA, responsável pela supervisão dos
juízes e cartórios do interior, iniciaram várias correições especiais em dezenas
de cartórios de registros de imóveis, constatando a gravidade do problema de
grilagem no estado, onde em 2006, o provimento 013/2006 – CCJ determinou o
bloqueio das matrículas de imóveis rurais maior de 2.500 hectares, que é o atual
permitido pela constituição federal de 1988. Destacamos o que este provimento
determinou:
“a averbação de bloqueio de Matrículas de áreas rurais
nos Cartórios do Registro de Imóveis nas Comarcas do
Interior de todos os títulos que tenham sido registradas a
partir de 05/10/1988 (independente da data que constar
no suposto título), com áreas superiores a 2.500 ha (dois
mil e quinhentos hectares), não podendo o Oficial nelas
praticar mais nenhum ato, estendendo-se os seus efeitos
a eventuais matrículas que delas tenham sido
desmembradas (Provimento n° 013/2006-CJCI).”

Mais tarde a Corregedoria baixou o provimento 002/2010-CJCI, no qual


determinava a todos os Cartórios de Registro de Imóveis do Interior do Pará
cancelassem as matriculas bloqueadas em decorrência do Provimento nº
013/2006:

“Determinar a todos os Cartórios de Registro de Imóveis


do Inteior do Estado do Pará que cumpram imediatamente
a decisão do Corregedor nacional de justiça,
CANCELANDO TODAS AS MATRÍCULAS DE IMÓVEIS
RURAIS que atualmente se encontram bloqueadas em
decorrência do Provimento nº 013/2006-CJCI, com as
abervações necessárias em todos os atos e
transferências subsequentes encerrando-se a matrícula
respectiva.”

Tão importante quando as medidas dos provimentos do CCJ é a


obrigatoriedade do georreferenciamento de imóveis rurais trazidos pelas Lei
10.267/01 regulamentada pelo decreto nº 4.449/2002 e com isso o advento do
Sistema de Gestão Fundiária – SIGEF implementado pelo INCRA.
Outro principal fator que é causa da origem do caos fundiário se deu
através do título de posse, criado através do Decreto Estadual nº 410 de
08/10/1891 e seu regulamento de 28/10/1891, e segundo consultas ao ITERPA
a maioria destes títulos possui procedência falsa, não especificando os limites
do território e a caducidade de todos os títulos de posse não legitimados,
conforme Decreto Estadual nº 1.054 de 14/02/1996, conforme dispõe o
provimento nº 013/2006 :

“Considerando que, por estimativa, devem ter sido


expedidos cerca de cinquenta e sessenta mil Títulos de
Posse, com limites imprecisos e apenas uma pequena
parte deles foi legitimada, entretanto, ainda assim quase
um século depois, a partir da década de setenta, milhares
deles foram, indevidamente levados a registro nos
Cartórios de Registro de Imóveis do Estado.”

O artigo 49 da Carta Magna, prevê no inciso XVII um total de 2,5 mil


hectares, como limite para alienação de terras públicas sem autorização do
senado Federal, até a presente data, o congresso só concedeu 8 autorizações
para terras maiores que o estipulada na Constituição, no entanto, constavam
nos cartórios mais de 6 mil títulos com mais de 1 milhão de hectares, sendo
estes, bloqueados através do referido provimento.
Os fatos são irrefutáveis, a corregedoria das comarcas no interior do
Tribunal de justiça do Estado do Pará, após realizarem correições especiais
nos Cartórios e Registros de Imóveis para investigar e apurar, a profundidade
do caos fundiário, chegaram a conclusão assustadora de que mais de 100.00
hectares incidindo sobre unidade de conservação, terras indígenas, terras
devolutas estaduais ou terras públicas já devidamente matriculadas pelo
Estado e pela União.
Milhares de títulos de posse não legitimados, logo, declarados caducos
pelo decreto nº 1.054 de 16 de fevereiro de 1906; vários títulos de domínio da
década de 60 que foram levados a registro três décadas depois; áreas que
chegam até a 1.500 hectares com registro depois de 1989, ou seja,
desrespeitando o art. 49 da CF e sem a devida autorização prevista nos artigos
241 e 242 da constituição estadual.
Por conseguinte, mesmo diante do levantamento destes dados, o
Tribunal de Justiça do Estado do Pará, se pronunciou dizendo não ser possível
o cancelamento de registro das matrículas nulas de pleno direito, conforme
preceitua a lei 6.739/1979, que dispõe sobre a possibilidade de providências
administrativa, com respeito ao devido processo legal e a ampla defesa, no que
se refere ao cancelamento de matriculas irregular, é o exposto no Pedido de
Providência nº 0001493-67.2009.2.00.0000:
“A Administração tem pautado seu procedimento no
entendimento de que existem alguns casos de retificações
de registro de imóvel que podem ser pleiteadas pelo
interessado perante as corregedorias de Justiça ou até
mesmo no próprio registrador; entretanto se daí surgirem
qualquer resistência por parte dos interessados, serão os
mesmos remetidos à via ordinária para solucionarem o
litigio, consoante determina os artigos 212 e 213, § 4 da
lei 6.015/73, portanto, não seria diferente quando em
questão a própria titularidade do imóvel, pois o
cancelamento de matrículas implica diretamente na perda
do direito sobre o bem.”

