DRY NEEDLING
DRY NEEDLING
CLÍNICA E EVIDÊNCIAS
GUSTAVO PORTELLA
FABIO FRANCISCATTO STIEVEN
MARCOS LISBOA NEVES
INTRODUÇÃO
As dores miofasciais são causas muito comuns de queixas agudas e
crônicas, afetando boa parte da população em geral e da atlética. A
dor de origem miofascial, ainda que seja cercada por indefinições
quanto a sua fisiopatologia e seus critérios diagnósticos, participa de
forma marcante de inúmeras condições clínicas relacionadas à dor
musculoesquelética crônica.
O desenvolvimento histórico do estudo da dor musculoesquelética e
dos conceitos ligados à dor miofascial é objeto de investigação
clínico-científica há mais de um século. Adler, em 1900, cunhou o
termo “reumatismo muscular” em menção a áreas e pontos
musculares anormalmente sensíveis e que projetavam dor para
regiões vizinhas.
A partir das décadas de 1940 e 1950, importantes trabalhos de Janet
Travell modernizaram conceitos ainda vagos sobre a dor
musculoesquelética. O termo “ ponto de gatilho miofascial
( PGM ) ” foi adotado formalmente, e uma série de informações
importantes foram acrescentadas, como o reconhecimento de padrão
de dor referido de diversos músculos, como teorias fisiopatológicas e
o tratamento do PGM .
O dry needling ( DN ) , ou agulhamento a seco , é utilizado
como forma de tratamento dos PGMs . O termo apareceu pela
primeira vez na literatura em 1979, no estudo de Lewit.
LEMBRAR
As técnicas empregadas na prática são o DN superficial,
o DN profundo e a estimulação intramuscular ( IMS , do
inglês intramuscular estimulação ). A escolha do tipo de DN depende
do músculo a ser tratado e do perfil do paciente.
Neste artigo, será apresentado o conceito e a fisiopatologia
dos PGM s, assim como as técnicas de DN (superficial, profundo
e IMS ). O passo a passo de cada técnica será seguido, assim como os
cuidados e as precauções no momento de sua aplicação, com base na
revisão da literatura mais atual.
OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
definir, classificar e explicar a fisiopatologia dos PGM s;
diferenciar as técnicas de DN superficial, DN profundo
e IMS ;
identificar um PGM por meio da palpação;
discutir as técnicas de DN mais utilizadas na prática
clínica, com base no pensamento clínico e na revisão da
literatura;
aplicar as técnicas de DN em situações de dores
miofasciais.
ESQUEMA CONCEITUAL
Ativo latente
Apresenta o padrão de dor local e referido, Não apresenta o padrão de dor
correspondente pelo reconhecimento do padrão de referido reprodutível, mantendo-se
dor habitual pelo paciente durante o exame físico hiperálgico à palpação, com
palpatório. produção de dor local. 6
É capaz de apresentar um padrão espontâneo de dor Não é capaz de produzir um padrão
referido, não necessitando de palpação compressiva de dor indicado que reproduza o
sobre o nódulo contrátil para reproduzir o padrão de sintoma do paciente. 6
dor do paciente. 5,7
De acordo com o Quadro 1, fica evidente que o PGM é identificado de
forma eminentemente clínica, por meio de anamnese e exame físico
orientado para a produção de sintomas familiares ao paciente.
PALPAÇÃO
A palpação do PGM pode ser realizada de duas formas básicas
(Figuras 2A e B):
LEMBRAR
Ambas as formas de PGM — ativa e latente — apresentam as
mesmas características palpáveis. Conforme exposto anteriormente,
elas diferem apenas pela presença ou chamado da dor referida,
concomitantemente pelo reconhecimento do sintoma por parte do
indivíduo examinado.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Os critérios diagnósticos de um PGM recomendados por Gerwin e
colaboradores 5 e por Simons e colaboradores 3 denotam a presença
de cinco critérios para confirmação de um PGM (Quadro 2).
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE UM PONTO DE GATILHO MIOFASCIAL
medula espinhal;
núcleos talâmicos;
áreas corticais do telencéfalo;
córtex límbico;
amígdala;
giro do cíngulo;
substância cinzenta periaquedutal.