Contudo, há de se entender que o ato de registro se enquadra no


conceito de ato jurídico já estabelecido pela doutrina, uma vez que representa
a declaração do Estado, regularmente manifestada por agente público,
conforme estabelecido por lei complementar e pela própria constituição. Logo,
considerado o ato de registro como sendo ato jurídico administrativo, a ele
aderem todos os atributos e consequências jurídicas desta espécie de atos
jurídicos, como a própria possibilidade de ser invalidado ou anulado pela
administração pública.
De toda forma, percebe-se que mesmo identificada e caracterizada a
grilagem de terras, ainda assim o procedimento para o cancelamento e punição
do autor deste crime, correrá por uma série de burocracia até a reversão do
imóvel ao patrimônio público, como reflete Viegas (2018:10) “mesmo
identificada a grilagem de terras, é fato que a propriedade incorporada
ilicitamente ao patrimônio particular ainda continuará protegida pela fumus boni
iuris (fumaça do bom direito) até que se reverta o domínio ao patrimônio
público, incorrendo nisso uma longa querela judicial”.

4. Títulos de terras não georreferenciados x títulos de terras


georreferenciados

A certificação de imóveis rurais georreferenciado é feito pelo INCRA. É


ele que certifica se o memorial descritivo está de acordo com as exigências
técnicas, bem como se a área identificada do imóvel rural não se sobrepõe a
nenhuma outra constante nos cadastros de imóveis rurais já georreferenciados.
O objetivo é evitar matrículas em duplicidade.
Ressalta-se, porém, que o reconhecimento do domínio do imóvei não é
feito pela certificação no Incra, mas, sim, pelo Oficial de Registro de Imóveis,
além do que a exatidão dos limites e confrontações são de responsabilidade do
agrimensor e do proprietário.
Percebe-se que, mais do que trazer segurança jurídica aos proprietários
dos imóveis rurais, referidas exigências têm o fim de padronizar e uniformizar o
procedimento de cadastro dos imóveis, medida que contribui para reduzir os
problemas fundiários brasileiros.
A título de exemplo, vejamos um memorial descritivo emitido pelo INCRA
em 06/05/1976. Trata-se do Lote 134 da Gleba Pública Federal Belo Monte,
localizada no município de Anapu-PA. No exemplo, o imóvel foi medido
utilizando-se o equipamento topográfico chamado Teodolito, utilizado para
medir ângulos (horizontais e verticais) e distâncias. Observa-se na Planta e
Memorial Descritivo (anexo I) que não há referências geográficas de
localização do imóvel, em virtude da tecnologia disponível à época. A
fragilidade da precisão de sua localização é o que pode levar a erros pelo
órgão regularizador, titulando a área duas vezes, formando andares de títulos,
ou pessoas mal-intencionadas a cometer grilagem de terras, através de
materialização do imóvel e registros fraudulentos.
No Anexo II temos o mesmo imóvel, com seu perímetro
georreferenciado e certificado pelo INCRA, com sua localização precisa e
definida com coordenadas geográficas.
A importância do georreferenciamento do imóvel rural para a gestão e
ordenamento da estrutura fundiária nacional é revolucionário e progressista. É
uma ferramenta que impossibilita sobreposições de imóveis, inibe
materializações fraudulentas e possibilita o real conhecimento da malha
fundiária.
Um exemplo de materialização fraudulenta pode ser constatado no
processo admnistrativo 54000.052835/2020-26, protocolado junto a Unidade
Avançada Especial do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em
Altamira (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instituto
Nacional de Colonização e Reformar Agrária. Superintendência Regional do
Oeste do Para SR-30. Unidade Avançada Especial de Altamira). O processo,
com consulta pública em
(https://sei.incra.gov.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_processo_pesquisar.ph
p?acao_externa=protocolo_pesquisar&acao_origem_externa=protocolo_pesqui
sar&id_orgao_acesso_externo=0), trata de auditoria feita pelo Comitê Regional
de Certificação da SR(30) relativo à certificação do imóvel rural denominado
FAZENDA NOVO MUNDO, de domínio do Sr. JOSÉ LOPES FILHO. O imóvel
mede 2.963,4167ha e está localizado na Gleba Penetecaua, município de
Medicilândia, Estado do Pará e foi certificado no SIGEF sob o
código 9de4e4bd-02ea-4cb3-8bfd-700434c60a43 pelo profissional NELSON
PABLO DO NASCIMENTO, credenciado no INCRA com o código CB5.
Identificou-se na auditoria que a matrícula de origem do imóvel foi levada
a registro inicialmente na Comarca de Prainha-PA, com destaque do patrimônio
público através de Carta de data sesmaria concedida a JOSÉ LOPES DE
SOUSA, confirmada em 14/06/1732, Livro 8, página 8 dos registros fundiários
do ITERPA.
Observou-se que conforme a transcrição da Carta de data Sesmaria
concedida a José Lopes de Souza, área medindo 3 léguas de terras de
comprimento e uma légua de largura (utilizando-se parâmetros da légua
terrestre antiga, 6.600m, cerca de 13.068ha), o imóvel estaria localizado às
margens do RIO IGUARÁ.
O RIO IGUARÁ é um afluente da margem esquerda do RIO MUNIM,
sendo sua nascente no Município de Codó. Além do município onde está
localizado sua nascente, banha os municípios de Chapadinha, Timbiras e
Vargem Grande, todos do Estado do Maranhão.
Ou seja, a Fazenda NOVO MUNDO foi materializada e certificada na
Gleba Pública Federal Penetecaua, Município de Medicilândia, Estado do
Pará, distante cerca de 1090km da centróide do RIO IGUARÁ.
A identificação da fraude foi possível devido a obrigatoriedade da
certificação, disciplinada pela Lei 10.267/01.