As alterações ocasionadas pelas síndromes dolorosas crônicas do
aparelho musculoesquelético podem reduzir o limiar de dor,
aumentar a percepção de estresse e potencializar a contribuição da
dimensão afetivo-emocional no processo de dor crônica. 15
Considere-se um PGM de determinado músculo que mantenha
sintomas intensos em um paciente, sinalizando respostas
nociceptivas contínuas para a medula espinhal. A manutenção
prolongada de um estímulo dessa natureza tende a alterar o
processamento somatossensorial. Isso gera a sensibilização primária
das vias sensoriais periféricas envolvidas e pode afetar o sistema
inibitório de analgesia descendente, propiciando a sensibilização
central. 9,15,16
A sensibilização central pode ser entendida como um processamento
neural aumentado e mantido cronicamente pela atividade
nociceptiva. A manutenção desses estímulos tende a facilitar, no nível
do corno dorsal da medula, influxos dolorosos ascendentes em
resposta ao processamento neural facilitado. 14
O fenômeno da resposta contrátil local
A RCL, de forma semelhante a uma fasciculação, é definida como
uma contração local BASTANTE rápida, desorganizada e mal
sincronizada das fibras da banda tensa quando estimuladas por meio
elétrico, palpatório ou da inserção de agulhas. 3,17,18
A RCL é um sinal marcante da presença do PGM ativo. O fenômeno
tende a ocorrer ao prolongar a agulha diretamente sobre o nódulo
muscular do PGM , seguindo-se movimentos curtos e rápidos de
entrada e saída na região central do PGM , principalmente em ambos
ocorreram, como o trapézio superior e o masseter, por exemplo.
Propôs-se que a inserção da agulha poderia gerar um reflexo espinal
polissináptico não dependente de centros superiores, ocasionado pela
sensibilização de mecanoceptores e nociceptores locais. Isso geraria
uma resposta automática de contração muscular rápida e
desorganizada nas fibras da banda tensa. 19 Entretanto, ainda não se
conhece ao certo todos os componentes do mecanismo responsáveis
pela origem da RCL sobre as fibras do PGM . 20
É interessante considerar um RCL como um fator objetivo para
confirmar a presença de um PGM ativo; porém, foi demonstrado que,
detalhadamente, esse é um fator pouco confiável. O motivo disso é
que alguns músculos apresentam difícil acesso palpatório — como
músculos profundos do tronco ou pequenos músculos intrínsecos de
um determinado complexo articular —, requerendo, assim, grande
habilidade na evocação do sinal. Dessa forma, tende a não ocorrer
RCL em tais músculos. 21-24
ATIVIDA
DE
1. Sobre as formas de PGM e seus modos de palpação,
assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) A anamnese e o exame físico orientados a produzir sintomas
familiares ao paciente são ferramentas importantes para a
identificação do PGM .
( ) O PGM latente é capaz de apresentar um padrão espontâneo
de dor referido, não necessitando de palpação compressiva
sobre o nódulo contrátil para reproduzir o padrão de dor do
paciente.
( ) O trapézio superior e o braquiorradial são apropriados para a
palpação em pinça digital.
( ) A palpação controlada digital é uma variação aperfeiçoada da
palpação em pinça digital, sendo, por isso, muito utilizada.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — F — F — V
B) V — F — V — F
C) F — V — F — V
D) F — V — V — F
Confira aqui a resposta
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a III.
D) Apenas a II e III.
Confira aqui a resposta
A) Apenas a I e II.
B) Apenas a I ea III.
C) Apenas a II e III.
D) AI, a II e III.
Confira aqui a resposta
Superficial Profundo
A agulha é embutida no tecido, a uma A agulha é inserida diretamente no músculo,
profundidade de cerca de 5 a 10mm, sobre atingindo o PGM . A inserção é seguida por
o PGM , sem atingir o músculo. Ela é retida manipulações de fora para dentro, evocando
ali por um período de 30s a 3min. respostas contráteis, como pequenos espasmos.
PGM : ponto de gatilho miofascial.
Fonte: Zhou e colaboradores (2015). 31
As Figuras 3A e B apresentam uma comparação entre o DN profundo
e o DN superficial.
supina;
prona;
decúbito lateral;
sentado.
Medidas de assepsia
Embora ainda não exista consenso quanto a isso, recomenda-se que a
limpeza da pele seja feita com álcool 70% e que o fisioterapeuta
use luvas para a aplicação do DN . 35
Identificação do ponto de gatilho miofascial
No DN , o PGM é identificado por meio das técnicas descritas na
seção “Palpação”. Tanto a palpação em pinça digital quanto a plana
são úteis para reduzir o excesso de pele e firmar o músculo,
facilitando a precisão da inserção da agulha no PGM . Um exemplo de
identificação de PGM será apresentado adiante, na seção “Trapézio
descendente”.
Inserção, manipulação e retirada da agulha
neuropatia periférica;
disfunção miofascial;
sensibilização dos nociceptores;
dor.
excesso de transpiração;
sinais de reflexo piloromotor (arrepio);
edema;
celulite.
Outro sinal autonômico que pode ser observado, indicando o
comprometimento das raízes espinais, é a perda de pelos na região
compreendida pelo mesmo dermátomo do nível espinal da
radiculopatia. 38
Tratamento
O tratamento com a IMS tem como objetivo liberar o encurtamento
muscular que pressiona e irrita o nervo. O espasmo muscular, assim
como alguns sinais vasomotores, pode desaparecer em poucos
minutos, até mesmo segundos.
LEMBRAR
Na IMS , o fato de a agulha não ficar presa, por causa do espasmo,
indica que o músculo agulhado não é a causa do problema e,
portanto, o tratamento não será eficaz.
A agulha intramuscular pode ser manipulada durante a IMS ,
liberando o espasmo, ou deixada por um período de 10 a 30min, para
que produziu a liberação da contratura (Figura 8). 37
Figura 8 – IMS nos paravertebrais (multifidos) da região
lombossacra.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
TIPO DE AGULHA
Independentemente da técnica de DN , o instrumento utilizado é
uma agulha contínua e fina , como a usada na acupuntura (Figura
9). 3
Figura 9 – Agulha filiforme, a mesma utilizada em acupuntura.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Ainda não existe um consenso sobre o manejo dessa agulha no que
diz respeito aos seguintes fatores: 28
intensidade da pressão;
tempo de permanência;
frequência das sessões;
número de agulhas utilizadas.
A maioria dos estudos cita que as agulhas devem ser mantidas entre
5 e 40min e que não se deve utilizar várias agulhas. Uma revisão
sistemática com metanálise concluída que a retenção da agulha por,
no mínimo, 10min é melhor do que a remoção imediata. 28
Uma agulha padrão é feita de aço inoxidável polido e tem uma lâmina
afiada suavemente em direção à ponta, o que facilita a separação dos
tecidos e torna sua inserção menos traumática. O cabo geralmente é
confeccionado com o mesmo aço da lâmina e apresenta uma forma
espiralada, embora os cabos de algumas agulhas sejam feitos de
plástico colorido.
LEMBRAR
A escolha da agulha deve levar em conta a preferência do profissional
e a profundidade do agulhamento. Agulhas muito compridas devem
possuir um diâmetro maior, para que não sejam muito flexíveis,
comprometendo a técnica e dificultando sua manipulação durante a
inserção (Tabela 1, a seguir). 39-41
Tabela 1
PRINCIPAIS TAMANHOS DE AGULHAS DISPONÍVEIS NO MERCADO BRASILEIRO
ATIVIDA
DE
6. Observe, a seguir, algumas contraindicações para a aplicação
de DN .
I — Agregação plaquetária aumentada.
II — Existência de linfedema.
III — Uso de anticoagulante.
IV — Impossibilidade de consentir com o agulhamento.
Quais estão corretos?
A) Apenas a I, a II e III.
B) Apenas a I, a II e IV.
C) Apenas a I, a III e IV.
D) Apenas a II, a III e IV.
Confira aqui a resposta
A) V — F — F — V
B) F — V — V — F
C) F — V — F — V
D) V — F — V — F
Confira aqui a resposta
trapézio descendente;
supraespinhal;
lombar;
plantar.
TRAPÉZIO DESCENDENTE
O trapézio descendente é um dos músculos que mais sofrem com
o PGM , o que leva muitos fisioterapeutas a utilizar diversas técnicas
miofasciais para seu tratamento. A alta incidência de PGM nessa
região pode ser explicada pela contração constante do músculo nas
atividades da vida diária ( AVD s; por exemplo, postura forçada e
movimentos repetitivos dos membros superiores). 42
Palpação e identificação do ponto de gatilho miofascial
O primeiro passo para a aplicação do DN envolve a identificação e a
marcação do PGM , por meio da palpação (Figura 10).
aspectos ergonômicos;
repetições de movimentos;
posturas mantidas;
sobrecarga de músculos e tendões;
impacto subacromial.