5. Conclusão

As técnicas de georreferemento, técnica esta moderna de agrimensura


considera as coordenadas dos vértices, medidos com o auxílio de receptor
GNSS e as coordenadas magnéticas, via satélite, para precisar a área, o
formato e a localização de um imóvel rural. Estas caracterias são exigidas em
processo de regularização fundiária, de certificação de propriedades rurais e
em ações judiciais, sendo elas possessórias, de usucapião etc.
Para que um imóvel rural seja considerado georreferenciado, não basta o
mero cumprimento dos requisitos técnicos de levantamento de pontos e
medidas, quais sejam: (i) o levantamento técnico em campo feito por
profissional habilitado com o auxílio de receptor GNSS; (ii) a elaboração do
memorial descritivo; e (iii) o pagamento da respectiva Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART).
O imóvel rural apenas será considerado georreferenciado quando seu
memorial descritivo estiver certificado pelo Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária) e averbado na matrícula do imóvel no Ofício
de Registro de Imóveis competente. O que garante a segurança do sistema é
justamente a certificação do Incra, pois compete ao órgão verificar se existe
sobreposição de áreas entre o imóvel que se busca certificar e outros imóveis
rurais já certificados ou em processo de certificação. O objetivo é evitar a
emissão de títulos distintos para uma mesma superfície territorial (matrículas
em duplicidade), materialização frualdulenta, de forma que o
georreferenciamento se torna uma ferramenta poderosa contra os crimes de
grilagem de terras.
A exigência do georreferenciamento foi introduzida no ordenamento
jurídico brasileiro pela Lei Federal nº 10.267/2001. O objetivo foi tentar garantir
maior segurança jurídica à propriedade rural, padronizando os parâmetros
técnicos e objetivos para identificar, caracterizar e localizar os imóveis rurais.
Esses parâmetros estão de acordo com o princípio registral da especialidade
objetiva. Eles evitam descrições e caracterizações precárias, que impediam a
correta verificação da localização do imóvel, e isso ajuda a reduzir os
problemas fundiários brasileiros. De acordo com a legislação atualmente em
vigor, todos os imóveis rurais com área igual ou superior a 100 ha,
obrigatoriamente, precisam ter sido georreferenciados.
Para forçar o cumprimento dessa obrigação, a lei prevê o
georreferenciamento como requisito essencial em dois momentos: (i) perante o
Ofício de Registro de Imóveis nos casos de desmembramento, parcelamento,
remembramento e em qualquer situação que implique a transferência
voluntária de imóveis rurais, respeitados os prazos legais de exigibilidade
(carência); e (ii) perante o Poder Judiciário, nos casos de ações judiciais que
tenham imóveis rurais como objeto principal.
A observância obrigatória desse dispositivo legal pelo Judiciário é
essencial para evitar decisões judiciais que, embora transitadas em julgado,
não produzam efeitos práticos do ponto de vista registral imobiliário. Isso ocorre