Às vezes, os PGM constituem a causa primária de dor no ombro, com
dor referida para a região do braço e do antebraço. Muitas vezes, eles
são a causa secundária, mas, quando o fisioterapeuta os desativa, a
dor do paciente melhora de maneira significativa. 46
Aplicação da técnica
A técnica do DN para PGM s no supraespinal consiste nos passos
sentidos no Quadro 5.
Quadro 5
PGM : ponto de gatilho miofascial; DN : agulhamento seco; IMS :
estimulação intramuscular.
LOMBAR
A dor lombar afeta cerca de 50 a 80% da população mundial. Sua
causa é multifatorial e complexa, o que requer um entendimento
biopsicossocial do problema. 48 Nessas condições, o DN pode atuar
no fator causal, quando a dor é apenas de origem miofascial, ou ser
coadjuvante, quando a dor miofascial é gerada por outros fatores
etiológicos.
Aplicação da técnica
A técnica do DN para PGM s na região lombar consiste na sequência
de passos descritos no Quadro 6.
Quadro 6
DRY NEEDLING APLICADO A PONTOS DE GATILHO MIOFASCIAIS NA REGIÃO
LOMBAR
treinamento;
tipo de solo;
peso;
tênis;
tipo de pé.
ATIVIDA
DE
15. Assinale a alternativa que apresenta o posicionamento e a
profundidade da agulha no DN do trapézio descendente.
A) Perpendicular, 75mm.
B) Perpendicular, 40mm.
C) Oblíquo, 75mm.
D) Oblíquo, 30mm.
Confira aqui a resposta
A) Apenas a I, a II e III.
B) Apenas a I, a II e IV.
C) Apenas a I, a III e IV.
D) Apenas a II, a III e IV.
Confira aqui a resposta
A) F — V — F — V
B) V — F — V — F
C) F — F — V — V
D) V — V — F — F
Confira aqui a resposta
A) Apenas a I, a II e III.
B) Apenas a I, a II e IV.
C) Apenas a I, a III e IV.
D) Apenas a II, a III e IV.
Confira aqui a resposta
CASO CLÍNICO
ATIVIDA
DE
22. Liste os critérios clássicos para confirmação de um PGM e
relacione-os com o fato de o fisioterapeuta ter avaliado
o PGM da paciente do caso clínico como ativo.
Confira aqui a resposta
CONCLUSÃO
Apesar de a dor de origem miofascial ainda estar cercada por
indefinições quanto a sua fisiopatologia e seus critérios diagnósticos,
conceitualmente assume-se que o PGM consiste em um nódulo
muscular contrátil e palpável. A característica palpável é marcante no
exame físico para determinar a presença do PGM ; dor local e referido
e reconhecimento do padrão de dor habitual pelo paciente durante o
exame físico palpatório são propriedades clássicas do PGM ativo.
As técnicas de DN para a desativação dos PGM s podem ser divididas
em superficial, profunda e IMS . A escolha da técnica adequada deve
considerar o tipo de paciente que receberá o DN . Já a escolha da
agulha deve levar em conta a preferência do profissional e a
profundidade do agulhamento. Estudos científicos recentes
demonstraram que o DN pode ser uma alternativa de tratamento
para os pacientes que sofrem de dor de origem miofascial.
RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: B
Comentário: O PGM ativo é capaz de apresentar um padrão
espontâneo de dor referido, não necessitando de palpação
compressiva sobre o nódulo contrátil para reproduzir o padrão de dor
do paciente. A palpação controlada digital é uma variação menos
refinada de palpação plana, e consiste no uso da polpa do primeiro
dedo para realizar a palpação.
Atividade 2
Resposta: C
Comentário: A presença de PGM s requer o preenchimento de
critérios preestabelecidos, a saber: presença de banda tensa
palpável; nódulo intramuscular hiperálgico no interior da banda
tensa; RCL; reprodução do padrão de dor referido; presença de dor
referida. Desses itens, ao menos o nódulo muscular hiperálgico e a
formação da banda tensa devem estar presentes para que se
determine a existência de um PGM (embora esses dois achados, com
certeza, não tenham estabelecido se a natureza é ativa ou latente).
Atividade 3
Resposta: A sobrecarga excessiva de fibras específicas de um
grupamento muscular resulta na liberação prolongada de acetilcolina
na placa motora, com consequente aumento da oferta de cálcio pelo
retículo sarcoplasmático das células musculares. A liberação
prolongada de acetilcolina na placa motora, somada à eventual
seguida da acetilcolinesterase, propicia a geração do padrão da
contratura sarcomérica, bem como a formação do nódulo contrátil e
da banda tensa palpável. A associação dos fatores citados ocasiona
uma alteração do metabolismo muscular local e, também, do
comportamento de vias nociceptivas e interneurônios medulares.
Atividade 4
Resposta: C
Comentário: A alternativa I está incorreta, pois as alterações
ocasionadas pelas síndromes dolorosas crônicas do aparelho
musculoesquelético podem reduzir o limiar de dor, e não aumentar.
Atividade 5
Resposta: A
Comentário: Conceitualmente, assuma-se que o PGM consiste em um
nódulo muscular contrátil e palpável; a característica palpável é
marcante no exame físico para determinar sua presença, mas não
determinante. A banda tensa e principalmente o ponto central
do PGM apresentam-se rígidos, e não flácidos, à palpação quando
comparados a regiões musculares não acometidas. É interessante
considerar um RCL como um fator objetivo para confirmar a presença
de um PGM ativo; porém, foi demonstrado que, detalhadamente, esse
é um fator pouco confiável.
Atividade 6
Resposta: D
Comentário: O DN não deve ser administrado em pessoas que
preencham ao menos um dos seguintes critérios: medo de
agulhas; não desejo de se submeter ao agulhamento; não
consentimento com o agulhamento; história prévia de respostas
anormais ao uso de agulhas; uso de anticoagulante; dificuldade de
agregação plaquetária; linfedema.
Atividade 7
Resposta: D
Comentário: A posição sentada aumenta o risco de síncope e deve ser
evitada nas sessões iniciais de DN , principalmente em pacientes que
ainda não estão acostumados com a técnica.
Atividade 8
Resposta: B
Comentário: Podem-se usar travesseiros, rolos ou almofadas ao
aplicar o DN . Esses objetos ajudam tanto no posicionamento quanto
no conforto do paciente. Embora ainda não exista consenso quanto a
isso, recomenda-se que a limpeza da pele seja feita com álcool 70% e
que o fisioterapeuta use luvas para a aplicação do DN .
Atividade 9
Resposta: B
Comentário: A IMS para a dor miofascial foi descrita pelo médico
canadense Chan Gunn, que explicou que esta técnica de DN não
deve ser realizada apenas no músculo local, mas também nos
músculos paravertebrais do mesmo segmento vertebral que inerva o
músculo doloroso. Para fazer essa afirmação, Gunn se baseou em um
modelo de dor miofascial resultante de neuropatia periférica ou
radicular.
Atividade 10
Resposta: O DN tem dupla função, terapêutica e
diagnóstica. Segundo Gunn, dentro do modelo de IMS , a agulha
também deve ser vista como uma ferramenta de diagnóstico, pois,
quando ela é inserida em um músculo contraturado, encontra maior
atrito, resistência e, por vezes, é “agarrada pelas fibras do
músculo” . Esse aperto pode ser seguido por respostas contráteis do
músculo, relaxando e soltando a agulha. O tensionamento também
pode se manter por mais tempo, entre 20 a 30min, até que o
terapeuta consiga retirar a agulha.
Atividade 11
Resposta: C
Comentário: Peter Baldry, preocupado com o risco de provocar
pneumotórax ao tratar PGM s no músculo escaleno anterior, inseriu
uma agulha superficialmente no tecido sobrejacente ao PGM , por um
curto período de tempo, ajudou a abolir a dor. Com base nessa
experiência empírica e nos resultados clínicos que obtiveram com a
adoção dessa técnica de agulhamento, ele passou a recomendá-la.
Atividade 12
Resposta: A
Comentário: Segundo Baldry, cada paciente responde de uma
maneira ao DN superficial. Em média, os 30s de permanência da
agulha são suficientes; para aqueles que têm uma resposta fraca, até
3min são necessários; ao passo que, em fortes respondedores, basta
colocar e retirar instantaneamente a agulha.
Atividade 13
Resposta: A
Comentário: Em geral, uma agulha com tamanho de 0,30x50mm
atende ao agulhamento da maioria dos músculos. Para inserções
mais profundas, como nos músculos quadrado lombar, piriforme e
psoas, agulhas com comprimento maior, como 0,30x75mm, são mais
indicadas. As agulhas menores geralmente são usadas para tecidos
mais revestidos, como em inserções no antebraço e na cabeça.