porque a descrição georreferenciada do imóvel rural é pressuposto objetivo
para o processo decisório. Pode-se dizer que a decisão judicial que deixa de
observar a área georreferenciada não se refere, necessariamente, ao mesmo
imóvel rural e, por isso, deve ser revista.
Por todo o exposto, é recomendável fazer o georreferenciamento de
imóveis rurais, ainda que o prazo legal de sua exigibilidade, de acordo a área
territorial, não tenha expirado, para evitar discussões muito comuns de
sobreposição de áreas durante processos de georreferenciamento.
É pacífico o entendimento de que o georreferenciamento de imóveis
rurais é essencial à resolução de boa parte dos problemas fundiários
brasileiros. Para se alcançar esse objetivo tão almejado, porém, é necessário
que todos os agentes envolvidos observem o regramento aplicável, evitando
decisões judiciais que desrespeitem as regras registrais, regularização
fundiária indevidas, crimes de grilagem, enfim, melhorando e tecnificando a
gestão da malha fundiária nacional.

6. Referências

ARRUDA, Rivaldo. Conceitos de Imóvel Rural: Aplicação na Certificação


do Incra expedida no Memorial Descritivo Georreferenciado, disponível em:
<http://eduardoaugusto-irib.blogspot.com.br/2011/10/conceitos-de-imovel-rural-
certificacao.html>. Acesso em: 12 julho de 2020.

AUGUSTO, Agostinho. Georreferenciamento de Imóveis Rurais: Conceito


de Unidade Imobiliária, disponível em: <http://www.serjus.com.br/parecer_
tecnico_georreferenciamento_imovel_rural_13_07_2006.html>. Acesso em: 14
julho de 2020.

LARANJEIRA, Raymundo. Direito Agrário. Perspectivas críticas, São Paulo:


LTr.1984.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO.


INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA.
UNIDADE AVANÇADA ESPECIAL DE ALTAMIRA. Processo Administrativo
54000.052835/2020-26. Altamira. 2020.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO.


INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA.
UNIDADE AVANÇADA ESPECIAL DE ALTAMIRA. Processo Administrativo
54101.000148/1979-13. Altamira. 2020.

TORRES, M. G. Terra privada, vida devoluta: ordenamento fundiário e


destinação de terras públicas no oeste do Pará. 2012. 879 f. Tese (Doutorado
em Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas,
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2012: [s.n.], 2012.

TRECCANI, G. D. O título de posse e a legitimação de posse como forma de


aquisição da propriedade. Revista da Procuradoria Geral do Estado do
Pará, Belém, p. 121-158, 2009.

TRECCANI, G. D. Violência e grilagem: instrumentos de aquisição da


propriedade da terra no Pará. Pará, 2006.

PARÁ. Conselho Nacional de Justiça. Cancelamento administrativo de


registros e matrículas irregulares em comarcas do Estado do Pará, Proc.
Nº 0001943-67.2009.2.00.0000. Requerente: Procuradoria Geral do Estado do
Pará e Outros, Requerido: Tribunal de justiça do Estado do Pará. 2009

Anexos
I – Planta e Memorial descritivo não georreferenciado
II – Certificação SIGEF
ANEXO I
ANEXO II

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