Atividade 14
Resposta: Independentemente da técnica de DN , o instrumento
utilizado é uma agulha contínua e fina, como a usada na
acupuntura. Uma agulha padrão é feita de aço inoxidável polido e
tem uma lâmina afiada suavemente em direção à ponta, o que facilita
a separação dos tecidos e torna sua inserção menos traumática. O
cabo geralmente é confeccionado com o mesmo aço da lâmina e
apresenta uma forma espiralada, embora os cabos de algumas
agulhas sejam feitos de plástico colorido.
Atividade 15
Resposta: D
Comentário cuidado: Deve-se ter ao aplicar e penetrar a agulha sobre
o trapézio descendente, pois, dependendo da pessoa, esse músculo
pode estar a 40mm da pele. A maneira de aplicação oblíqua e com
uma agulha de 30mm descarta qualquer tipo de aparência, como o
pneumotórax.
Atividade 16
Resposta: C
Comentário: No DN aplicado ao trapézio descendente, deve-se usar
uma agulha com 0,25x30mm. Com relação à técnica, pode-se utilizar
o DN superficial, o DN profundo ou a IMS . A escolha da técnica é
uma relação mais clínica, que depende dos seguintes fatores:
profundidade do PGM ; tolerância do paciente à penetração da
agulha; tipo de estímulo que o fisioterapeuta quer ministrar ao
paciente.
Atividade 17
Resposta: D
Comentário: Algumas vezes, os PGM constituem a causa primária de
dor no ombro, com dor referida para a região do braço e
antebraço. Muitas vezes, eles são a causa secundária, mas, quando o
fisioterapeuta os desativa, a dor do paciente melhora de maneira
significativa.
Atividade 18
Resposta: B
Comentário: No DN aplicado à região lombar, assim como no caso do
trapézio descendente e do supraespinal, deve-se usar uma agulha
com 0,25x30mm. Com relação à técnica, deve-se utilizar
o DN profundo.
Atividade 19
Resposta: Furlan e colaboradores, em sua revisão sistemática
comanálise metanálise, identificaram poucos artigos correlacionando
a dor lombar aguda ao DN , e tais artigos tinham baixa
qualidade. Assim, os autores não puderam chegar a uma conclusão
sobre esse tema. Sobre a transição entre dor lombar crônica e DN ,
os resultados dos artigos incluídos na revisão evidenciaram que
o DN pode ser superior ao tratamento simulado (placebo) e à
ausência de tratamento, mas somente em curto prazo. Os autores
sugerem que o DN não seja a única forma de tratamento para o
paciente com dor lombar crônica e que outras modalidades devam
ser utilizadas, tanto para avaliação quanto para o tratamento do
paciente.
Atividade 20
Resposta: A
Comentário: Os músculos gastrocnêmio, sóleo e abdutor do hálux
podem apresentar PGM s com dor referido para a fáscia plantar,
constituindo alvos das técnicas de DN .
Atividade 21
Resposta: A
Comentário: No DN para a região plantar, o paciente deve ser
posicionado em decúbito dorsal. A penetração no DN para PGM s na
fáscia plantar é de 10 a 30mm, dependendo do paciente e do local da
aplicação da agulha. Os resultados de Cotchett e colaboradores
lamentaram que o DN pode ser superior ao tratamento sham ,
principalmente em curto prazo. Apesar da diferença estatística, os
autores afirmam que o DN não deve ser visto como a única forma de
tratamento, e sim como uma ferramenta que pode auxiliar no
tratamento de pacientes com dores na região plantar.
Atividade 22
Resposta: Os critérios clássicos para a confirmação de um PGM são:
presença de banda tensa palpável; nódulo intramuscular hiperálgico
no interior da banda tensa; RCL induzido por palpação ou inserção de
agulha; reprodução do padrão de dor referido típico do PGM em
resposta à estimulação mecânica; e presença de dor
referida. Considerando que um paciente do caso clínico apresentou os
achados palpatórios, bem como a reprodução dos sintomas, pode-se
dizer que ela possui um PGM ativo no músculo trapézio superior (ou
trapézio descendente). Se somente a banda tensa e o nódulo
intramuscular hiperálgico em seu interior estiverem presentes,
o PGM seria latente.
Atividade 23
Resposta: O passo a passo para a aplicação da técnica
de DN profundo é o seguinte: